Quero Outubro - 1938

2 J. F. C. B. BELEM - PARÁ J Á vae sair o terceiro nú– = mero da vossa revista na marcha vitoriosa do movi– mento da Acção Católica no Pará. Havia na cidade alguns iluminados ITíTULO DE NOBREZA! a unidade de vida . Cumprí o que vos fôr traçado como programa de fé– rias. " Segue a pá– gina das resolu– ções: oração da manhã, medita- ~~ A' s dirigentes e militantes que disseram: "Revista de moça vae dizer muita tolice." O primeiro exemplar que caiu nas mãos dessa gente deixou-os perplexos, o segundo número desfez por completo o a taque desdenhoso e êste terceiro nem lhes deixa sequer motivo para suspeitar a frivolidade do vosso espí rito . Pergunto eu : "Circula na cidade boletim ou revista mais original, mais sin– cera que a vossa? O seu conteüdo é um verdadeiro protesto contra tudo o que é futil, sem importancia, e literatura de um dia. Vários artigos deixaram-me pen<.a– tivo. Comentários, inspirações, horizontes novos, particularmente depois da bela festa de Cristo-Rei, passaram-me pelo cérebro, mas de todas as impressões se destacou esta idéa: tene quod habes. . . guarda o que tens para que ninguem te arrebate a coroa. ( Apoc. III-II) "Noblesse oblige"... "A moça de hoje tem o defeito da sua época, sujeita ás muáanças bruscas; a instabilidade vae até a inconstancia." Conheceis de perto êste defeito desastroso, que estraga tantas reüniões e ensaios de festas. Foi êste o defeito que inspirou o artigo da Delegada Jecista e uma página eminentemente prá– tica para as Estudantes, durante as férias: "A nossa Organização não admite a indi– fer~nça e o comodismo que estiolam as mais belas disposições da alma. As férias não devem ser corrosivo que mata a vida cristã, pretexto ou ocasião para destruir ~~ ~ ~ ção, missa, comu– nhão, leituras , obras de zêlo e exame. E parece que várias Jecistas na hora do ' exame enchem pontualmente os quadri– nhos com um vitorioso "Sim" e um não menos corajoso " Não" . E ' uma bela luta e o melhor esporte de férias contra a inconstancia nas nossas resoluções. A instabilidade é talvez antes o defeito das sócias que das dirigente s, porêm a vós cabe a honra e o dever de combater esta praga tão paraense. E por quê não seguís o exemplo das J ecistas em - anotar todos os dias o resultado da vossa luta contra êste defeito no cumprimento dos deveres de estado? A página das vi– tórias e derrotas não serve para complicar a vida espiritual , mas ajuda muitíssimo na orientação da vossa vida interior; alem disto é uma advertencia contínua nas horas de distracção. São êstes os pequenos meios que Deus põe ao nosso alcance para atingirmos com mais facilidade a perfeição . A vida de que vivemos é Cristo . Compenetremo-nos desta verdade funda – mental. A nossa vida é a união com Jesus Cristo, particularmente na hora mais pre– ciosa do dia no contacto íntimo com o Mestre, perto do Coração que vos tem amado tanto. A palavra de São João Baptista é tão actual para vós: "fui en– viado apenas como precursor. Quem tem a espôsa êsse é que é o espôso. O amigo do espôso, que o acompanha , alegra-se intimamente quando ouve a vo7 do espôso. Esta alegria me coube abun - • 1

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