Quero Outubro - 1938

NOVEMBRO - 1938 Revista mensal J. F. C. B. BELEM - PARÁ N ÃO nos move ao publicarmos esta carta nenhum estulto pensamento de vaídade, que seria de ridículo absoluto. Pedimos ao seu destinatário a permissão de a estamparmos, aqui, por duas ra:::ões: a pri– meira, para colocarmos sob nossos olhos êsses conceitos profundos que servem de meditarão para cada uma de nós; a segunda, como um sincero e comovido agradecimento ao grande católico que nos veio trazer, com a maturidade da experiencia e a juventude de uma fé pujante, uma verdadeira transfusão de Jôrça, de entusiasmo e de realizadora alegria. l■I Ili Em Luiz Sucupira, leal na amizade, recto na acção, desassombrado na crença, ajuventude Femi– ni11a Catqlica qe Belem saúda um conselheiro e um exemplo. l■I ci)~~~~~~~~ r Rio, 9 novembro 1938. Caríssimo Padre Tiago Way. - Sua- bênção. Creia-me que já estava arauitectando uma carta para o sr. quando recebi a re– vista "QUERO". E minha carta ià ser a propósito dessa publicação. Li-a na séde da A. C., pois sou tezoureiro tanto da Junta Nacional como da Junta Diocesana daqui. E, ao ler a revista das jovens paraenses, e ao ver a sua fotografia, embora remoçada U!'}S dez anos, demonstração visível da juventude perene da sua alma de apóstolo, eu formei o propósito de mandar-lhe os meus parabens. . "QUERO", no seu primeiro número, é uma publicação de fôle_go._ Q_ue vita~ h~ad: ! Que sentido exacto da participação dos leigos no apostolado . h_1erarqu1co ! _?1 nao fosse querer atribuir-lhe carismas especiais, eu diria que ela mostra muito bem a acçao sobrenatural manifestando-se por seu intermédio. Porque, padre Tiago, eu andei em Belem no ano de 1935. Sondei com olhos c~riosos o grau de vida interior do povo da cidade. E vi muita sup~rficial!d~de reli– g10sa, mas quasi nenhuma, por que não afirmar com fôrça? nenhuma vida religiosa pro– fund_amente vivida. Faltava alguma coisa de palpavel, de sensivel, de vivi d o na9uelas manifestações de fé que eram mais explosões de pólvora sêca do qu.e retumbancias de almas devotadas a Cristo e sua Igreja. . . . Agora, graças à Acção Catolica, graças a um assistente ecles1astico sgbedor e com– pen~trado do seu papel, Belem antecipa-se a Fortaleza na manifestação admiravel de um sentido novo da vida espiritual. Bem diz Pio XI que o assistente eclesiástico é a Alma da Associação. Como achei admiravel aquela afirmativa de Helena Sousa a respeito da "teoria brilhante das virgens que pregaram a fé com letras rubras de sangue ou com pétalas brancas de castas açucenas". · A mocidade feminina hodierna, mesmo a mocidade católica, principalmente a mo– cidade católica, para tristeza nossa, esqueceu inteiramente o exem~lo dessas virgen_s po– derosas. E preferem pregar mundanismo com lábios rubros de baton ou escandallzar o próximo com as pétalas brancas dos corpos desnudos, porque o mundo assim o quer e a moda assim o exige. Sacrificam a saúde em noites e noites de danças vi o 1 e n tas e perigosas e não querem dar a Nosso Senhor meia hora de meditação ou simples cinco minutos de sa– crifícios pessoais. Daí minha admiração por êsse pugilo de moças que bradam bem alto um QUER O diferente. Diante da moda que quer o esquecimento dos deveres cristãos elas bradam QUERO o cumprimento da minha fé cristã; diante do mundo que quer o gôzo da vida, elas bradam Q U E R O sacrificar alguma coisa por Jesus C risto, que tudo sacrificou por mim. Que beleza êsse aposto 1 a d o benéfico da moça de sociedade! U ti lizar-se dos seus encantos, do seu prestígio na sociedade, dos seus talentos, aa sua inteligencia e da sua virtude para levar essa sociedade a Cristo. (Continua na página 4 )

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