Pará Ilustrado - 1943
FBRRAGISTA~ Slt\ CASA FUNDAD4. EM 1842 .E TRANSFORMADA EM soe. AN. EM 1942 ADMINISTRAÇÃO DE BENS !MOVEIS - Deposilario5 ck maleriaes DENNISON e PELfKAN RUA 28 oe se Tem a R o, 377 COD/GOS .--RIBEIRO - A B C s• ed. - MASCOTE t " e 2• ed. e PARTICULARES Caixa Postal. 77 - Endereço lelegrafico - REDUTO ~ Salão de Expo$ic;:ões ~<A Esportiva» Trav. Ruy Barbosa e-sq. da ~8 de Setembro Secc;:ão de Madeiras Secc;:ão auto-partes «A Motorista» RUA 28 DE SETEMBRO. 372 Secc;:ão de Ferro e Metais· Rua . 28 Je Sel ~mbro, 427 Trai· Beniamin Conslanl . 173 deposito Ferro: llÇO, cimento. arames.. sanilarios e azulezos. Cab.os, correías. lubrificanles. gache!as. correntes e talhas. fogões a carvão SO-ARES. Peças gerais para aulomoveis e ct1niinhôes, Agua-rás UNIVERSAL. Lacquers OPEX para pistola. Radios ZENITH. Pneus. baferias e correias GOODYEAR. Geladeiras e frigorifico13 KELVINATOR. Biciclelas PíiILIPS. Candelabros. Venliladores Pendentes. e mãleriais elelricos. 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Dedica-se ao folclore, às paisagens e tipos campes– tres, qne aprendeu a conhecer durante as- visitas realizadas na qualidade de inspetor das escolas ru– rais Doutor em Filosofia, Letras e Pedagogia, pela Universidade da Havana. E' dos mais representati– vos contistas cubanos, pela sua fidelidade ao,• te– mas tipicamente locais . Neste conto, Carlos Fernandez Cabrera atin– ge uma alta nota dramática, ao narrar a· doloro– sa a-ventura de uma pequena familia de imigrantes nas lavouras 2.çucareiras da ilha de Cuba. OS POLACOS Aquele tipo europeu chegou bem cedo à colonia . Perguntou pelo capataz e Don Pablo lhe saiu ao encontro, desconfiado e carrancudo . - Que é que há, amigo ? - Procuro trabalho . Don Pablo olhou-o, penalizado. ·Era alto, fi. - 26 - Confo de Carlos Perminde-z C.ahrerd {cubano) Této oblíquo de zinco . Soalh<? de táb11as, por onde os ratos corriam ,em mêdo . A am canto, um haitia– no enfermo. Queixava-se aos gritos . Tinha nm im– paludismo que, por vezes, durante os acéssos quase o matava. Dois ou três cortadores olharam, hostis, para o europeu. Pepón Solo, jovem, forte e espa• daúdo, gritou de sua rêde : - Que vem fazer esse sujeito no canavial ? no de corpo. Faces bem coradas, apesar do as- Vai ver que O tipo é da Polícia. ·.. _ e, logo de- pécto débil, e uns óculos intelectuais pousados no pois _ mas que mulher linda a tua, polaco. .. nariz . Sorria com doçura e tristeza .. Tinha um Koffka, que era metido a valentio, olhou-o sotaque que não era inglês nem americano. Tão com raiva : pouco francês . Don Pablo sorriu e disse: -Pepón do diabo, cala a bôca. Senão. .. - Polaco· • Pepón Soto respondeu com ama gargalhada, vi- • - Bem. . . PolacJ>. • • Como O senhor quiser· rou para O outro lado e fechou os olhos . .. - Intelectual. . . funcionário -público. •· _ Aqui poderás dormir, disse Koffka ao po• - Não. Operário : . . trabalhador. .. laco . . - -Deixa- de histórias. Tu não dás para isso. -:.....Ah! - Então e las- vão ficar contigo nestes Aqui só ;e corta cana e ie qnebram pedras. ....-· cafundós ? Bem, nesse caso, vamos para 01 lados - Mas . . . ? Olhe, elas precisam co!!'er~- dis- do rio, onde moram as lavadeiras. Talvez se pos- se voltando-se e mostrando, atrás ªas casas, e jun- sa arranjar algo que te convenha. . to ao palmital, uma mulher muito· linda e nma gu• A palhoça de Merenciana era perto do rin- ria ruiva · cão de Los .GúayabéroS: -Havia por ali um atalho Don Pablo levantou os olhos. __.por onde - c; uzavam as longas filas de ágnas qne, - Bem vá lá ... Vais cair no canavial. • • Tens chocalhando guisos, . transporfavam café para San aí á machadinha ? • - Germán . A negra, de n~degas empinadas, esfregava .:_ Machadinha ? - pergunton, surpreso, 0 as ronpas junto ás agnas claras do rio . E, mais a- polaco · - • diante, completamente nóas, banhavam-se algumas - Claro. . . machado . . . machadinha• • · - Vais jamaiquens.es , em pleno sól . querer .cortar a cana -com as mãos ? Koffka, ao vê-las, den um estalo com a lin- Koffka, o alemão havia se aproximado. Olhon gua, piscon O .- olho e mostroU•!IS &$) polaco. . Este de soslaio a conversa e acudiu em defesa do euro• dirigiu-lhes um olh.ar lânguido e indiferente. Dece• peu : · pcionado, Koffka chamou Merenciana. - Sim, tem sim, Don Pablo, aqui está ... Eu _ Que é que manda O alemão ? _ pergnntou dou esta a ele' - e lhes pôs na mão o cabo da fer• a lavadeira . ramenta-. - Não terás aí um canto para este amigo, - Está certo, está admitido . . . E amanhã, fir. mulher e filha 7 me no canavial . . . 50 centavos, corte e colheita ... Não te posso pagar mais . ' Koffka saíu com o polaco . Ensinou-lhe onde era o baracão dos cortadores . Paredes de pedra. PARA' ILUSTRADO - Dois pesos por semana. (Contlnúa na pág-ina 20 --2-1943
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