Pará Ilustrado - 1943

CIAL PARA «PARA' ILUSTRADO• sozias, antes e depois, sofreram idên– ticas decepções, todas em relação á coragem dos isolamentos. O aplauso contemporaneo póde tambem ser a humilhação mais suportavel. A nos– isa penetração ponde ser analisada porque .não avança.mos a ponto de nos perdermos de vista. Em nossos dias, talvez em maior escala, os fatos denunciam a presença de novos he– rois, vitimas da tecnopathia, palavra que supre· em exatidão o exagero das possibilidades. E é nesse ambiente ge– rado da explosão artificiosa com que pretendem os especialistas atravessar densidades e rarefacções que vamos introduzir observações do nosso pon– to de vista. Vamos falar sobre o de– senho animado. ~'lt\lT (Riomar é o pseudonimo do nosso brilhante confrade amazonense Melchisedeck Cruz, que se acha em Be– Belem por alguns çlias, ten– do publicado cronicas inte– ressantes no "O Estado do Pará" e iniciado, hoje, a sua colaboração no PARA ILUSTRADO). --::::-- Quando o espirito de alguns ho– aens atinje as culminancias da sua capacidade de o ser ar, entra, nttivamente, nos domimos"-~ª imagi– naeão. E' uma das mais sutí~iladas com que a Natureza parece co~en– sar o esforço daqueles que despreza-· ram a realidade, julgando-a demasia– do inexpressiva para as suas conce– pções. Não há, propriamente, um erro nessas direções mas simples prepara– çies para interpretações e descober- Armazem: de Sll'/A tas. Podemos avaliar a tortura de Da Vinci, só, muito só, procurando advi– nhar a forma que a potencialidacle genial do seu cerebro buscava, sem cessar, em todos os recantos do co– nhecimento e realisações de sua épo– ca. Como em nenhum outro existia, nesse homem, a dispersão contínua dos ,condicionamentos. Vemo-lo, num estudo de Merejkowsky, anotar no seu diário-jornal, ainda desconhecido pa– ra ,muitos, um desses exemplos de . a:i;igustia pela incompreensão contem- poraneà, que o agredia, de Aristoteles em punho: "envaidecidos com as ves– tes alheias não ,me permitem usar as minhas próprias". E essa vitima da sabedoria· traçou· linhas gerais que o tempo ainda falta iluminar . A idéia; c~mo o oxigeno, não póde pres– cindir dos. elementos para a combus– tão. Leonardo simboliza uma profun- · da respiraç·ão ,da Verdade. ·os seus Walt Disney é um precursor. Uma sentinela avançada nas fronteiras de uma região extranha. A principio a sua imaginação refloriu nos prados da domesticidade psicologica: char– ges, adaptações, até mesmo plagios facilmente admissíveis no grotesco. Assistimos essa carreira desenfreada dos desenhos, numa revista geral dos acontecimentos, em todas as épocas, numa sequencia que o seu desenvol-: vimento fixava para novas expansões e surprezas do gênero. Uma tregua, enquanto as exibições se decalcavam para crear novas bases, iria se socor– rer dos tratados de ·fantasias. nos simbolismos das mitologias, mil e uma noites, a satira dos pensadores e su– gestões aprimoradas de cerebros ati– vos da cinemanía. Debalde os concor– rentes de Walt Disney se submete– ram ao torneio dá celebridade. Como em· todas as esféras, esses contingen– tes que se alinham· para obedecer .alimentam a espera,nça de uma subs– tituição com à queda do chefe. A téla nos tem revelado a semcerimo– nia desses coman~adõs que se limi– tam ao cumprimento de uma função artistica subalterna. · · O creador de Mikey Mouse não po!'.lià, no entanto, p_revêr o . alcance da sua atuação imaginativa, -quando deu os primeiros p~sso.s d_a _sua obra. A familiaridade com todos os aspéctos termina pela indifereriça ou .pelo odio decorrente de uma imprevisão. Dese– jaria - quem sabe ? - em beneficio da sua ar-te, começar por onde -vai ter- (Continúa na página 42 e Estrangei·ra:s Estivas Nacionais -~ OP.F"~ !.. . ... ,e O Nl P ,. CAIHA POSTAL 305 - 164--Rua 15 de Novembro 164 - T8L8POíl8, 787 20-2-1943 PARA' ILUSTltADO 19-

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