Quero Outubro - 1938

i.:oração sem afecto, todo rugoso pelo pecado ? · Oh! não. Nós queremos - e é nossa divisa- levar Jesus às almas. Como leva-lo aos outros se o não tivermos em nós, se respondermos à Virgem SSma. como os hoteleiros de Belem : não temos lugar para vós? E será essa a nossa tácita res– posta se, querendo entregar seu filhinho ao calor de nossa alma, Ela a encontrar atravancada ror afectos , distracções e preocupações que a en– chem completamente! Vamos limpar, espanar, a~~rnar a casa onde queremos aloj ar o hóspede divino : que tudo brilhe, que tudo resplandeça , como nur_n ostensório para a Hosti a do Natal e que no nosso íntimo possam vir cantar os anjos como num recanto do ceu . E enquanto preparamos a nossa alma, ao menos por um profundo desejo de santidade, vamos pensar nos que Deus colocou em nossa roda . .Vamos despertar em cada conhecido o pensamento cristão do Natal. Há tanta gçnte que, ao aproximar-se o fim do ano, so pensa em balanços ou " réveillons" ; tantos que do Natal só têm a idéa meio pagã de uma Missa à meia-noite, 0ptimo p1 etexto para um passei o raro ; outros que confundem a ceia familiar - laço ingénuo e tradicional para atar com um nó de alegria moços e velhos- confundem-na, digo, com uma sati s– fação orgíaca do prazer do paladar ; outros que armam um presériio na sala atulhada de flores de papel e fazem daquel a !apinha de amor a tes– temunha de conversas onde se retalha a repu- tação alheia . .. - Profan ação ! · Minhas caras colegas da ' Juventude", res– tauremos o Natal nas famili as. Me ditemo s o Natal! Falemos do Natal! Anunciemos o Natal ! Expliquemos o Natal! Vivamos o Natal! Para longe de nós todo paganismo que de– sarticula a fa mi 1 ia , todas essas festas que ar– r'el ncam da idéa o grande acontecimento que a Igrej a celebra. E para aplain ar o caminho do Senhor, para que Êle encontre, no di a de Na ta l, aberta a porta dos corações, comecemos desde hoje a nossa peregrinação de amo r : uma vi sita a um doente, um pão para um pobre, um brinquedo para uma c r e a n ç a pa ralítica, uma palavra de apostolado a um descrente - quantas pé talas com que podemos juncar a estrada do Senhor, em beneficio dos deserdados da fortuna ou da fé, dulcifica ndo-lhes as úlceras que talvez os tornem duros e inj ustos e, por uma sugestão subtil, fa zendo-os pensar no doce mistério que a 15 J. F. C. B. BELEM - PARÁ todos deve trazer claridade, bálsamo e esperança. O Natai é nosso. E' dos católicos. E' o di a em que nasceu nêste mundo Aquêle que ia fundar a nossa Igreja. Havemos de deixar que outros, que não amam o Menino Jesus, desfigurem a Sua e nossa festa, deformem-na, ridicularizem-na, fa zendo dela uma caricatura grotesca ? Nunca ! ouço que respondeis. E esta ex– clamação eu a recebo e a fa ço tambem como um compromisso sagrado que todas tomamos de em– pregar todas as nossas energias numa reacção convicta, iniciando desde hoje a campanha pela Recristianização do Natai. Jfelena Sousa Sec. Arq. daJ . F. C. B. LJMA "BRINCADEIRA" PARA O N ATAL Lançamos, hoje, às nossas leitoras a idéa de um jôgo. . . espiritual ; encontrámo-lo, mais ou menos assim, numa leitura: convoquemos, cada uma de nós, as cre– anças e as moças conhecidas - e por quê não os rapazes e velhos? ·- e façamos em ca da familia um bando de ce ifeiros- vamos colhe r pal hi nhas para o presépio do Natal. Cada acto de ca ridade, cada renúnci a . cada jaculatória fei ta ao Menino Jesus será uma haste perfumada. Na véspera do Natal , a chefe do bando vai reunir a colhei ta: cada pessoa entregará tantHS palhinhas quantos actos de virtude praticou por essa intenção. São todas colocadas no presépio, que a qu e la chefe arma para a festa, sob a imagem do Me nino. Feliz do bando de ceifeiros que em vez de uma caminha raza oferece ao Deus Meni no um alto trôno todo florido, que ali fic a como um preito de adoração e uma ardente prece! Eis a idéa, que cada uma pode amplia r. E como entre nós tudo é união num so coração e numa só alma, cada chefe mandará pa ra a "quero" de J aneiro a r el ação das pa lhin has que con– seguiu . Cada uma pode dar ao seu bando um nome bem bon ito e mandar uma informação assi m, por exemplo : Ceifeiros de Belem- tantas palhinhas Ceifeiros da Vi rgem- tantas ... Compreenderam? Mãos à obra, poi , ceifeiros do Amor ! Com a foice do sacrificio, colhamos, ao som das cantigas alegres ou das suave toada , de ninar, muitas, muitas palhinhas macia paro o berço régio da noite de Natal 1 17

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