Pará Ilustrado - 1943
NlODAS NlODOS - O presente comentario vai girar em torno dos chapeus fe– mmmos. E' um assunto, aliá.s, tão vasto que daria margem ao cronista para · um substancioso estudo. Nada mais complexo do que a simplicidade das coisas. E a moda, á primeira vista tão exterior, tem raizts profundas na historia social Jos povos. E' interessante observar-se. por exemplo, o que vem acon– tecendo, diríamos melhor. q que aconteceu em Belem com os chapeus f~mininos. Desapareceram como por encanto. A· saída dos cinemas, ninguem vê mais uma senhora ostentando essa peça de sua indumentaria . Nem as boinas. que lambem per– deram o prestigio, Ommdo muito, uma fita fozen<lo as vezes de turbante. Ouasi sempre a rêde de malhas. Objetar-se-á que temos em vigor uma postura proibindo o uso dos chapeus nos cinemas e teatros. Muito bem. Mas isso mesmo ha no Rio, que nem assim deixou de ser até hoje o para1so dos chapeus. A pro ibição visa apenas o cha peu nos c inemas, isto é, du– rante a sessão, a ex ibição do fil me. Finda a função, a se-• nhora, a senhorita tem o d ireito de colocar o chapeu na ca– beça e deixa o espetaculo. Cá fóra, a parada da elegancia não dispensa, antes exige esse objeto de adorno, fãa 1mpres– cindivel ao complemento do vestuario das mulheres. Dissemos, acima, que o Rio é o paraíso dos chapeus. Po- · deriamos acrescentar : Recife. São Paulo, Belo Horizon te, Porto Alegre: Por aí tudo ele é obriga to ri o, taxa tivo , mfalivel, pon– tual. Esteve, está e estará na moda. A propr1a elegancia das mulheres faz questão que ele permaneça fiel ao seu destino, ao seu belo destino. Mas . por que Belem se arrogou o direito de abolir o cha– peu femini-no. Afinal de contas, isso não é moda. é um modo de Jesrespeitar a moda ... E' digno de regislo especial o geslo da colonia siri o - libaneza, ofer!ando ao inlervenlor federal . coronel Magalhães Barata . um cheque de lrinla mi! cruzeiros para serem gaslos em obras de assis– tencia social. f aios como esse revelam . antes de mais m1da , a perfeita identidade de seus promotores para ·com a nossa terra e a nossa gente. Ao contrario de tantos outros extran– geiros, que fazem fortuna - no Brasil e vão gosar os prove1_1los em suas palrias, os sirios-libanezes preferem se irmanar conosco, vivendo a mesma vida· comum. Com o tempo eles eslão perfeitamente identificados ao nosso país, aos nossos costumes, constituindo . muitas vezes, aqui mesmo suas familias, ajudando-nos com o seu trabalho e com a sua fraternidade. Parecendo embora um oaradoxo. o fato é que os sirios-liban~zes acabam sendo mais nossos pBlricios, como se intitulam. do que outros po vos latinos, não obsl:rnle as profundas -diferenças de raça e de lingua. Ouan!o aos de Belem, Ião" nossos amigos , tão afins conosco, não nos lem– brnmos siquer de sua origem exlrangei– ra. porque ha mu ito os consideramos verdade iros parae-nses, amando esla terra e amando esle po vo . E,dg,a,"17J~ e '2)e &,n,tr,0,d- 1l~ ~Mó- n(). ~.dnw. nllJneJl,C.. O coronel Magalhães Barata no Radio Club do Pará -B- PARA' ILUSTRADO . 'ão obstante s ua inlensa atividade. colocada sempre a serviço dos inte– resses do Estado que administra com patriotis mo , o coronel Magalhães Bara(a procura prestigiar com a sua presença as solenidades de cara ler civico e social. O flagrante ao lado, · que é inedito, foi apanhado quando o eminente che fe do Estado pro– nunciava al gumas pa lavras ao mi– crofone do Rad io Club do Pará, por ocas ião duma encantadora noi– te de arte. 31-7-194:)
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