Quero - 1939
..... A Irmã f,aint-Charles, mais fraca que as outras, sofreu logo as consequencias desse ás– pero clima. Não podia suportar os alimentos, chegando a um exgotamento que assustava toda a comunidade. Só por obediencia, aceitava ela mais um pouco de pão do que lhe cabia or– dinariamente e de que as irmãs se privavam em atenção à sua doença; esta pobre Irmã foi uma verdadeira martir naquela missão e só se resta– beleceu pelos muitos cuidados que a rodearam. A missão de Chepweyan nos é revelada particularmente pelas descrições da Senhorinha De Saint-Pierre, intérprete , viajante e verda– deirn alma apostólica que ia levar sorrisos e pa– lavras animadoras aos co11ventos do Extremo– -Norte. "Exteriormente tudo nos parece pito– resco, mas o viajante ao penetrar nas casas dos missionários percebe logo que a civilizacão está bem longe .. Falta tudo .. ." A Senhorinha De Saint-Pierre, nesta vi– sita, pedia às irmãs: Não mudem nada dos seus costumes por minha causa. " Ao que 1s Irmãs respondiam: - "Ora, ninguem podeirá reprovar nossas lon gas conversas - sois a segunda visita que recebemos nestes vinte e cinco anos." As Irmãs Grises só vjajavam por necessi– dade, mas, quando fazia bom tempo, aprovei– tavam para levar as criança5 a uns "pic-nics", sempre movimentados por acontecimentos ines– perados. Eis uns exemplos: Por uma bela ma– nhã sa'imos com a meninada para uma ilha pró– xima. Passámos o dia alegremente. Na hora do regresso , o ceu ameaçava chuva e tempestade . Embarcámos assim mesmo. Apenas nos tínha– mos afastado da costa, começou a chover tor– renci almente. Nunca vi ondas tão altas. Todos enjoaram. Resolvemos , então, voltar. Mas por cúmulo de infelicidade quebrara-se a amarra do escaler. Imposssivel encostar! Fomos obrigadas a passar a noite na barca. Não pudemos dor– mir porque o frio era horrivel e as criança s não tinham mais que comer, porque todo o mantimento da véspera se exgotara. Outra in– felicidade nos aconteceu : as águas do lago se retiraram e t i ve mos de e sp er a r que subis– sem, para poderm o s pa rti r. Talvez ti vésse– mos de espera r muitos dias, mas a nossa fé, lembrando-se dos mi lagres de Madre d'Youvi ll e, invocou-a e todos, juntos, gritámos: "Veneravel Madre d'Youville, socorrei- nos." Espanto. O 16 J. F. C. B. BELEM - PARÁ barco desencalhou. Então, gritámos novamente : "Viva a nossa Veneravel Madre d'Youville!" O convento dos Santos Anjos, situado no vicariato apostólico de Athabaska, ficou sob a jurisdição de Monsenhor Grouard e, mesmo não estando isento de epidemias e fomes, atin– giu um grau de prosperidade de maneira a poder receber muitos alunos e dar-lhes uma educação completa, fruto e honra da nossa religião. Um dos " progressos" do convento dos Anjos foi o estabelecimento de uma colónia de férias . Assim o relata a Superiora : "foi deci– dido que para a saüde dos alunos iriam passar as férias numa ilha de ar puro e s a u d ave 1. Maior ainda que a alegria de viver num pito– resco recanto era a de termos Jesus sempre conôsco, no Santíssimo Sacramento do altar. Cozinhava-se ao <1r livre. O soalho é de ramos de pinheiro e flores selvagens. A pesca da manh ã é sempre um espectáculo impressio– nante. E que coincidencia, a do nosso pesca– dor chamar-se Pedro ! Quando êle chega , todos vão para a praia. E as creanças, rindo , contam os peixes que êle vai pescando - um, dois, três... e assim, às vezes, até cem! Os peixes são logo devorados .. . Há dias , disse a Pedro: "As crea n– ças não comem carne há dois mêses . .. se o senhor fôsse à caça?" Ele vai e traz-nos 50 patos selvagens." Vamos incluir aqui a história da morte do Pe . Le Doussal, o. M. 1., que expirou entre os carinhos das Irmãs Grises. Durante 48 anos, foi o pai espiritual do convento dos Santos Anjos. Religioso humilde como os que o são, mortificado, pobre no espirito e na prática, mas sempre muito limpo, amavel para com todos , companheiro fi ~I do Tabernáculo, chamavam-no havia muito tempo, sem que êle o suspeitasse, o Santo do Macken zie. Testemunh as conta– ram-nos factos prodigiosos operados por um simples gesto seu, por uma prece, como tem– pestades aplacadas, incendios abafad os, doenças curadas. A fam a das suas virtudes paira sobre o seu túmul o. St lvagens e brancos, protestantes e ca tólicos todos o invocam. Quando quis ser mi ssionári o, ;ião o qu e ri a m deixar partir de França. Os bre tões da sua paróquia fo rmaram uma barreira entre o presbitério e a estação . O padre teve de fugir à noite, pelo jardim, e ir tomar o trem numa estação adi ante, O ca ncer,
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