Quero Outubro - 1938

15 J. F. C. B. BELEM - PARÁ ~~~~ .,,._.....,,, ....... ~ tôdas as jovens trabalhadoras. E' tão duro estar só ! ,,. A que heroicos sacrificios as arrasta o amor pela Obra e o desejo de lhe ganhar almas ! Uma jocista, depois de haver tra– zi do ao j o cismo tôdas as raparigas que trabalhavam com e Ia na mesma casa, achou mais generoso procurar outro lu– ga r para ir exercitar o seu zêlo em terre– no mais bravio. Foi ma I recebida pelas novas companheiras que a hostilizaram. To– dos os dias lhe arrancavam o emblema de jocista. E ela, sem se irritar, contentava-se de substituí-lo por outro. Vendo que não conseguiam alterá-la, ao cabo de uma se– mana deixaram-na em paz. A pouco e pouco · a sua paciencia acabou por provo– car a admiração. Atraídas por tanta bon– dade, as operárias, que no princípio a ha– viam perseguido, aproximaram-se dela e procuram a sua companhia... E' a con– quista á maneira de S. Paulo: "fazer-se tudo para todos para salvar todos". Neste caminho austero nada as de– tem. Uma dessas operárias católicas vê uma companheira sem trabalho e sem meios para sustentar e tratar a mãe doente. Cede-lhe o seu emprego antes mesmo de saber se poderá arranjar outro. O seguinte caso é mais admirável ain– da. Nurna familia de operários, composta de pai, mãe e cinco filhos, adoeceram gra– vemente a mãe e a filha mais velha que era jocista. Como êste penoso estado de coisas ameaçasse prolongar-se indefinida– mente, a presidente da Secção Local de J. O. C. F., operária que não tinha pais e vivia só, ofereceu-se para ir tratar das doentes, governar a casa e cuidar da res– tante familia. Despediu-se da loja onde era caixeira e foi para aquela pobre morada desempenhar-se da sua caridosa missão. Contam as jocistas dêsse mesmo nú– cleo a impressão que sentiram ao ir encon- tra-la, uma noite, de volta do ensaio dum côro falado em que todas tinham acabado de tomar parte, já entregue ás lidas domés– ticas, fazendo a ceia da sua familia adoptiva. . . . Tudo isto é, já em si, belo, gene– roso, louvavel. Mas se ao considerar casos como os ultimas citados, - reflectirmos nas passiveis consequencias de semelhantes actos para quem os pratica, se pensarmos nas privações, nos sofrimentos, nos cuida– dos a que por-ventura se arriscam, não sabemos como exprimir a admiração que nos domina. . . Bendita fé que transporta as almas a tais alturas e assim as leva, com tanta simplicidade, a estes prodígios de abnegação! ................................................ Jocismo entre nós Patronato "S. Vicente de Paulo" De entre todas as organizações da A. C., é a Joc, decerto, a que mais póde influir na recristianizacão do mundo. De fato, a apostasia da massa operaria é um pesadêlo para os que se preocupam com os graves pro- . blemas morais e esp irituais . Recristianizada essa massa, podemos dizer que se espancaram, do horizonte social, pezadas sombras ameaçadoras. O Cardeal Cerejeira, no congresso j o c is ta de Bruxelas, em 1935, saúdou nn Juventude Operaria Catolica : "uma grande esperança que atravessa o mundo." E'. pois, intenso o nosso júbilo ao podermos registar em Belem, alem do Grémio de Moços Cató licos, a existencia do Patronato "S. Vicente de Paulo", em que se congregam as operárias, enfile iradas na A. C ., dentro dos moldes jocistas. No dia 2 do corrente, êste grémio fem inino de– monstrou sua alegre at ividade e fraternal união, numa interessante festa . Suas reuniões são á noite, sob a direcção das Irmãs Vicentinas; aí aprendem uteis trabalhos adaptados á sua classe e estudam a religião, preparando-se para viver de uma fórma verdadeiramente cristã. Dentro da '' Juventude Feminina Católica de Belem", as jicístas, as jccistas e as jocistas, de mãos dadas, num só coração e numa só alma, defendem, na nossa terra paraense, o património da verdadeira fé, dentro dos lares, Jas escolas e nas grandes colmeias que bão as fábricas e as usinas. No proximo número, abriremos uma "Pagina jo– cista" especialmente dedicada ao movimento operário.

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