Quero - 1939

A IGREJA E APA·z A Igreja reprov~ semp!e a viol encia ? Sim. Dita já fo i a razao por qu e que ri a a Igreja que tôda mudança fôsse fe ita sem revolução. Com efeito, - ela coloca acima de tudo a dignidade da pessôa ~m~nna - que deve se r respeitada nos seus d1 re1tos e .s~b retudo ( no di reito condição de todos os :11re1tos ~ na sua LIBERDADE - liberdade de acçao extenor (con– tanto que ninguem seja Iesado)- Iiberdade de conciência e de pensamento. _ Ela reprova então ? . consfrang1me1_1to ma– terial e a opressão espmlual, ve nha isto de um homem, de um partido, de u11: grupo, de uma classe ou mesmo de · um governo . Entretanto não admite a Igreja a fô rça ao serviço do direito e da ordl'm? . Sim. Ela concorda que o ideal sena poder confiar o homem ao juizo recto de sua con- ciência e ao exercício da sua liberd~de. . Mas como há vontades pervertidas, pai– xões, n1entiras, injustiças co~tra os fracos, _a Igreja admite que a fôrça 10tervenha . entao para proteger o direi to lesado, na n:ie_?1da do necessário, fazendo ainda uma restnçao: que a fôrça (policia) seja er:iipregada · por meios legais que deixem lu~a_r a defesa ~o acusado ante tribunais imparciais e o protejam contra a arbitrariedade. Assim poderá ser salvaguar- dada a paz entre os cidadãos. _ . Si a Igreja que re a paz ~~o ha inconve– niencia de sua parte em admitir que a guer ra seja legítima? . _ . ,· Primeiramente, a lgreJa na? admite Aseia a guerra cousa legítima, mas aceita poder ~e- ló, às vezes, quando preenchida_s certa~ con_d1ç?c~ . Assim como ela interdiz ao c1dadao JU:s– tiçar-se a si próprio porque há ac~ma . dele tribunais estabelecidos para isso, assim inter– diria ela absolutame1:te ;i guerra entre duas nações, se houvesse acima delas um tribunal ;nternacional munido de suficiente poder para outorgar a cada qual seu direito e para punir o agressor injusto. 4 J. F. C. B BELÉM - PARÁ Também, à medida que se vitalizam as Instituições capazes de at ingir êsse fim, {Çô_r~e de Haya, Sociedade das Nações) a poss1b1l_1- dade d~ uma guerra legitima recua . E a Igreja presta um servi ço às nações pondo em camp_o todos os processos de conciliação e de arbi- tragem para obter justiça sem guerra . _ Mas esta orga nização internaci onal nao é ainda rea l: recentemente foi isso consta tado. Na ausên cia de uma autoridade interna– ci ona l real e efecti va, quais as condições para que uma guerra seja jus ta? E' preciso : A- Que a guerra seja defensi va para re– pelir um ataqu e formal ou uma violação do direito. Uma guerra para atacar outrem não pode ser justa . B- Que se tenham exgo tad o todos os ou– tros me ius para garantir o res peito, qu e a si– tuação creada seja idêntica à do ind ivíduo atacado por lad rões no recesso de um bosque, precisando ferir para se defende r. C- E' preciso ainda qu e a guerra seja conduzida sem vi olência, sem d es truiç õe s inu teis, limitando-se tanto quanto pass ive i aos co mba t entes ; emfim, repudiando as armas proibi das por prévias con venções . D- Fina lmente, não deve a guerra durar ma is que o necessá rio para ob ter justiça, alheia ao espírito de anexações e de conquistas . E- E o mal a temer da at itud e de paz deve ser maior que os males a recear da guer ra. Tudo ni sto se res ume : Assim como há um direito individual de legítima defesa, há fambem um direito nacional de defesa legítima. Não. é a Igrej a ao menos uma ali ada do Capita l e do Exérci to ? Já foi mostrado como a Igreja reprova os excessos do capitalismo e do fasc ismo pre– cisamente no qu e incide em imperialismo eco– nóm ico ou po lítico . Portanto. nenhum com– promisso c.J êsse lado. Quan to ao Exérci to, o Catolici smo o con– sidera como um se rviço púb li co de segurança , urna carreira honrosa, portanto; não há por êle ma ior pred il ecção que pela magistratura ou pela medici na, por exemplo. Realmen te não passam de tolice, a menos que se não trate de vo lun tá ri a maldade, as palav ras tantas vezes escritas em muro e pa- redes : "CURAS GUERRA". (Conclue na pagina 16 )

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0