Quero - 1939
~~~ E esta infância, que veio a ser? O sel– vagem encontrou na Irmã de caridade um amor maternal. Ela nunca o desprezou, por estar êle sujo ou doente, curvou-se sôbre a sua miséria e a sua · ignorância, com carícias de um amor sobrenatural. O selvagem vivia outrora uma vida di– fícil, naturalmente; hoje, cor.tinua a viver com a mesma dificuldade e talvez com mais ainda -mais vive sobrenaturalmente. Esta transfor– mação da alma dos selvagens pelas Irmãs Grises é .1 obra prima da cristianização no Extremo Norte. Em 1908, o primeiro inspector de Ins– trução Pública apresentou-se inesperadamente para visitar o convento do lago Athabaska. "O Inspector chegou, estamos to d os preo– cupados. Tomou alguns apontamentos e pediu que a religiosa desse aula, como de costume. Êle ficou assistindo sem interromper. Acabada a aula, Monsenhor Grouard pediu desculpas das "faltas'' que tivesse notado, porque as creanças agora é que tinham começado a es– tudar o francês e o inglês. Ao que respondeu o Inspector: O Senhor Bisp? disse. uma pa– lavra que eu não posso aceitar. Foi a pala– vra "faltas"; e pode ficar ce'.to que ela não aparecerá no meu relatóno. Na verdade não compreendo como as Irmãs pudera~ chegar a tais resultados com estas creanças. Meu relatório vai surpreender todos, como eu estou surpreendido." * * * Assim formados e instruídos, mui t O s alunos das Irmãs Grises ocupam presente– mente lugares de destaque: mecânicos, intér– pretes, agentes, representantes - e são prefe– ridos aos extrangei'.os, porque sabem falar francês, inglês e vanos d1alectos. Um dos meninos do conven!o dos Santos Anjos tornou-se o Pe. Napoleao Laferté o. M. 1. Monsenhor Grouard teve a. alegria de ordena-lo em 1923. Êle cxe~ce, ho3e, o santo ministério em Athabaska e e como que a se– mente do clero indígena. . O vigário vizinho prepara tai~ibem seus levitas. "Sô morrerei contente, d1 se S. o. Monsenhor Breynat, Vigário Apostólico do Mackenzic, depois de ter formado um padre da minha tribu". Qualquer que seja a carreira que sigam 17 J. F. C. B. BELÉM - PARÁ os an1igos alunos do convento, as Irmãs Grises continuam a ter uma influência sôbre êles por meio da boa imprensa. Desde 1910, uma folha litografada circula duas vezes por ano em N. S. da Providencia e é distribuída uma no in– verno, outra no verão. E' encantadora, e tem o nome de "A voz amiga". Tôdas as notícias, movimento, instalações aí são publicadas. A redacção é espirituosa, alegre, piedosa, prin– cipalmente. Os antigos alunos são assinantes gratis. Quando a redacção sabe que um deles não honra mais a Missão, no próximo nú– mero a redacção pede que os outros fieis re– zem por êle e o mesmo não receberá o bo– letim tão desejado. Raramente, o "delinquente" resiste a esta afronta; convérte-Se logo. "A voz amiga" redigida em língua francesa cir– cula em tôda a região do Mackenzie. O convento de S. José do Grande Lago dos Escravos lançou tambem o seu jornal: "O Mensageiro de S. José", que não quere ficar inferior, ao seu confrade, de N. Senhora da Providencia. Ensi~o ~os conhecimentos humanos, preparo conc1enc10so para os exa– mes primários, boa imprensa, tudo foi em– pregado pelos ~sfô:ços ~as Irmãs Grises afim de formar a 111 teltgenc1a e o cor ação da creança selvagem. , E que resultados animadores já colheram! Incomparavelmente, mais preciosos são 05 frutos do trab~lho sôbre essas almas para santifica- las. ~ f_o1 ~ o.mo u1:1a graça de estado das Irmãs M1::s1onar1as triunfar tão maravi– u,osamente na transformação sobrenatural da– queles órfãos. A primeira fonte de vida espiritual apon- tada aos indigenas foi a Eucaristia. Pio XI acabava de franquear a todos o Tabernáculo. ~s Irmã~ explicaram à~ crean– ças que elas h_nham lt?e:~ade de dizer sim ou não ao convite do V1gar10 de Jesus Cristo. Túdas responderam SIM. A atitude delas na santa Mesa, no momento que recebem a Sa– gradã Eu c ar is ti a é encantadora. Sabem e compreendem o. q_ue estão fazendo. Mas os padres ~ as reltgio as, que assistem ao de- envolvimento dos frutos. compreendem . d m~ 111or a111 a. Muitas dessa creanças tornaram- f d P - E . ·t I se a- mintas o ao spm ua e priva-l os d 1 - · • fl ' • e uma comun 1ao sena m 1g1r-\hes uma pena sem
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