Pará Ilustrado - 1943

o gncílnT□ □ íls pgougníls me li vesse sugerido os quadros do Novo Testamento com o Divino Mensageiro cercado dos seus discípulos, todos ou quase lodos os pobres pescadores. como a gente de Saquarema . E aconselho a lodo~ vocês, que nunca foram lá, que tomem. hoie mesmo , o onibus , ali em Nileroi . p~ssc.-m Ires ou q-uatro horãs ~ CIDADES ~ ~ Eu evocnva, a semana passada, o en– conlo que leem certas cidades do interior, brasileiro nos quais nasceram alguns dos nossos maiores homens de pot'sio e de pensamento : o encanto da cidadezinha cearense de Alencar.- o encanto da cida– dezinha mõrãnhense de Gonçalves Dias, ele . E ,ugerio que es5õs cidades procu– rassem guardar. em· museus locais. as reliquias que desses hQJ11ens ilustres ainda exislani . Prolongando um pouco aquela ~uges– fão, acho que haveria outra coisa igual– mente inleressanle a fazer - seria orga– nizar-se uma especie de anlologia , en– cerrando ludo o que com referencia a essGs pequenas cidades, onde eles viram a-- luz, escreveram esses homens ilustres. As pequenas cidades, leem. :iem ·du vi– da. uma . poesia singular. que somente aqueles que nelas nasceram _podem com– pletamente sentir. Trazer uma cidadezi– nha no coração é uma coisa deliciosa . Não lenho essa alegria, pois r1asci nu~a cidade que se orgulha do seu largo desenvolvimento, que não quer que a chamemos senão de grande centro e que provavelmente se acreditará uma mdro.-· pole de real impÓrlanciã. capaz de ser· a Nova York da America do Svl. Em– bora seja assim. guardo dela visões en– cantadoras, nimbadas de uma·. eterna , inéxlinguivel poesia : a visão de um certo rio ll"n!o, moroso, volup1uoso em suas infinitas curvas: a- visão . de a lgu– ~as pontes. coloridas por um ardente sol tropical: a visão de montanhas esfumadas, ao longe, formando paisagens vagas_ .. Mos. em meu carinho pelas pequenas cidades do inferior, já cheguei a adotar sofrendo os suplicios de vasculharem as duas delas. como aquelas em que eu viscer.ils pelas estradas inco'llodas - e gostaria de ler nascido. se me tivesse vão ficar alguns dias em Saquarema . O sido dado escolh~r o lugar do meu nas- cimento. A primeira foi a cidade de encanto da paisagem , a gentileza da Agua Preta . em Pernambuco. Tem um gente - e sobretudo a delicia de certos nome delicioso como se está vendo _ camarões que _a lagõa saquoremense for– nece - ludo isso compensará todos os nome meio in~enuo . gracioso e rude . N sacrificio3 da vi~em, e lhes dará a im- ão sei se hoje não se chamará Joa- pres5ão do que : seja uma terra, de fato quim Nabuco. · tendo tomado o nome dn fel iz. Sim . m_eus amigos : não demorem. estação que a serve com a estrada de V ão a Sáquárema para saber como é ferro. e que leve primeiramente o balis- uma _coisa deliciosa, neste mundo em mo de Agua Preta e adoto u. depois , o que as co isas deliciosas são Ião raras... do grande escritor. Agua Preta é algu- Eis aí como um homem, que não leve ma coisa esplendida - pela ingenuida- o pri vilegio de nascer numa cidadezinha de. a pobreza. a tranquilidade que lá • do in ferio r. !em no coração duas cida- exisle. E' uma cidade por assim dizer. dezinhas do interior. · monacal e vivendo nela, vivt'riamos como se estivessemos num claustro. Acho isso O que eu queria ~ que algum poeta de sens ibilidade, e que ti vesse uma certa magnifico , impregnado de mara vilhosa ironia . ca!'inhosa na sua sensibilidade , ·poesia . Não sei se os meus amigos !ornasse · a ,,i a tarefa de organ-izar uma aguaprelenses o acharão lan lo qu anto S a na!ologia encerrando o reflexo que es- eu. ei, porem. que, quando cursa va a fa culdade de D ireito, Ioda a ,·ez que s as pequenas cidades deixaram na0 alma linha uma oportuni dade , fugia de Recife dos a rtistas que nelas nasceram. uai o reflexç de Mecejana na obra de Alan– para Agua Preta. E me pareciam mara- car? . Oual O de Caxias na obra de vilhosas essas fugas . Gonçalves Oias? Oual o de Angra dos · . Mas. tive que abandonar Pernambuco, Reis na de Raul Pompéia? Oual o de para vir viver no Rio e, como sou de Muriliba na de Castro Alves? Uma an- coração inconstante logo esqueci Agua tol-:;.gia que fixasse ludo isso não seria Prela. foi então que adotei outra cida- uma coisa encantadora? E de uma gran- dezinha do interior - agora Saqu~rema de sign ificação b-ra~ileira? no Estado do Rio . Oue pa ra iso qu e é b 9 u a ·suge;fão· a a fgum poeta que aquele, meus am igos ! Saqua rema é uma estefa nas c-oriaições de ser O anlologis– cida de pequen ina . loca lizada poeli camen- ·la sensivel e ironico que imagino. Ha– le á margem do aslo oceano e de uma verá a lgum drles que ~steja nó caso, e l•no·a minuscula. , unca vi gente mais doce · 1· 'd "a'> u5 que queira rea 1zar a I e1 , e mais mansa do coração, do que aquela. unca vi paisagem que mais fundamente MUCIO LEAO _, _________________________ , 1 Excelente re.medio para as afecções do figodo e d~ ·baço. E' fambem um ótimo el iminador do Acido Urico. Corr ige a prisóo ' de ventre. [I)(j)~[D(D□ [il(!l 8' um PRODUTO FIALHO FABRICA ' TES : Albino Fialho & Cia. . - PílRmílC íl g DROGílR íl cenTRAl .Avenida da Republica n. 43 - - End. telegr: FIALHO Tel.efon• n. 9 - Pará L-------------,---------~ PABA' ILUSTIU.DO -21- ·l

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