Quero Outubro - 1938

,, turo, interesses, alegrias, tudo é em comum. Feliz daquele que viveu no seio da família cristã ! Feliz daquele que soube perceber o sabor de seu poder e encanto! Todavia, se nosso divino Salvador estabe– leceu o sacramento do matrimonio para formar a família cristã, quis que urna vez constituída, · recorresse aos meios habituaes de perfeição que lhe são oferecidos. · Ora, entre os sacramentos que santificam nossa alma, ha um que domina todos os outros e resume admiravelmente a santidade, a digni– dade, a felicidade da vida cristã, é a divina Euca– ristia. Sem ela, não ha cristão, nenhuma famíli a será cristã sem ela. Eis o interior da família: pae, mãe, filhos . filhas, irmãos, irmãs! Todos habitam o mesmo tecto, se assentam á mesma mesa, se Qquecem ao mesmo lar. Essa família é unida , pacífica e feliz, é cristã! Quando penetro no interior, não me in– quieto por saber se a família habita em palácios, aonde por vezes as mais sun tuosas alcovas vi– ram correr lágrimas amargas, nem quero saber se os que aí vivem têm o mesm0 caracter, mas sei que é muito comum a mais cor di a I ale– gria em humildes moradas. Não indago se os que vivem em comum têm os mesmos caracteres, os mesmos gôstos : por vezes, as mais dispara– tadas naturezas encontram, entre si, simpatias, enquanto genios semelhantes não suportam a vida comum. Não me ocupo em examinar se o pae con– serva autoridade legítima, que poderia ser ti– rânica; se a mãe é terna e devotada , essa ter– nura poderia ser cega e êsse devotamento sem prudencia; se os filhos e as filhas são submissos e respeitosos, essa submissão e êsse respeito poderiam limitar-se, apenas, ao exterior. Quando, porém, entro em uma família, pergunto se ama e si recebe a Eucaristia. Lá onde êste divino Sacramento é como um extranho, não estou seguro. O revez da fortuna, a mudança de humor, o mínimo con– flito de interesses, bastam, ás vezes, para divid!r o que se dizia unido, perturbar o que parecia calmo, trocar em amargura essa falaz felicidade. Lá, pelo contrário, onde a Eucaristia é honrada pela familia, digo: "A paz seja nesta casa e com todos os seus habitantes''. 6 J. F. C. B. BELEM - PAR.Á O Senhor 'está em seu meio e traz con– sigo a felicidade·. Certamente vossa família vos é cara e muita felicidade lhe deveis. ];'Jão lhe podendo testemunhar sentimentos de reconhecimento, re– zareis muito por ela. Não peçaes jamais qu e seja mais próspera nem mais rica . Não peçaes "que os filhos, como plantas novas. rodeiem a casa; que as filhas sejam vestidas como templos, que os celeiros sejam cheios e que as ovelha fecundas"!... David adverte que é mal, julgar– se feliz o povo que possue taes bens. Mas, pedi, antes, com a fel!cidade de vossa fam ília, que o Deus da Eucaristia seja sempre com ela . Com a Eucaristia para manter a união. com a Eucaristia, para restabelece-la, si fór perturbada; com a Eucaristia para consolar nas horas crueis em que a morte separa . Feliz, bem feliz , a família que tem por Senhor e por Deus o Deus do tabernáculo, o ' Senhor que reside no altar! 9J'Cons. de la ~ouillerie "A Eucaristia e a vida Cristã" b)-NOSSA CASA- Muito é de lamentar ! Na hora actual, a família se vai pouco a pouco desagregando e constituindo cada vez menos um corpo na unidade de seus membros. Cada mem– bro isola-se, afasta-se, torna-se individualista procurando, muitas vezes, fora de casa, os seu~ prazeres, os seus interesses, a sua vida. Quanto não sofrem os paes em verem os seus filhos e filhas afasta rem-se de casa! Prin– cipalmente, porque são conscientes que nad a P.ode~, contra essa te~?encia da nova geração- Rua . Se os paes Ja cançados não têm mai s os meios_ suficientes para interessar os membros da famíha a enco~tr_ar prazer em casa, a moça da Juventude Femmma Católica, ela que afinal é _o verd~~eiro coraç~o que aquece o co'rpo in~ te1ro familiar, tem o imperioso dever de saber restaurar, fazer renascer o espírito de família . li moça da Juventude Femina Catolica, consciente, zelosa, certamente encontrará ali meios para torn_ar a sua casa um poderoso c_e ~tro de atracçao, onde tudo seja alegria e fe– ltctdade; que os membros ao se afastarem del a não sonhem senão com a hora da volta e saibam aprecia-la profundamente quando nela perma– neçam. (Continua na página 16) u

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