Quero - 1939

22 J. F. C. B. BELEM - PARA CONTO DO NATAL G ~ r-----------:ç;z, Da "Croix" transcrevemos êste conto tão cheio de opor– tunidade. Meditemos nê/e. Trabalhar para os semi!lários, para a formação de sacerdotes, é trabalhar para nós mes– mas, é cuidar da llOssa própria salvação. Con corramos para os seminários, ajudemo-los por todas formas ao nosso al– cance, trabalhando, orando, e teremos concorrido para o bem das almas e para a Glória de Deus! N OITE de dezembro, noite de neve, véspera de Natal. Oito ou dez casas com os seus telhados de ima- j culada alvura amontoam-se junto da igreja que parece diminuida sob o pêso da neve que a envolve. E' a aldeia de S. Cristóvam, edi– ficada sôbre um outeiro sobranceiro a prados que se estendem em suave de– clive e cuja alvura, resplandecente, cor– tada, aqui e àlém, pelo traço negro das sebes e dos valados, vai perder-se, lá ao longe, na mancha escura dum bosque de (:astanheiros. Acendem-se os lumes nas lareiras, pontos luminosos, com refllexos verme– lhos e doirados que aparecem, de re– pente, na noite que cai. Parecem os olhos cansados das velhas casas da aldeia de– negridas e com a sua touca branca en- terrada até às orelhas ... Mas na igreja não brilha luz nenhuma. A porta está fechada, o adro deserto. Fre– guezia sem padre, templo sem vida, Natal sern alegria .. . Duas mulheres vêm da fonte , carregadas com os seus cân taros, calçadas de tamancos que espêssas solas de neve ainda tornam mais pesados. . - Sabes, Antónia, que a senhora piorou esta tarde, se o tempo não e~tivesse assim ia-se buscar o médico. - Quem tem coragem de se pôr a cami– nho e andar dôze quilómetros debaixo duma ne– vada destas! Talvez não haja motivos par a sustos. Já t':!nho visto muita gente pior do que ela está e escapar. Talvez que amanhã esteja melhor. - Ou já não seja dêste mundo. Pobre se– nhora Robert, que falta ela nos vai fazer! Que há-de ser de mim com os meus três pequenos! E você com a s •.a mài entrtvada l • • ..

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0