Quero - 1939

15 J. F. C. B. BELÉM - PARÁ O Crux, _ave, Spes, · unical ,-;) ;;--- Igreja consagra dois dias ~ / à glorificação da Cruz : 3 fl' ~ de Maio e 14 de Setembro. A 3 de Maio, çelebra a liturgia mai s especialmente a descoberta da verdadeira Cruz, devida aos esforço·s e intervenção da mãe de Constantino Magno, Santa Helena; e o cristão, segu indo os textos sagrados, revive, para assim dizer, os passos todos da paixão bemaventurada de Jesus, e aprende a seguir empós do Mestre Setembro 14 de Maio, no 'qual cantamos a in– venção da Santa Cruz, facto hístorico que não será descabido recordar aqui para maior edificação da nossa pie– dade. Depois que o glorioso imperador Constantino alcançou sôbre os seus inimigos a retumbante vitória que êle justamente atribuiu à Cruz que lhe apareceu fulgente nos ares, mandando depois que lha reproduzissem no lá- baro imperial, sua mãe, Santa Helena, do sofrimento até ao Calvario até junto à . C_ruz, donde jorra o s~ngue -Exaltação da que red1m1u o mundo e há-de salvar Sta. Cruz. dirigiu-se a Jerusalém a ver se conse– guia descobrir a verdadei ra Cruz. De facto, ao principiar do segundo século, as almas, aprende a usar do sinal da cruz, c_omo de arma onipotente, contra as ci ladas que o inimigo não cessa de armar-lhe. . . . J?o misterioso altar onde se operou o sa– c~iftc10, que nos faculta livre entrada no céu, dimanam em abundância, para os fieis, frutos qu_e todos . se resumem em 'jesus Cri sto , de cu1os . s~ntu~entos de humildade e perfeita ~u~missao a Vontade divina nos aconselha · auto a encher-nos, na Epístola se acaso com ÊI ' ' t O . e, aspiramos a ser exaltados no fu- ~ro date a glória do Pai, e triunfar do prín– cipe as trevas na I t E' que O . . s u as qu e temos de travar. codemos r~a's,_téno que Jesus profetizou a Ni- 1za-se na Cruz T 1 1 setpente que M . • a qua como a ordem ct'e D oyses levantou no deserto por eus salvava os . 1· ela viravam olhos h . israe 1tas que para d? Salvador é font~ ~lf)S de co_nfiança, a Cruz diz ainda s. Pau lo e salvaçao onde, como reição e vida O c, encontramos glória resur- rt . . rux ave sp . , a I urgia no hino t' d •. es un1ca ! canta firme esperança no~ ~= u~incio a profunda e nós estão patentes no ; 1~~ 1~~ntos que a todos na dextra potente do Se h ª Cruz. Confiados . n or que o pre coisas gloriosas não t ' pera ·em- cear do demónio co'ntra O eqmof nada que re– nejar o sinal da Cruz. ua podemos ma- Tais são os ensinamentos sentava ao nosso estudo a litui-gu~ ndos apre– ia o dta 3 o imperador Adriano havia encontrado o Calvário, bem como o Santo Sepulcro, soterrados debaixo dum terreno de cem me– tros de comprido. Havia ali uma estátua le– vantada em honra de Júpiter, e, não longe, um templo consagrado a Venus. Mandando arrazar os monumentos do paganismo, a pie– dosa imperatriz. após porfiadas e meticulosas ex::avações, teve o gôsto de ver descobertos os cravos e a Cruz - árvore sagrada que a cura portentosa duma mulher a todos fez re– conhecer. Do madeiro precioso, que foi digno de suportar o Rei do Céu, mandou Santa Helena fazer três partes, uma das quais, levada para Roma foi colocada na igreja que por ê se mo– tivo s~ ficaria chamando, daí em diante Santa Cruz em Jerusalém; a outra ficou em Cons– tantinopla, e a terceira, enfim, em Jerusalém mesmo com grande veneração de todos os cristão~ que na sagrada relíquia viam a re– cordação dos sofrimentos do Salvador. Trancorridos largos anos, lemos nós no breviário, pelos fins do reinado de Phocas, um rei da Persia assenhoreou-se de Jerusalém, e foram trucidados e mortos alguns milhares de fieis. A relíquia da Santa Cruz foi levada como penhor para a Pérsia, onde se conser– vou por uns doze anos. Heráclio, o piedoso sucessor de Phocas, depois de multiplicados jejuns e orações a implorar com muito fervor 0 auxíl\o de Deus para a empreza que projec-

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