Quero Outubro - 1938

J. F. C. B. BELEM. PARÁ 14 quero ~~~~---~ _.._._............., ~ _, -- .,.....,.._,..._, - ' TRANSCREVENDO ... Na Brecha ~--:::.~,=~=~~=~~=~~~~~~~~ 9Margarida 9ttagalhães ll7f' Juventude Operária ~ Católica Feminina ocupa tambem um lugar de destaque na obra de recristianização do ope– rariado. C o m inexcedivel espírito de abnegação têm as jovens operárias conse– guido maravilhas junto das suas compa– nheiras de trabalho. Em certos meios cor– rompidos aparecem-nos como anjos de luz no desempenho da missão de arrancar as : almas à escravidão do pecado, de trazê-las á posse dos preciosos tezouros e das ine– fáveis alegrias da vida cristã. Logo no despertar do movimento jo– cista deram provas da mais sublime dedi– cação. Levadas pelo ardor do seu zêlo, algumas dessas primeiras jocistas belgas que ganhavam bem a vida como borda– deiras e costureiras de vestidos e roupas brancas, deixaram a sua profissão e em– pregaram-se em fábricas afim de poderem lidar mais de perto com as pobres operá– rias desamparadas e expostas ás piore s tentações. Sofreram naqueles meios: imoralida– de, impiedade, grosseria, miseria moral. tudo ia feri-las nos pontos mais sensiveis das suas almas crentes, puras e delicadas . Mas ~ervia-lhes de compensação a alegria de serem as consoladoras de almas infeli– zes e o apoio das que, sem elas, não teriam resistido â tentação. E são tantas as que, entregues a si mesmas, carecem dêsse auxilio .. . Pobre" A ]. O. C. F. raparigas sem defeza contra o mal que as solicita de todas as formas e tanta vez as desgraça! " Estou farta de viver! " con– fessava certa operária de 16 anos a uma companheira. "Por quê"? "Saber tudo o que sei, ter visto tudo o que vi! Prefe– ria nunca ter existido!" Outra, de idade de 17 anos, dizia a uma jocista que lhe emprestava todos os mêses o jornal "J . O. C. F.": "Olha! torna o teu movi– mento conhecido; fala nele sobretudo ás mais novinhas. Se tivesse chegado ao meu conhecimento quando eu tinha 14 anos, seria hoje aquilo que tu és. Agora é tarde, estou muito longe ... Sabes? Pa– reço estar sempre bem disposta, mas no fundo sinto-me infeliz, aborrecida (dégoil– tée) de tudo." Hã, porem, resultados mais conso– ladores a registar na propaganda do jo– cismo: uma operária lutava quanto podia a-fim-de se não deixar contagiar pela des– moralização da fábrica . Completamente só e desamparada, sentia que ia fraquejar quando ouviu falar da J. O. C. F. Foi a sua salvação, como ela própria confessa, acrescentando: "Agora não me pouparei ~ nenhuma canceira para a fazer chegar a

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