Pará Ilustrado - 1943
~ ·--~~~~-:w! !~-~! CAMINHO CHE.10 DE. E.STRE.– LAS Falavam-me da distancia a per– correr. Disseram-me que meus pés sangrariam nas urzes do caminho e que bem antes do término da jornada a noite de todos os desa– lentos cairia sobre mim.. , No entanto, volfarei amanhã. Vol– ta-rei ·amanhã, para te vrr uma v-ez mais, meu amor. INCERTEZA O~ando surgiste. na manha cheia de sol. eu· me puz a pensar se era o sal • ou eras tu quem iluminava a.:.Paisag.em. ... -FANfASIA ! O mar. fugind~ das aguas. tra– zia. alçado ao sol. na crisla das ondas. pera · estende r na praia. o seu lençol rendado de espumas... REALIDADE. O nosso amor. .. Tu 8uiani --JóJú-1,Q,JzJ, Um dia sem ver 11 Vid11, sem ver o Sol. sem ver que ho canfando fóra de nós, no ento nto. · umá Vida e um Sol paro viver! · Todo um di11 sentindo um eclipse totol nas coisas ·· (põrad11s nos seres parados, no mundo parodo. em fudo (parodol Um dia fodo de, impressão mortal, de s,,.nlimenlo (extranho de que desceu do céu uma copa de esfonho sobre os ombros do mundo surdo-mudo ! E de que êsse est,,nho soldou. por todo o sempre. o tudo, nossos senfidos, todo o nosso ser. -Um dia sem te ver! Um dia infeiro de cegueira de nascença 1 Um dio infeiro levando pesos morfos nos pensamentos hirfos, no emoção suspenso 1 Um dia infeiro tentMdo. cm viio, arrancar do silencio ôco e porolí(ico ao menos um 11rremedo de êco á nosso voz desesperado de agonia ! Passar um dia nfroz em companhia de nós n1esmos, (qo=do a gente !lente que esse dia eslã com os nervos doendo ! Um dia sem te ve~ ! Um dia todo enlerr11do vivo em nossa própria vida, chorando ~ envelhecendo, envelhecendo e lendo sensação E STE. ano. mandaram os ditadores da moda fosse a mulher loura a que devia imperar no reinado da beleza . Está daro que quém as~im decidiu foram cons– pícuos cidadãos dos Estados Unidos da América do Norte. Claro está . lambem. que II decisão não foi ass im unânime, como al guem poderia supor. E não foi mesmo , porque se os horf1ens vivem a divergir uns d_os oulros por cousa mais trivial. quanlo mais em assunto de !amanha transcendência . como é esse de prefe– rir esle ou aquele lip o de mu lher . A cousa se deci diu. por uma cenquete. a que réspGnde ra m cavalheiros que se dão como entendidos na malé rio. Um poeta a moda do nos:;o Menoli, que lambem fala em louros •Como as esp igas. como os raios de sol e as moeda s antigas•, respondem assim á pergun– la que lhe fizeram :- -Prefiro as louras. E.las têm o sol pr~so denlro dos se11s cabelos e como. em geral. os · olhos das louras são azues , parece-m~ que contemplo sempre um pequeno lrecho do céo .. .• Menos sonhador, um desportista falou assim : -Mulheres louras? Deus me livre! Elas têm, sempre, um .ar• de milioná– rias. O ouro dos seus cabelos lembra o brilho das libras.. . Dão-me a impressão de que não são mulheres iguais ás outras... Prefiro as morenas de tez male e de corpos esguios... Ao final. as louras venceram, mesmo. Mas. as morenas iodadas, as morenas de tez m~le continuam imperando. lambem. Os homens divergem por tudo. para felicidade de Iodas elas... · U i\\A fesla nos dias do_ Império. A revives- cência do faust o das Côr!es. com a gra– ça das princezas e a gentileza dos fidalgos . Rendas e b roc11dos, di1.1de111as e colares. sapa– tinhos de selim. Todo•aquele ambienl e de luxo , espiritualidade. romanlismo, de que foi, pe la úllima vez, teislro, no Brasil, a ilho Fisca l. com o suntuoso baile da Corôa imorlalizado numa página impressionista. de Pompeia . Foi essa f'YOcação maravilhosa que tivemos. á noit e do sabado 17. no salã0 nobre do Tea– tro da Paz. numa s horas de elegancia e d e civismo que o Centro de Estudos Cu llurais. com a inteligência e o devotamento de Ange– lita S ilva ã frente. promoveu . de que se viveu vinle e quatro séculos sem vida MIMI FONSECA é a boneca que hoje, en- c11rregando na alma MOi!ecida Espl1mdiam no salão a graça , o dona ire. a beleza de llka Sllrmenlo Nunes. de E.lza Ma– ciel Perei ra . Maria Lucia Martins, Jaci ra Vas– concelos . Mimi Fonseca . R ulh Caslro , Hele na Rolfé, Celia, Marize e Maria de Lourdes Bu– a rq ue de Lima , S !ela Faciola, Mar ia S lela Ribeiro de Souza. Maria Rosa e Maria de Nazaré Sarmenlo de C arva lho. um planeia de cinza e de c11rvão feifa • Vifrine com a graça de seu sorriso. -Um dia sem te ver I o encanto de sua presença. -14- PARA' ILUSTRADO 31-7-194~ •
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