Quero Outubro - 1938
9 J. F. C. B. BELEM - PARÁ ~----~-~....----_,_..._,._,..~ ............. ---~ desassombro de nossos princípios podemos dar um testemunho da seriedade de nossa vida e da vitalidade de nossa fé. A conversa de uma moça católica não deve acoitar a maledicencia, não deve ter reticen– das equívocas; deve ser alegre, sem ser taga– relice que mais parece chilrear estridente de periquitos que expansão de espírito. Uma moça católica, ao fazer visitas, não t.!eve ter apenas a preocupação de pôr em dia o seu "carnet" social; deve ver, atraz dos cor– pos, a alma dos que a escutam. Momentos v a 1i os os êsses. em que nos pômos em contacto - em que Deus nos põe em contacto - com creaturas, talvez descren– tes, a quem a nossa fé pode e deve fazer um grande bem. Visitas de pêzames, visitas de parabens, visitas de cordialidade, visitas íntimas ou de ceremónia - todas são instantes preciosos que Jevem valer para a Eternidade; a todas devemos levar -- como a Virgem da ''Visitação" - o Cristo palpitante em nós, feito dádiva de nossa riqueza, transbordamento de nossa plenitude, alegria santificadora da nossa caridade que deve ser tudo para todos. c)-A PALAVRA-Nós, moças católicas, devemos nos servir da palavra, empregando-a no bom combate da fé. Nossa "palavra" deverá ser verdadeira porque somos discípulos d'Aquêle que disse "Eu sou a verdade". Depoi s ela deverá sêr con– victa. Se não vivêrmos aquilo que pregamos não poderemos dar á nossa palavra o calor, o fogo, que a tornarão comunicativa, e que irá aquecer e iluminar as outras almas, a quem ela se dirige: '.'Porque do que está cheio o cora– ção é que a bôca fala." A palavra deverá tambem ser eslarecida e sã. Devemos procurar sempre falar em coisas úteis, defender os que são atacados injustamente, pugnar pelo direito e pela justiça, chamar al– guem ao caminho do dever. "A fé nasce da predicação, a predicação da palavra de Cristo ". (S. Paulo - Epístola aos Romanos) d) -A AMIZADE-Jean le Presb-ytre - A falsa amizade - Reconhece-la-hás por êstes sinais: Ela tem por or_igem as qualidades fisi– cas, antes que as q u a I ida d e s morais. Nasce muitas vezes, repentinamente. Ela é turva e inquieta, dissimulada. Ela é invejosa, exclusiva, irascível. Ela é egoísta, interesseira, exigente, e anda sempre em busca de manifestações sensíveis: presentes, bilhetes, encontros ... Ela tende a mesquinharias sem nome, mata todas as afeições belas, nobres, necessárias. Ela absorve e envelhece a todas as ener– gias do coração e acaba, ás vezes, no naufrá– gio da virtude. A falsa amizade é tôla, ridícula e funesta. A verdadeira amizade - Esta é um en– contro, sobretudo espiritual. As qualidades da alma nela desempenham o principal papel. Forma-se progressivamente. E' discreta, mas sem misterio. E' firme e confiante. E' dom de si mesma e não procura inquietar-se com g os os senti– mentais. E' sociedade cooperativa, de auxílio mú– tuo na arte de bem viver. E' sindicato de iniciativa para o estímulo das actividades. E' sobretudo, segundo a bela palavra de Bossuet, "um intercâmbio para se ajudar reci– procamente a gozar de Deus ". A verdadeira amizade a u xi 1ia a melhor compreender e a melhor viver a amizade do verdadeiro amigo: Nosso Senhor Jesus Cristo, que deve partilhar de todas as amizades ter– restres. EXE~.IPLO PARA O BRASIL A juvenude operaria da Belgica tomou II iniciativa de erigir grandes cruzeiros á margem das estradas de rodagem, afim de elevar a Deus os pensamentos dos vi– andantes e ao mesmo tempo dar testemunho publico da fé em N. Senhor. Era certamente um belo exemplo para o Brasil, terra de Santa Cruz e dos cruzeiros que ,tinda hoje se levantam á frente das casas nas regiões do interior. O sr. dr. Mario Ramos, que tanto se de - tacou na defesa Jas emendas religiosas na Constituinte, resolveu imi tar o exemplo belga e fez executar em ma– deiras de lei grandes e artísticos cruzeiros para serem levantados em pontos determ inados das estradas. Um dês te s cruzeiros foi enviado ao sr. Bispo de Taubaté que o colocou á margem da estrada de São Pau lo ao Rio, á entrada de Taubaté, em lugar bem visivel, sendo a ere– ção feita com grandes solenidades e nssistencia do Pº"º· Na estrada do Rio a Petropolis já foi inau~urado um cruzeiro com a presença de S. Em. o sr. Cardeal D. Leme. -=
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0