Pará Ilustrado - 1943

Sincera homenagem Ao abnegacfo - e- querido lnfervenfor do Pará:. Coronel Magalhães Bara(a Vossa Excelencia, por ações brilhantes. nobres e belas. edificantes. de· imensa gloria se tornou consorte ! Não foi preciso õ transição da morle. como aos herois tombados a Dakia agradecida ! ... Vossa Excdencia. Coronel Barata_. pôde akançar essa conquista em vida. como republicano e democrata! ... Patriota de oção incomparavel. soldado destemido, de nós todos querido, Vossa Excelencia iá se não pertence ! ... -E' NOSSO ! E tem um pedestal erguido, bem forte. inoerrocavel. no coração de um p0vo que _o venéra, no coração de um povo que o idolatra, - no coração do povo paraense ! ... J. Eustachio de Azevedo {Jacques Rol/a) Representante: M. L. VARELLA Fone: 210 - BELÉM - Caixa Posfal, 390 ~~~~,-..~~w-~~w-~~w-~ ( Especial para PARA. ILUSTRADO) 1lMti~, U1H, fÍi4 ~tÍ &êmica de ~IJ/z, 1-'lafUô- Sería uma santa, se aca5o as santas polissem as unhas e pintassem os labios. Sua beleza é santificada porque é na– tural e pura . Seus olhos guardam me– lancolia dos templos antigos e a t, iste– za mística de quem é triste até sonhan– do . Dona Melancolia é uma promessa e é uma duvida. Uma promessa. porque é boa e quasi s :;nta. só não o sendo de fato, por ser mulher... E é uma du– vida . por não se saber, ao certo. se a melancolia dos seus olhos é uma von– tade do proprio Deus ou uma caúsa do proprio Destino, que lhe deixou os olhos, como e~tigma , a lembrança de alguma ilusão abandonada ao meio . Dona Me– lancolia tem medo de amar. Por que? Seus olhos vão falar, porque seus olh0s ainda são o espelho de sua alma : . . Dono Melancol ia amou. um dia. Üuiz um bem infinito ao seu príncipe encan– tado. Ele. certamente. gostava de quem lhe queria . . . Um dia . . . quando seu coração era um jardim maravilhoso, em que a flôr ~a grande ansia enchia de perfume lodo o canteiro de sua vaidade de mulher senlimenlal . . . Um dia ... Por que existe esse dia em cada minuto de 2-6- 1943 cada destino, enchendo de amarguras toda uma vida ? Um dia . . . Os olhos de Dona Melancolia contemplaram al– guma coisa feia no seu jardim maravi– lhoso. A grande flor da ansia murchou, mas ela, r:ielancolica e meiqa . guardou a rosa murcha nesse cofre pequeno que agasalha grandes dores . . . Dona Melancolia sentiu a angustia da verdade impossivel ... E ficou triste. ela que já trazia na alma a tristeza sem cura da orfandade. E seus olhos. que eram me– lancolicos. mas vivos e lindos. ficaram apenas melancolicos. e languidos. e !ris– tes . . . Esta. a historia sentimental de Dona Melancolia . Mulher, ela continuou a viver, mas deixou de sonhar. Educada em colegios de freiras . renunciou a fé e descreu dos milagres. Não duvidou do amor. porém. Ainda acha possível a felicidade denlro dessa grande desgraça emocional. Dona Melancolia . ferida em seu sonho e amar– gurade em sua ilusão. ainda crê na grnndeza esplendida e ascencional do amor. PARA' ILUSTRADO Poeta e boemio, mais boemio que poeta , nunca desiludido, mas quasi sem– pre amargurado , ele veiu para a vida trazendo . em seu espírito, as verbera– ções dos destinos incertos e das almas escravisadas. Descrente de tudo, não porque a vida o tivesse traido ou o amor atraiçoado, descrente pelo prazer, talvez mediocre, de ser amaldiçoado. ele. ainda como Dona Melancolia, crê aoenas na eternidade d0 amor e na d~sgraça feliz dos grandes dramas emo– c;onais. Dona Melancolia , um dia, numa bucolica cidade do interior, leu algumas cronicas rebeldes do boemio poela e sentiu que haviél alguem que compreen– dia sua angustia e tal vez, por isso, cu– rasse a mdancolia dos seus olhos. Me– lancolica e -linda, mas melanco!ica que linda , e, por isso, fl)ais sentimental que mulher. ela co1Íseguiu impressionar o boemio poeta . E. num desses compro– miss0s que costuma · assumir com sua propriã conciencia, ele gar,mle ao sonho nóvo que coloriu para mais eslo batalha sentimental que vai travar, por si con– siderada empolgante, que, um dia . numa noite de luar triste. Dona Melancolia sorrirá. e seus o lhos ficarão radiantes de esperanças mil. e extases sublimes. O romance melancolico , era começa– do, talvez chegue ao seu fim , mais me– lancolico ainda. (Do livro inédito •Üuro e Lama,) -, . 1

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