Pará Ilustrado - 1943

1 Ao lempo em que eu era repoder no Senado - 1914 e 1915 - fiz amizade com o general Glycerio. então represen– lanle de São Paulo . O velho f.e publica– no, com aquele faro exlraordinacrío dos homens e das coisas, que foi o segredo de seu exilo na politicij. percebeu logo a minha mania de recolher depoimentos e imp ressrres para um - diario int imo, onde alguns episodios verdacleiros, -mas igno rados , fo ssem anelados, sem perl,– dias , insinuações ou injusliças. -São os pequenos falos, ás vezes insignificantes para o momento, dizia-me ele, que juntas 7 e coordenadas. preparam a hisloria. Repelia , sem querer, um principiq filo– sofico êle Julien Benda . E. como vies– sem "'a lona @s se·ssêes- do Governo Proviscrio de 1889, de que o futuro senador participou pouco depois Qa vi– toria da Revo lução, puxei conversa a respeito das desavenças enlre Deodor.o e BenjamiR. - Eram ambos camaradas e leais amigos, -explicou-me Gl ycerio. Como , porém, os respecl ivos lemperamenlos não se harmonizassem , claro que em breve o ditador e o seu primeiro ministro da Guerra haveriam de se desentender. Deodoro era pela liberdade da imprensa , com umas tantas restrições. Benjamin linha por ela um absoluto fetichismo. Deodoro exigia do jornal isla o aéata– menlo ao poder consti lu ido. Benjamin _concedia ao mesmo jorna li sta o mai~ amplo direito da critica, guardados o decoro e o pa!rioli!;mo. e provada a probidade de pensamento. Mas havia um ponto em que ambos afinavam: era no locante á disc ip lina mililar que não devia ser queb rada com os debates pu– blicas. Na reunião do governo de 15 r: de março de 1890. o dil <1dor explod iu. por çau_sa das ati lu drs do seu compa- ' nheir 0 l oronel Sol o 11. fat ~. já meio: des– gosl oso com o rf'gim~ novo que tan to ajudara a fu ndar. dera pa ra escrever uns ádigos ãma rgo s conlra ·a siluação recem– inaugurada. Escre via é fo la v'a pel os cafés e pelas esquinas. Deo doro:- pediu ao mi nistetio que impedisse Solon" de prosse– gui r. ,So-1.o n virou palriola-· de rtm, in– sisti11 o generalíssimo; e nem comp'arece .ao seu qm~rle _ fulá fomenlando a anar– quia, . Vollando-se ~ara Benjamin: ,Se você não chamar á ordem o Solon, pu– nindo-o: eu o farei., Beniamin ficou si– lencioso·. · Via-se-lhe na fisi~nom ia placida Glycerio. algo afon ico. sorria . R'ec9- mendou-me· que !irasse do caso as con– clusões que qu izesse. Despediu-se e foi pa ra a C omissão de f in anças . da qual em o presidente . Só, andando pelo°s correclo res do co– lonial palacio dos Condes dos Arcos . e.u med ilava na expressão ~p~!riola de rua'•. Em Iodas as épocas, ess'ê cpalrio– la• só apresentava merito qu ; ndo se sacrifi ~ava, pelas revoluções em preparo. Vencedoras elas. passava a ser pertur– bador e incomodo. Solon não escaparia ÍI regra.. . . JOAO PARAGUASSU' 1 ll .&ffo.1iato.w de 13~ da J4,nta, (;ada Direção lecnrca: · DR. J ~ YME ABEN-ATliAR - DK HONORATO NEVES Assislenles tf'cn icos: DR._J . T. ABEN-ATHAR e BENEDITO SA '. quimico-farmaceulico. Serviço de transfusão do sangue Curpo de doadores selecionad-'os. Atende i{ qualqutr HORA DO DIA E DA NOITE pelo fel. 3-4-9 EXECUTA :- lntrodermo reações. Diagnos!ico biologico e diferencial da grovidez. Analises de 5ungue, urina, escarro, pús. fezes , ele. S õro diagnosticos (W idal. W ossermonn, Kohn, Meinick. ele.) Hematologia. Oui mica sanguinea (colorimetria). P rovos fu ncionais. Quimismo g~s!rico. Va– cinoteropio (oulo-vacinos e võcina5 slock). BoderiÕlogio. Exames anolomo-pnlologicos. lnoculn- çê>õ_ Citologi.._ gos cxsudnlos e !ransudolos. . · ·. • COLHEITA DE MATERIAL A Dill,-\ICIUO - SERVIÇO DIUR O E OTURNO PERMA E 'TES · • e evangeli::a o constr~ngimen fo pela in– terpelação . Abo rreceu-se . Era um repu– bl icano s incero . Par ecia-lhe contradit orio castigar em So lon a fa lta ci ue el e e o proprio Deodo ro vin ham prat icando al é á manh ã de 15 de novembro , quando co nseguiram ce rca r e depo r D . gab inete de Ouro Prelo. Depois do incidenle. a que eu , Rny. Üu ir.lino , Wandenkolk Campos Sales e Cesa rio Alvim assisti mos, nunca mai s os do i3 amigos se re– aj uslaram . Benj amin acabou desembar– cando do bonde . .. TINTURAS Um autor dramalico conversava com a famosa atriz Lucinda Simões sobre o fut uro que dese java dar ao seu filho : -O pequeno terá umas tiníuras de línguas , umàs tinturas de malematica, uma·s tinturas de hislo ri~ e geografia e umt:. s tin turas de maqu ina. Mas . não re– solvi ainda para onde de_vo em::~minh!}-lo... -Tai vez fosse bom enlr_egar-Jbe; -uma · tinturaria . . . retrucou Lucinda, sorri– dente. -------------------------:, • CODTRA QUALOUeR ·ooR: PAAfflACIA e DROGARIA 1»ne4, 38 Belem ~ Pará ~~ ~ a.= e Rua Santo Antonio · N. 0 s 61 a 67 ~ JJ~, 325 1444 ~ Brasil ~ :J 14--&-1943 PARA' ILUSTRIDO - -5- ._ ...

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