Quero - 1939
18 LEITURAS MISSIONÁRIAS J . f. C . B. BELÉM- PARÁ ~◄ 11111111 TODOS APÓSTOLOS! (Continuação) 4- O Budismo. - Mais do que uma reli– gião, o Budismo é um sistema de filosofia moral, escogitado e ordenado por um filósofo da lndia, chamado Godoma, nascido em 560 antes de Cristo, e a quem depois os Indianos chamaram Buda ( o Iluminado). Êste sistema contém uma doutrina moral muito elevada, e que, mediante a prática de certas normas de vida, pretende levar os homens à perfeição. Esta consiste no total ani– quilamento de qualquer desejo, e do próprio sen– tímt::nto da existência, e na entrada, depois da morte e depois de uma série mais ou menos longa de reincarnações, no todo absoluto. É isto o Nir– vana, o paraíso dos budistas. Como se vê, o budismo é puro panteísmo, e admite, como o induismo, a metempsicose. E, como essa passagem pode efectuar-se não só de homem para homem, mas também dum homem para um animal, assim, aos budistas, como aos induistas, é proibido matar os animais e alimen– tar-se com a sua carne, com mêdo de matar e comer qualquer dos seus parentes. O budismo, ao menos na sua integndadt!, é pouco praticado na Índia; nem ao menos quatro po, cento da população o segue. Está porém muito difundido no Tibet, na China, no Japão, na Indochina e no Ceilão, amalgamado, graças à sua adaptabilidade,e misturado com outras religiões. 5- Taoísmo e Confucionismo. - Juntamos estas duas religiões não só porque ambas nas– ceram na China, e são seguidas quási exclu– sivamente pelos Chineses, mas porque têm entre si muitos pontos de contacto. O taoísmo tem por fundador o célebre filosofo Lao-tse nascido em 604 antes da era 1 I vulgar. O sistema religioso do Taoísmo te~ o seu fundamento na existência dos dois pnn– cípios do bem e do mal, um independente _do outro e em oposição constante, e na doutnna de metempsicose. 1:.stes dois princípios são os dois deuses supremos, um do céu, outro da terra. Além -àisso, existem, subordinados a êstes, uma infinidade de deuses inferiores, espí- Pe. Guilherme MENCAGLIA 11111 ritos, fanta smas e génios, que presidem à terra, aomar, às montanhas, aos rios, etc. A fanta– sia do povo supersticioso vê por tôda a parte êstes espíritos, e, como julgam que lhes podem fazer mal, honram-nos e procuram ap lacá- los e torná-los amigos com os sacrifícios . Outras divindades são o sol , a lua, os astros, que se afirmam emanações do céu, e que se julga exerçam uma importante influên– cia no destino dos homens. A par de muitos erros e extravagâncias, en– contramos nesta religião justas teorias sôbre a retribu'ição e o castigo da vida futura, e belas máximas morais, superiores às do budismo. Passando ao confucionismo, devemos dizer antes de mais nada que êste não é, pro– priamente falando, uma religião, mas àntes um sistema filosófico de preceitos morais. Com efeito, Confúcio, que é o seu autor, nascido em 551 antes de Cristo, faz abstracção de divindade e não diz nada sôbre a vida futura. Êle não foi senão um repetidor autorizado dos ensinamentos dos seus antepassados, reduzin– do-os a um sistema e procurando inculcar no povo a observância dQS mesmos. A substância da doutrina moral de Confúcio resume-se em cinco pontos, que são as famosas cinco relações: 1.º) relações entre o príncipe e os súbditos; -2.") relações entre o pai e os filhos· - 3.º) relações entre o marido e a esposa•~ 4.º) relações. entre os irmãos; - 5.º) relações entre os amigos. Está aqui tôda a doutrina de Confúcio doutrina que, por muitos séculos, foi a religiã~ do estado e dos letrados. Os chineses de hoje porém, na grande maioria, praticam uma reli~ gião que retine em si o taoísmo, o confucio– nismo e o budismo: melhor •uma religião que não é nenhuma das três expostas, mas que de tôdas as três tem alguma coisa e o todo misturado com a mais desavergonhada idola– tria e com o culto feiticista dos próprios an– tepasssados ». (') (1) P. Brambllla - La Cina e i Cinesi - Milano Missioni Estere, 1924, segunda edição, pag 39. '
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