Quero - 1939

o declínio moral da humanidade. E bem outro é o nosso dever. Nossa dignidade de creaturas racionais no-lo diz, nossa fé de católicos no-lo exige. Clemenceau ponderava: "Se cada cristão de nome o fôsse de facto , não haveria mais questão social" . Examinemos para corrigir as defecções no nosso modo de ser cristãos, lembrando-nos que a essencia do Cristianismo não é um con– junto de práticas exteriores mas um convite per– pétu? ao dom de si. Sobretudo, presentemente, P:e~1samos não esquecer que ninguem tem o d1re1to de se salvar sózinho. Satisfazer-se com ? - nà~ f~zer o mal-é pouco demais para o ideal cnstao. O senso social, tão decantado actual– me_n_te, é doutrina puraldo Evangelho. Em última analtse, ter o senso social é ter a c, ri dade · é ter o espírito de sacrifício ; é ter solidaried~de sobrena~u ra l, e, praticamente, a compreensão da comunhao dos santos que faz com que enr;que– çamos ou empobreçamos o tezouro moral do mun~o. é se~ sen_si_vel ao comovente espectáculo de todas as 1nfehc1d ades, é não somente servir aos outros! ~ as servir a Deus, nos outros. Na D1v10a Comédia lemos u111 trecho que tendo o m~ro valor de uma fi cção, bem exprime o que deseio signifi car: Vi , ~screv~ Dan_te, condenados em cujas frontes nao havia escritas as fa ltas que ex piavam . ''Que fizeram aq ueles para merecer o castigo? perguntei . E responde u-me o gui a : "Não Hze– ram o bem". Oh! não fazer bem, exclama Pradel, quando há tan tos condutores para o mal! Não faz er o bem quando se tem tudo para poder fa zê-lo : mocidade, dons da intel igencia, qualidades do coração, fo rtuna, tudo em fim , qua ndo a gente se diz cristã, quando a gente recebe no coração o Oeus que veio atear o fogo sôbre a terra! Deixar de fazer o Bem! Encerrar-se egoisticamente na sua tôrre de marfim, altaneira e insensível! Amu– rar-se no círculo estreito do seu bem-esta r, de– leitando-se no individualiemo eleg:a nte ! Não des– c~rtin_ar para a própria alma um horizonte que va alem da te!a de um ci nema ou de uma sala de festas! Não dar à vida outra fina lidade que as _exigencias do egoísmo e os puerís tri un fos da vaidade! \lhl · i;so é sem dúvida , uma injúria por de1;1ai_s grande a si mesmo aos homens e ao oropno Deus. ' p d .reza as companheiras, no mundo todo orgamza-se o exército pacífico de Cristo -Re i. E' 16 J. F. C. B. BELÉM- PARÁ a Itália e a França . A Bélgica, a Espanha, Ingla– terra e Portugal; são os Estados Unidos e Ca– nadá, Argentina e Chile, Perú e Colombia. Ve– nezuela e Nicarágua, 1 ndias Inglêsas e Ceylão, China e Austrália que procuram congraçar as almas de Bôa vontade para trazer a paz de Cristo no reino de Cristo. E em nosso território traba– lha-se igualmente nesse sentido. A ardente vibração em que se encontra a J F. C. de todo o Brasil, para participar corpo– ral e espiritualmente dêste 3.º Congresso Euca– rístico Nacional é bem a afirmação clara, indu– bitavel que em nossa terra é real o esfôrço por "Restaurar tudo em Cristo". Te Deum Lau– damus . Companheiras mui caras, que ides a Recife prestar vossas homenagens ao Deus-Eucaristia, sabei que a vossa inscrição na Acção Católica Brasileira é o maior tributo que lá podeis deixar oferecido a Jesus Sacramentado. Abrí de par em par os vossos corações às luz~s e ao amor jor– rados da Hóstia' Santa , nestes dias do Congresso, e compreendereis perfeitamente a resposta de amor que dais a Jesus atendendo ao apêlo que ora vos faço de vir conosco formar na Acção Católica Brasileira. Trazei sempre à memoria, companheiras, que "aquele que deixa um~ obra . hu1:1aaa não morre · mas aquele que deixa apos s1 homens melho~es e mais felizes morre menos ainda ; êle vive de suas vidas, é feliz de suas bemaventu– ranças e gozará eternamente de suas eternida– des" . 97Zm:ia '3Zmali a rg/z:oso. N O meio dêste século materializado de uma mentalidade semi-pagã, surge , qual farol brilhando em noi te escura, a Accão Católica, êste movimento colosso, enraizado já no mundo inteiro, com o seu programa divino de "res – taurar tudo em Cristo" . Acção Católica - "parti cipação dos leigos no apostolado hi erárqui co da Igreja" . Se a Acção Católi ca, no seu todo, pode e deve ser considerada como um imenso farol que começou a brilhar em Roma, cada um de seus membros, com tôd a a razão , deve ser um outro faro l, em ponto menor, a espargir lu z, não ape– nas alí e aco lá, mas sempre, e em tôda parté, para si, para o indivíduo em parti cul ar e para a sociedade.

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