Quero Outubro - 1938

9 ue \'O 3 J. F. C. B. BELEM - PARÁ ~-~ ...-.,-,..,.._ - =~~:::::;::;:~::-:~::-=;::::;:::::::::::;:::;:;:;:::;::~;::::;:::::~:;::::;::::;::::;:::::::::::;:::;:;:;:::;::~;::::;:::::::::::;:::;:~ Ç1Jlaz-ía cio (ia/vario ANTE A I DE MIGUEL ANGELO Ao ver-Te, meu Jesus, aniquilado, Tão ferido, tão nu, sôbre êsse colo, A esconder a tua divindade No mortal desalento do teu corpo; Ao reparar no rosto tão sereno, Onde a Morte se espanta de pousa r, Na bôca - ora tão fria!- onde passou Aquele sôpro ardente: "Perdoai-lhes!" Ao ver como reclinas os teus membros No regaço materno, angustiado, Como a dar-lhe o consôlo - apunhalante ! Dum segundo Natal - sem aleluias ... Ao sentir a ternura que desprende O abandono do corpo divinal, Entregando-se, humano, ã creatura Num dom total das fôrças e da vida; Ao perceber, oh! Deus, tanta grandeza Num manto de miséria amortalhada, Ao ver tamanha dor, tanto martírio A calar a sorrir, a perdoar: - Vem bradando, do imo do meu er, Como oceano indómito, bravio, Em vagalhões ousados de conqui,;ta, Oh! meu Je us! - o amor, o amor, o amor!

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