Quero - 1939

pensar com o próprio cérebro, em sentir com o próprio coração, em exprimir aquele "quê" pessoal, o "eu" íntimo, latente, que, pelo con– trário, . é tão relaxado às vezes até à vulgari– dade; quereria que a mocinha de hoje, a mãe de amanhã, fôsse desde já a pequena ,esteta, esteta do seu vestuário, ela que, dentro em breve, ha-de sei-o do de seus filhos ... Mas, com gôsto e com o dom de improvisar, de dar um cunho próprio àquela obra prima de habilidade e de personalidade feminina · que é um vestido ... sem o quê o mulher não passa de um monte de trapos." Na certa conheceis os conselhos tio sen– satos de S. Francisco de Salles -à Folotéa : ''S. Paulo quere que as mulheres piedo– sas vistam hábitos decentes, enfeitando-se com verecúndia e modéstia. Ora, a decencia dos hábitos e outros ornatos depende da matéria com que são feitos, da forma e da limpeza. A limpeza revela, em certo modo, a bôa ordem interna. O próprio Deus o exige na– queles que se aproximam do seu altar. Quanto à matéria e forma das vestes, a decencia deve ser considerada conforme as circunstâncias de tempos, idade, condições, companhia e ocasiões. Nos dias de festa ves– timos o melhor que podemos e na quaresma devemos ser mais modestos. A um casamento levamos vestes nupciais, aos 'funerais vamos de luto; com os príncipes usamos maior pompa e em casa estamos msis à vontade. A mulher casada quando está com o ma– rido pode e deve enfeitar-se como êle gosta; estando êle longe hão de querer saber a quem ela procura agradar com tantos cuidados. E' lícito às moças maior cuidado, porque elas podert1 honestamente desejar agradar a mais de um, ainda que para conquistar um só, para o santo matrimónio. 9 J. F . C. B. BELÉM - PARÁ Mesma as viuvas. que pretendem casar-se novamente, podem-se enfeitar, contanto que não demonstrem vaidade, tanto mais que, por terem sido mães de familia e estarem de luto, supõe-se possuírem espírito mais moderado e amadurecido. Quanto às verdadeiras viuvas, as que o são de· alma como de corpo, nenhum ornato é conveniente, se não a humildade, a modéstia . e a devoção; se querem enamorar os homens, não são viuvas de coração; se não querem, porque usam meios para isso? Quem não quere hóspedes, tire o título de hospedaria. E' sempre ridículo o velho que quere parecer bonito; essa tolice é só permitida aos novos. Podes vestir-te com graça, ó Folotéa; não haja em tua pessoa cousa alguma descuidada ou mal ageitada; é indício de pouca estima para com os outros. ir a uma reünião social com um vestido que faça impressão desagra– davel; evita porém o exagêro, a vaidade, as excentricidades e as bizarrias. Não te afastes da simplicidade e da modéstia que são o melhor ornamento da beleza e a melhor des– culpa da fealdade... As mulheres muito vai– dosas são, geralmente, fracas quanto à pu– reza, ou, ao menos, se são castas, sua vir– tude não aparece debaixo de tantos ornatos e bagatelas. Vão dizer-me que não fazem com má intenção, mas eu respondo que o demónio tem sempre má intenção. Eu quereria que n eus devot s e devotas fôssem sempre os mais bem vestidos entre as minhas relações, mas os menos pomposas e afectados; afinal quereria -como se diz no livro dos Provérbios-que fôssem enfeitado, com graça, decôro e di– gnidade. Cada qual vista-se conforme o pr prio estado em modo que as pessoas sábias e vir– tuosas não possam dizer que é demais. uoUEM SABE O Ql'E DEUS QUER~RIA DE NÓS? ; EU FAÇO O POUCO QUE ESTA AO _M,ElJ AL- ♦ ! CANCE : PON.HO- ME TRANQUILAl\1EN'fE NAS t ♦ SUAS MAOS '' ...................... B ta Paula Frassinetti ······•.......................... ··· ♦ ♦ ..__ • . ...................;.. ea .......... ..................:. ..:........ ♦ .............. ~ ....... ~~~~ ...... ~~~ ....................... ~~· ........ ~ .... ~__.. ...... ~ ..... ~ ..... ~ ...... ~~----~~·

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