Pará Ilustrado - 1943

(J. eátudante (!tetuli0- 1Ja1igad m,un mac;nic{ic6 ~'11 de Andié eaiM/uwvii André Carrazzoni é · uma das maio– res e ma is festejadas expressões do jor– nalismo brasileiro. Inic iando a vidá de imprensa, ·árdua porem nobre, em sua f·erra natal - o Rio Grande do Sul - fê-lo de modo a impor-se, 'desde logo , ao apreço dos que se !ornaram fami– liares aos fulgores de sua pena , refle– tidos nas colunas dos grande_s orgãos àe pensamento daquele Estado. Reu– nindo na sua personalidade uma inte– ligencia de escól. esplendida cultura e qualidades morais inexced íveis, nas quais se destacam a inflexibil idade de caráter e a ilimri ada generosidade de coração, esta va assim dest inado a ler a ele vada projeção em que se encont ra di rigi ndo um dos mais imporla nle jornais da ca- - pilai do país. No seu longo tirocinio de escrever para o publico, por intermédio da im– prensa ou de livros , há sido um exce– lente servidor das letras naciona is. Edi– torial firmado por André Carrazoni é, a um tempo , fonte de encanto para o espírito e aprendizado de ludo de mai s belo e util que possa concorrer para a formação mora l, cívic a e inleleclual do ind ividuo. Assim lambem são os seus trabalhos de ma ior en vergad ura e com os qua is vem conlribu indo para enri– quecer a lileralura b rasile ir.i e !lÍanlê-la á allura das gloriosas tradições que lhe deixaram grandes e inesqueciveis nomes doutras geraç_ões. Há poucos dias ainda, para de leite de seus leitores, que são inumeros em lodo o país , o eminente jornalista pu– bl icou um o pusculo a que deu a suges– tiva des ignação de •Perfil do estudante Gelulio Vargas, . · E.', como se depreende desde logo. o relrospéclo duma das fases mais inle– ressantes da vida do estadista que, a ASTROS DO c1nemA 1,tianâd– f!ecl.eiet e] -o.an 15ennett -B - partir de 1930, permanece á frente dos destinos brasileiros. Mas é uma revi– vescencia em lodo o sentido agrada vel: red igida em linguagem escorreila e amena, André Carrazzo ni fi ~a ás . prin– cipais passagens do tempo de · e~ludanle de S. Excia. , fazendo-o estribado na verdade e em lermos comedidos. sen– satos e desp idos assim das louvaminhas que lanlo reduzem o valor de certas obras do mesmo genero . Dá-nos a conhecer o ilustre escrilor pormenores c-uriosos da personalidade do aluai chefe da Nação, que, ainda no per íodo da ju ventude, se revelava ;:iorlador de admi rav eis requisitos mo rais. E' assi m que sacrific ou a irreprimi vel vocação para _a profissão militar - sonho afa– gado desde a menm1ce - para em– prestar a sua solidariedade aos colegas, caneles da Escol a P repa ralo ria e de Tá ti ca do Rio Pardo. excluidos disci– plinarmente por. culpa que êle não co– metera. Embora desviado do oficio d~s ar– mas , por esse gesto de nobre camara– dagem, o sr. Gelulio Vargas, que passou a odenlar-se pera os estudos do Direito, não abdicou da disciplina . da coragem, do desprendi mento e da bra vura , que são apana gi os do homem da caserna . Esses alr ibulos o tem demonstrado , realmente, nas rudes etapas da sua vida de homem publ ico. O apurado talo, o bom senso e a pru dênc ia , que são traços marcantes do caráter de S . Excia., André Carrazzo ni relralo u-os de ma neira express iva. Em 1906. quando Afonso Pena . presidente eleito da República, percorria o Brasil de orle a _Sul. para me lhor conhecer o leíl"a e a genl e q ue ia go \·ernar. a mocidade de P orlo Alegre. de que o sr. Gelulio \'o rgas era u111a das expres- PARA' ILUITILU>O sões delacadas, ficou desa vinda com os promotores élas homenagens projetadas ao ino vidavel estadista. cu ja presença era aguardada naquela melropolc. E. em· sinal de proleslo, tornou publico que não participaria dos festejos _oficials, reservando-se, enl relanlo, a satisfação de tribular a sua prova de apreço ao visilante emerilo. Para traduzir o sen– timento dos moços foi escolhido o então bacharelando Gelulio Vargas. De como se portou , nessa incumbencia delicada. descreve André Carrazzoni nas seguintes pala vras: •Houve-se com extrema ha– bilidade e perfei ta medida , no - desem– penho do mandato ocasional. A assis– lencia , que o aplaud.u com calor, tal– vez nem tivesse chegado a suspeitar que o elegan te orador havia tomado parl e sa li en le nas atitudes de desagra vo da fam ili a uni versitária porloalegrense, . Ou tros apéclos da ju ventude do sr. Gelulio Vargas são primorosamente menc ionados , inclusi ve o seu bat ismo nas lides da imprensa , como redator d •O Deba te> - orgão do Blóco Aca– démico Caslilhisla - do qual era re– dator ao lado de João Ne ves, Firmino P aiva Filho e Maurício Cardoso. Nesse jornal sa iram os perfís dos bac hare landos da Faculdade de Direito de Porlo Alegre e de cuja turma o nosso presidenle participa va . O que lhe dizia respeito já mencionava , por essll época . a sua predileção pelos charutos e I focalisava uma das suas melhores virtudes, Ião indispensa ve l aos que go– vernam : • ext remamen te lo leranlc, ou ve, imperlu bavel. dos colegas , Iodas as teorias•. Re veslido dessas caracleristicas de irresisfü•el encanto e subido valor, é lraçado. com pena de mestre, o perfíl do esludanle Gelulio Vargas . São apenas 49 páginas dum opusculo em que a esmerada feilurn mat eri al se harmonisa ás cinlilações dum espíri to como o de André Carrazzoni. Ninguem as deve manusear com ma ior a videz. reflexão e entusiasmo do q ue a mocidade, pois nelas deparará preci osos eslimulos e li:;ões dignificantes de que muile prec isa. Bianor Penalber Devemos a Raimundo Brito P into - cujos merilos de artist a são juslamente pro– cl amad os- a bela capa que hoje inseri mps . P romet e-nos ele, com a fi dalgu ia que o coraclerisa, novos e int eressaníes mo– li l'OS paraenses. que serão fi xados em no~sas raginas, para de leit e dos que nos leem. 14-8-1943

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0