Quero Outubro - 1938
J. F. C. B. BELEM - PARÁ ~ue~o 20 ' ~~-------------------------== ~~~::;::::::=~==::::::::::::::::::::::=:=:=:~========~ O Padroeiro da Acção Católica - -- - ~ ~:::::::::::::::z::~_~_:::::::___?-~_?~~33~1;~~~~=~=3 I:_=:_=:_=:_=:_=_=:_=_=:_=:_=_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:_=:._=:_=:_=_=:_=:_=:_=_==! De um artigo de: l- i F. HENRIQUE TRINDADE, O. F. M . 1 1âli ARECE um padroeiro um pouco incó- 1~ modo . . . Assim descalço, sem chapéo, com o hábito velho e remendado, sem perga– minho, sem bilblioteca ... Va iado pe los garotos mal educados, com os pés na lama, beijando e abraçando leprosos, com.endo o pão da es– mola .. . Sem ter uma sala para receber seus clientes, morando na grande casa de Deus e dos mendígos, sem arquivos nem fichários ... Eis o padroeiro pouco cómodo da Acção Católica . . . São Francisco de Assis . . . o Poverello .. . , Entretanto, não ha dúvida : é ele mesmo. P io XI, que nos governa gloriosamente, e5creveu em su a encíclica Rite expiatis, de 30 de abril de 1936, o seguinte: " Este ~anto (São Fran– cisco de Assis) foi designado pelo nosso ante– cessor imediato como padroeiro da Acção Ca– tólica, porque nos foi dado pela Providenci a d ivina para re form ar não só a turbulenta época em que vivia, mas a soci edade cristã de todos os tempos. Acertado será, pois, que aquêles de Nossos filhos que, â nossa ordem, trabalh am no mesmo terreno da Acção, procurem recordar e exa ltar tanto as obras, como as virtudes e o es– pírito do Será fko Patriarca... e procurem propôr á fi el imitação dos cristãos aquêles ideais de santid ade que ele em si reproduziu , copian– do-os da pureza e simpl icidade da doutrina evangélica" . Não ha dúvida, o patron o da A. C. é o Poverello. Por isso o mesmo gl orioso Pontífi ce, em uma alocução de !9 de março de 1927, di sse que "a piedade e sa ntidade francisca nas devem constitu ir a essencia da A. C." Pois, traba lh ar na A. C. é, em ultima aná– lise, traba lha r pelo Rei no de C ri sto. O ra, São Francisco de Assis, exclamando logo depois de sua conversão, que era "o arau to do grande Re i" , mostrou aos ladrões que o in terpe lavam e aos ladrões e aos homens honestos de todos os tempos, como era vasto seu programa . Que queria ele? Não queria nada e queria tudo. Pois queria apregoar o amor do Rei e para ele conquistar todos os amores. Mas os homens, seus irmãos, não queriam receber os ra ios benéfi cos de J esus Cristo, assim como hoj e não o querem tambem. Os motivos de en tão, quais os motivos de agora : ódios profundos, riquezas exageradas, sensua– lidade escandalosa . Francisco de Assis gritou, mas gritou sua– vemente: as co isas tin ham que mudar, o sangue de C risto não corrêra inu ti lmente sobre a terra . Pregou a pureza, pregou pura e sim– plesmente o santo Evangelho. E teve re– sultado surpreendente a sua pregação, porque a sua vida era , tambem, pura e simplesmente o sa nto Evangelho . Eis o que o Santo Padre, de certo, diz aos novos apóstolos da A. C. : - Se quereis prega r o santo Evangelho, vivei, em primeiro Jogar, éste Evangelho santo; se quereis di latar o reino de j esus Cristo, funda ~, primeiramente, este reino em vós mesmos, profundamente. Olh ae para São Francisco, o verdadeiro Arauto do grande Rei .-A vossa formação seja a forma– ção do Amor. Que só uma cousa vos entristeça: o vêrdes que o Amor não é amado. Que sus– pireis só por uma recompensa : amar como o Amor e como o Amor sofrer.-Para que possaes falar de paz, enchei de paz o vosso coração e forma e sempre um ambiente de paz ao redor de vós, para que os homens acreditem na since– ridade da vossa mi ssão. Procurae os pequenos, os pobres, os operarios; os doentes, os le prosos até se preciso fõr. Foi assim que São Francisco fe z. Sem leis, sem organizações, sem tra tados , reformou a sua sociedade tão semelhante á nossa, levou-a para Deus .. . , Então se compree nde, porque, justamente, o Poverello é padroeiro da A. C. E a gente já acha que ele é um padroeiro cómodo, sumamente humano, que nos ensina (o que antes, talvez, era um mistério para nós) que o nosso tra balho, por grande que seja, é quasi nada, se não vêm valoriza-lo a cruz e a graça de jesus Cristo. São Francisco, meu Pae seráfico, estendei vossas mãos chagadas sobre a Acção Ca tólica Brasileira.
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