Quero - 1939

Querida Liana: '° /1,,,,,,,,. r(. Resolvi partir. f{:1::::/_.,.,,. Julgas que os teus ideais elevados me afas- tam de ti? Não, para mim soou a hora da graça. Aquilo que eu classifi– cava d_e "beatice" hoje se tornou uma necess1dad~. Eu tinha a alma vazia e a cabeça che1~ de sonhos ... Vivia sonhando e nada realizava. . Agora sinto 9ue os teus dias são tão felizes porque sei que dedicas muitas ho– ras ao apostola~o, porqu~ meteste no teu programa de vida servir a Deus, porque eStás. preparando uma eternidade. Não acredita~ nas minhas palavras? ''Tere– mos muito que brincar e tambem con– versar seriamente" ... Ah! preciso mesmo confiar~te muito ... Nesse recanto ameno, entre o "gorgeio das avezinhas e o ge– mer do vento " repousarei o meu co– ração no teu, e, então, sentiremos mesmo que, afinal, nos encontramos. Vamos brincar, tocar violão, gozar as noites de luar... Mas, ao mesmo tempo, quero que me digas bem como é ~ tua vida, pois eu tam bem hei de voltar com uma vitalidade espiritual capaz de realizar grandes coisas para Deus. Estás perplexa! E' mesmo a Gizela quem fala? Em breve sentirás a reali– dade da minha conversão. Ansiosamente aguardo o dia de nos vermos. Sinceramente, a tua Gize/a Margarida 15 J. F. C. B. BELÉM - PARÁ MULHERES HEROICAS (Conclusão) Outra Irmã escreve, após a partida da Madre Superiora: "Querida Madre. Como descrevermos o estado de nossos coraç õe s após a vossa partida?! Como nos sentimos orfãzinhas ! A primeira vez que nos sentamos na varanda, não sabíamos que dizer... Uma das irmãs mais moças extendeu a mão e ex– clamou: "Foi por ali que ela partiu ..." Tôdas entendemos e as lágrimas Lairam. Dizei, que– rida Madre, estas lágrimas chegaram até vós? Madame Swetchine tinha bem razão de dizer que as alegrias que passam como um relâm– pago ainda mergulham mais profundamente nas trevas o pobre coração humano. Durante 15 dias, vós vos fizestes tôda para todos, pro– digalizastes mimos, carinhos, alegrias, con– sôlos - e depois partistes... E' o tempo de entoar nosso cântico :-Espero o ceu ... Adeus, Madre muito querida. E um sincero "obri – gada" pelo confôrto da vossa visita que rea– nimou o fervor e deixou todo o mundo con– tente consigo próprio e, sobretudo, convôsco, boa Mãe ... E todos os conventos sentiam uma ale- gria imensa rom a visita da Madre Superiora Geral. Preparavam festas, representações, pas– seios e uma onda de rejuvenescimento levan- tava tôdas as almas. OS FRUTOS "Pelos frutos é que os conhecereis". ( S. Mateus 7-16). , Será necessário êste capitulo? Aqui po- diamas terminar o livro. Va11JOS continuar, entretanto. E' bom, para que o jardineiro se anime a n<ivas fadigas, que conte e reconte os frutos de seu paciente labor, que os con– temple e reconheça, para maior glória de Deus, que são belos e dignos de Seu poder e Sua bondade. A influencia das Irmãs de Caridade sôbre os Peles Vermelhas e Esquimós foi profunda. o primeiro benefício, fruto de uma pre~ação muda e permanente, foi a reabilitação da mu– lher. O paganismo tinha-a aviltado tanto que ela julgava ter nascido para ser vendida, em– pre tada, trocada e s_em_pre votada ao desprêzo. O espectáculo da d1gn1dade exterior e da ele-

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