Quero Outubro - 1938

5 J. F. C. B. BELEM - PARÁ ~~ -.,,,,.....,,,- ---~_...........,_,..,__ 1-=MOÇRS DE HOJE=-1 Ili O Snr. Albert Flory, homem de letras, muito interessado pelas questões sociais a respeito da Juventude Feminina, resolveu abrir 11m inquérito entre intelectuais francêses, para conhecer a opinião sõbre a moça moderna. O resultado dêsse inquérito, que interesso// um grande número de pensadores. foi publicado no Jornal Católico Francês"La Croix", de onde fa=emos um excerpto. Traços predominantes do caracter da moça contemporânea A moça moderna abriu, enfim, os olhos. E' uma virgem forte. As idéas novas alargaram-lhe o horizonte; não tem mais o espirita romântico, não sonha mais, po– rem age. Quando não é obrigada a tra– balhar, consagra a sua vida à actividade de alguma obra social. Liberta, desemba– raçada das peias absurdas que ligavam a jovem de outrora, ela compreendeu a honra do trabalho. Quando pratíca a re– ligião, esta é mais profunda, muito mais, que a das moças de outrora, que a se– guiam unicamente porque era um uso e era Plegante. Ela não cede, mesmo ante a raridade de um e as ame n to, a uma ''u.iião de conveniencia". Católica, não aceita mais, mesmo o trôco de vantagens materiais, viver toda a vida com um ma– rido livre pensador, talvez anticlerical. A creação de um lar é sempre o ideal de um grande número. Mas, se esta felicidade simples lhe é recusada, ela não se julga uma vencida da vida e procura servir si:!mpre. Se o casamento lhe é concedido, sabe alargar o cor ação para fora dêste ego-ismo familiar, que parecia outrora uma virtude burguêsa. Mais prática que as moças de antes da guerra , mais formada em materia so– cial , ela tem uma instrução mais completa. Em todos os meios, ela forma mais elites que outrora. Goza de uma grande liberdade; in– felizmente, esta liberdade é para algumas a conquista essencial que as entrega a seus caprichos. Ela reputa uma honra ser mal compreendida, mas a realidade, é me– lhor que a aparencia e se ela testemunha, ás vezes, pouca sensibilidade, é por pudor. Na verdade, ela ultrapassa o homem, excepto no plano creador, porque é mais aplicada e tem faculdades de assimilação mais desenvolvidas. E' superior á moça de outrora. Flor de uma época na qual tudo é movimento, onde a necessidade pertur– ba a harmonia dos ritmos, mas, flor assim mesmo; flor, sempre ! Os defeitos A moça moderna não se contenta com pouco. Gosta do confôrto e do luxo, tende a uma excessiva independencia, gastos e distracções. A exagerada confiança no seu valor, julgando-se capaz de se bastar a si propria, e algumas vezes o ego·ismo fazem– na desprezar elementares deveres de fami– lia. Falta-lhe, muitas vezes, tacto para tra– tar com pessoas idosas, deferencia para com os pais; toma uma liberdade exage– rada nos modos e nas palavras e entretem uma camaradagem de a pe e to duvidoso com rapazes. Numa palavra, ostenta cinis-

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