Pará Philatelico, n. 6, 7, v.3, 1936. 50 p.
7 PAHA' PIIILATELICO •• 1osé Campos Pereira, S. P. P 86; Homero Cabral S. P. P. f2 e 'IDashingtcn Pastana, s. P. P. 72' Nação recem-formada, desligada pelo cerceamento do cordão umbili– cal da metropole colonisadora, sem elementos m-a.ióres do que o patrio– tismo intrins-eco dos seus filhos não podia o Brasil contar com a in~ tegralisação da sua soberania, se não possuísse os cabanas os far– t ar,os, e tantos outros heroes e ab– negados que crearam as barreiras m:oraes que amorteceram para sem– pr e os inimigos ooliticos da oatri~. A pagina que illustra estes· rabis– cos, escriptos ao correr da penna para correspender a uma solicita– ~ão, é . expressiva na revivescencia dessa época separada de nós por um seculo. · O tapuya, dorso ao sol fecundo, flexa em riste, alveja as aves em pleno vôo, sentado na sua igara que fluctua nas mansas aguas de um igarapé como nos repres,enta o de– senho, em volta a matta marginal numa indicação solenne de scena · com;movente de simplicidade natu– ral, - bem a maneira symbolica de r aboclo revoltado, d?. brasileiro aue coniieçava o usufructo da sua inde– pendencia. Ha, da parte de alguns que apre– ciam a psychologia do movimento cabano, a interpretação de que era o indígena o verdadeiro cabana, e, :~nr uma cnnsenci'i.o nronria. rmerem represental-o a flexar o sol. Não ! Parece-me ser erronca es1:.1 interpretação. A heliolataria não era o symbo~0 de nosso aborígene. Elle tinha os seus deuses, desde o Perudá, que impregnava a alma com os filhos do amor; Yacy, qu,e ?)residia á fecundacão dos seres Anhanga, e guarda" das florestas ' Tupá ou Tupan, o Deus maior. Nã~ havia para o Coaracy, o sol fecun– dante, a primasia de um culto como entre os Incas, ou mesmo en~ tre os Aztecas, do Peru' e Mexico. Dahi, a minha admiração pelo de senha que a senhorinha Stella Se– tam escolheu para illustrar uma das paginas de seu incipiente al– bum de sellos do Brasil, que vac apresentar na Exposição Ph.ilate– lica, commemorativa do centen1r:n da pacificação da Oabanagem, e que illustra desde já esta pagina da nossa revista. Quisera possuir -e1'ementos intel– lectuaes capazes de traduzirem o gráo elevadíssimo da minha admi– ração pelo movimento revoluciona– rio que a historia regista com o nome de Cabanagem, pois, só as– sim poderia contribuir com alguma ,efficiencia para glÓrificar os ma– nes da nossa indeoendencia nesta rincão glebaro da· Amazonia. Vale, porém, a bôa vontade.
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