Pará Ilustrado - 1943
um baile. O senhor pôde perfeitamente ler notado como os moços de lodosf os tempos aceilam facilmente convites feÚos por terceiros ?! A festa era em casa de um comandante da flotilha do Amazo– nas. que ficava na Estrada da Consti– tuição. Tínhamos que pagar. ou o bon– de da !ª linha, que ia para Nazarelh. ou o bonde de São José. que passava em frente do cemilerio da Soledade. Afinal opiamos por este. O veiculo do– brava na travessa Dr. Moraes, e depois quebra va para a Estrada de São Braz. no Canlo da Viração. Aí, ele tomava uma .seta. O bonde em que iarnos. seguia va– garoso, pela Estrada de São Brnz. es– cura, marginada de cercas. e sem ler ao menos, passeios de cimento que lhe bordassem as marjens. Ao silvo do chi– cote, as pilecas marchavam. quasi a passo, enqu1rnlo que o cobrador. agar– rado aos balaustres , fazia a cobrança , pelo lado de fóra. Afinal. o carro al– cançou ·a estrada •2 de dezembro• , e nós salfamos mesmo em frente a eslan– cia de .Ananias Reis• . O bonde rumou para Nazarelh . e nós enveredamos para a Estrada da Constituição. Jõ da esqui– na, avistamos a casa toda iluminada a gaz, onde se dançava. Um •Sereno• enorme, quasi que enchia a rua . A vi– venda, que eslava cheia, era alia, com Ires janelas -de frente, · e com entrada pelo jardim, ao lado. ficava enlre a Eslr.:id a acima mencionada e a travessa do Príncipe. Em frente, passava a Es– lrç1da de ferro. Algumas familias com crean;:as se retiravam. Oue vozerío e agi tação por Ioda a parle, santo Deus!. .. ■■■ •••••••••••••••••• O melhor cofé do mundo é o do Brosil e o melhor do Brosil é o do CAFE' GLORIA A' .venda neste conceituado eslabelecimenlo AVENIDA PORTUGAL. 27 BELEM-PARA' ••••••••••••••••••••• Entramos. e o meu companheiro apre– sentou-me ao comandante Meireles. ves– tido de branco. um sirnpatico homem, que nos acolheu calorosamente. Uma orquestra acompanhada de piano. alo– jara-se Ftuma saleta junto a entrada. onde os musicos afinavam os instrumen– tos. Grupos de moças atravessavam de quando em vez . a sala e a varanda. em conciliabulos de conspiração : cogi– tavam do programa das musicas, e se alguns rapazes convidados jã haviam chegado. Taileiros de bordo circulavam bandejas com copos. catices r. garrafas de vinho do Porto marca Adriano Ra– ·rnos Pinto , e cerveja americana, marca .Aguia• ,de James Buchanann . A dona da casa aproximou-se com duas moças para dançarem conosco. e de reper.le , a or- questra rompe numa valsa. a bela •Val– sa Azul. , de Margis. A senhorita que dançou com o meu amigo era a que havia de ser depois. minha mulher. De– pois da contradança fomos conduzidos ã 2ª varanda. onde frios de toda õ qualidade, desde a tartaruga. aos cas– quinhos de mu<ssuã . se viam em porlen– losa fartura . Num dos quartos da pu– xada. pela janelal se dislribuiam copos de cerveja. de whiskey, de pirmemann allro– gin e refrigerantes de frutas , ludo geledo. Noutro quarto r.slava uma mesa , onde os velhotes e os papãs se entrelinham num jogo de carias bastante forte. O bruhaha era de ensurdecer. Marinheiros passavam, conduzindo xarões com bom– bocados. croquetes , mãe-bentas. sandwi– ches e doces finos. Por Ioda a parle ouvia-se o ruido das conversas. de vo– zes femininas . das risadas. ludo cuncor– rendo para dar ã serala. uma intimida– de comun icativa , como devia ser nas nossas fazendas, no regímen patriarcal. Era a festa da familia brasileira, ainda não contaminada pelos costumes estra– nhos. Só havia de extrangeiro as bebi~ das. e as musicas. Recardo ainda das ·!.----------·----------------!!· 1 J!at,,ataiia Calçar com elegancia · é ter bom gosto 1-d-lo- denio.ndltafn, ad- denatnitad,, denao.'tad, e caoaR&ilzo.d q,ue aifuefn, dia'tiamente ao. ~ande e11iro.tio. · do.t;i caiçado.d- Bo.nd-, c&êd,, r{,o.'zied, e de fi'ieÇO:d tMO-av.eid ~ ].t,,ã:o. .~ ea,~ ,14, Jã,o_ 1Jia,t~ 1 G·-----------·-----------------0 h/ 2 - 6 - 194.l P.&&A' n.vanu,o ·- "
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