Quero - 1939

.• e olhavam-se até esta data como irreconciliave is inimigos. O Pe. Grollier com tôda a sua bon– dade explicou-lhes que j esus morreu crucifi– cado por amor e para a paz dos homens. To– mando a mão dos doi s chefes guerreiros , co– locou-as sôbre a sua cruz de oblato e fê-los jurar a um e a outro uma paz definitiva . Os grandes massacres cessaram ; mas, enqu:i nto 8 tribu "Loucheux" se converti a ao Cristi anismo, os Esquimós regressavam as suas seitas su– persticiosas, atiçadas pelos seus feiticeiros en– demoninhados. Diversas vezes tentaram conver– te-los, mas tudo debalde. Foi , então, que os missionários compreenderam qu tt somente uma obra dedicada ao mesmo tempo às miséri a s corporais e morais dêstes selvagens inteligentes, ousados, enérgicos, mas muito desconfi ados, po– deria chama-los ao Evangelho. As Irmãs Grises de Montréal souberam dêste desejo dos Irmãos Oblatos e logo escre– veram di zendo: "Monsenhor Tnard , basta ace– nar-nos e iremos logo.' · Disseram-lhes, entretanto : " Ireis viver em campos ínfecto~. no meio de costulll es abomi– naveis.- '' Nossa Fundadora não di sse - Elas não recusarão nenhum trabalho ?" E ouvia-se de tôdas as casas das Irmas Grises: ''Eu gostari a tanto de ser enviada para lá ! Isto, sim, é Missão !" Ainda mais - pergun– tavam : "Monsenhor, quando fundareis a Missão dos Esquimós? Temos pressa que seja quanto antes." E em 1923, Monsenhor Breynart re– solveu instalar essa audaciosa fundacão. En– tretanto, não havia padres, nem irmãos , nem freiras, nem dinh ei ro , nem terreno concedido pelo govê rno. Mas, de cidir a m, por un animi– dade, começa r imed iatamen te. O Pe. Lécuyer foi para Aklavi k e, ajudado por dois selvagens, abateu as árvores que servi riam mais tarde pa ra construi r a primeira cabana da missão. O bispo do Mackenzie fo i soli citar o concurso das Ir mãs Gr ises de Montréa l. Disse- lhes, como outrora Monsenhor Taché e Mo nsenhor Faraud, dos sofrimentos fí sicos e mornis que seriam o qu inhão das novas missionárias. "Monsenhor, pode conta r conôsco. Iremos para qualquer lugar." A corajosa Madre Gera l fo i ela mesma preparar a nova habitação das Irmãs entre os Esquimós. O terreno para a residencia foi escolhido e bento. Enterraram uma está tua da Imaculada Conceição e uma estampa da fundadora com a seguinte invocação: "Vene– ravel Madre, a vós confiamos a Missão de 18 J. F. C. B. BELEM · PARÁ Aklavik. Abençoai-a e pedí a Deus que todos os religiosos e religiosas que aí vão trabalhar se santifiquem fazendo conhecer a êstes caros Esquimós o objecto desta missão." Assim se instalou a Missão da Imaculada Conceição. A entronização do Sagrado Co– ração de Jesus foi feita na primeira ~exta-feira do mês, ante os esquimós boquiabertos. Nos quinze primeiros dias, desenrolou-se entre Satanaz e os missionários uma terrivei luta, cujo resultado captou a confiança dos Esquimós. Logo no princípio, sob a influencia dos protestantes, os Esquimós fugir am das "Mulheres da Oração". Entretanto, para expe– rimentar, alguns cederam seus filhos às novas hospitalárias. O irmão Kérautrer. chegando de uma vi agem, desatrelou os enormes cães es– quimós. De repente, gritos rasgam o ar: é a mãe de uma das meninas confiadas às Irmãs, que se lamenta . Correm. Que há ? Três cães encarniçam-se sôbre o corpo da creancinha ; mas o chicote do Pe. Trocellier fá- los largar (:1 prêsa. A Irmã Superiora pega a pequenina nos braços. Irifelizmente, a cabeça estava como es– magada entre dois grandes ferimentos; atravez o crâneo perfurado vêm-se palpitar os miolos. O pescoço recebeu enormes rasgões e os braços estão esfacelados. O médi co, que no momento se encontrava ali, fez os primeiros curativos e decl arou que em qu atro dias a creança morreri a. Neste momento, as Irmãs têm a nítida impres– ~-ão dos Esguimós decepcionados por uma tal infelicidade sobrevinda nas mãos que preten– diam-assim julgavam êles-conservar a vid a. Não iriam êles se afastar para sempre? ! Mas a fé sobreviveu logo ao desgôsto e ao receio. Elas caíram de joelhos: Esta creança dev ia viver ; era preciso. E assim o disseram a Sta. Terezinha. Começaram então a novena à Se– meadora de Rosas, ta um a tur ga de nossos di as. No di a seguinte, a Irmã S::ii nt -Al éa rd en– con trava a pequenita alegre e sorridente ent re as atadu ras. Indo imedi atamente ao encon tro do médico, que vinh a unicamente constatar a morte, ela pediu que êle mud asse as lig:i– duras. O homem da ciencia fico u estu pefacto: tôdas as chaga s curadas. - "Eu não com– pree ndo . diz ia êle. E' irn pos~ivel, impossível... " Algun s dias após, u menin a pu lava e brincav3, enq u an t o os Esq uimós admiravam o poder das "Mul heres da Oração". ( Continua)

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