Pará Ilustrado - 1943

J ~ ) 1l (> #1, u t (> E= /Jdu. .,4,du.,,,u Uma casa junto ao monte Palati– no, em Roma. A residencia de Ro– mulo. Uma das salas mobiliada de acordo com a época. Colunas e so– fás baixos . Portas largas para os lados e janela com balcão ao fundo. I:!ela se pode descortinar o monte com algumas casas 'pequenas. Ao . levantar o pano Romulo está senta– do em um dos sofás á D . . Pensando. Depois, levanta-se agitado. Anol– tece. CENA I Romulo, só Oh Remo, oh meu irmão !. . . Tua sombra [me aterra! Que me vale ser rei, se não tenho na terra, Nem um minuto só de repouso e de cal– [ma·? !. . . Os deuses me abandonam; e, esta pobre [alma, E' dada em sacrificio a sua cruel vingança!... (Senta vagarosamente. E, com pezar) Porque eu não morri quando era criança?... Porque nós não morremos ? ?. Filhos de [vestal, Haviamos de crescer; e, para nosso mal, p Oraculo escreveu no rol de nossa vida : " -Remo não viverá. .. Romulo, o fratri- . [cida !. .. " (Erguendo-se novamente, as -mãos para o ar) O fratricida . .. o fra . .. (com desalento) [Triste fatalidade !... Não, os deuses não teem a menor piedade ! Nós outros, os mortais, de seu jugo incle– [mente, Temos que suportar a angustia permanente ! (Vai escurecendo).. Qual !. . . Nossa mãe foi mesmo uma loba [feroz! ... E eu tinha que ser lobo, e selvagem e atroz... Remo, meu pobre irmão !, foi o sangue o cul– [pado. .. Que se pode esperar de um rafeiro assanha– [do? 1. •• (Deixa-se ficar em silencio . Escurece de todo . Entram dois criados, Romulo não lhes presta atenção. Acendem as luzes da sala. Quando passam _por Romulo, curvam-se até o chão) CENA II (Romulo, os criados e depois Fabiano e Tulio) Um criado Dois patricios, senhor, te mandam perguntar Se os podes receber... Romulo Pois sim, manda-os entrar (Saem os criados. Entram Fabiano e .Tullo) Romulo (com l..Ull gesto âe saudação) Viva ! Que é que vos trás aqui, a esta [hora? ... Roma pegando fogo ?. . . O Tibre dando o . [fora? . . . Ou, por Marte ·!, fugis ás furias infernais Que viveis provocando, imprudentes mor– [tais ? !. . . Tulio (rindo com a tirada de Romulo) Nada, senhor, bem vês que, por felicidade Temos a proteção de tua grande amizade. .'. Fabiano E, assim, ninguem será capaz de nos tocar. Romulo Talvez tenham razão . .·. Mas não é bom fiar. Eu mesmo, vejam só, com os paréntes não [conto. Tulio Parentes? .. . Romulo Sim. . . e então? .. . Os deuses . E ando tonto, Sem poder suportar o horror de seu castigo, Como qualquer mortal, tremendo ante o pe– Tullo [rigo !. . . E te escondes por isso ?... Romulo E me isolo e me apago. . . Fabiano Dos que te querem bem ?. . . Ora !.. . Romulo E então ?. . . Se eu trago, A pesar sobre mim, inexoravelmente, Da imortalidade o ferrete candente ?••• Se todo o Olimpo clama e pede que se faça, A mais alta justiça ?. . . Ah ! um deus na [desgraça, E' pior do que um cão pirento entre os mor– [tais !. .. (Faz uma pausa demorada; depois, mu– dando de tom) E agora, que recebeis a causa de meus ais, Já. podem ir... · ; ~ 'l'ullo Mas, não, Romulo, não.. . nós somos Solida.rios contigo; e, certo, lastimamos •.A magua que .te punge. Fabiano E' nosso o teu pezar !... · Tulio · E viemos aqui somente p 'ra avisar, · _Que o povo amotinado, esbraveja e murmura;,. Querendo que lhe dês um ar de tua graça... Fabiano E querem ver o seu rei. . . Se o não vê, · Tulio E grita e berra e clama... Romulo [ameaça. . . E isso que é que importa ? . . . Fabiano · Muito, Romulo, muito. ·- A . gente se con– tforta, Vendo · o seu Soberano, sabendo que ele Assim. . . [existe ... Tulio Assim, é claro, eles pensam que assiste Razão aos que . já ~ão minando o teu pr~ [tigio... Fabfano Que tens passado mal. . . que é findo o teu Tulio [fastigio . . . · Dirão que os deuses teem, teu remorso acir– Quebrado o teu poder. . . [rando, Fabiano E estão te castigando... Romulo A mim?! ... Um deus tambem? ! . . . · Tulio Pois é, um deus tambem.. . E tu não deves dar esse gosto a ninguem. Fabiano Um deus não tem remorso ! . . . o que faz é [bem feito .. . ' Tullo E' a instancia .final, sem agravo e sem jeito... Romulo (pensativo) Talvez tenham razão . .. o que eu quero [é vencer, Este enorme terror que me faz padecer, E em balde, sacrifico aos deuses imortais. . . Ein balde !. . . E estou a crer que riem dos [meus tormentos, E sentem até prazer, vendo os meus sofri- • - [mentos . . . (exaltando-se) . Ah ! não .queiram saber como os deuses - [abusam. .. Discrecionariamente, as ofertas recusam; E não ha sacrificio e não ha penitencia, Que dobre ou diminua a fera onipotencial... (Contlnúa na página. 50 ), Grandes Fabricas de Moveis de~· -- J. KISLANOV & IRMAO Dormiforios modernos, êstilo "Ct1rioca ", em legitima. rnac~c~ubo, com 6 .peças-695$000. Camas para. casal. com telas, estilo "Paulista", em macaca.uba. de 1a. 9ualida.de -_98$000.. 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