Pará Ilustrado - 1943
sitava em acreditar. Repugna va-lhe ad– mitir !ama nha di ssimulação . Não Jorge nunca ti vera coisa alguma com Lucia . Certamente. os lermos da caria de Adri– ano revela vam sup-osição gra!u ila por c iume ou de speito . Devia ser isso. Serenou um pouco ; e ia erguer-se da cadeira. ainda me io atordoada, em bus– ca do le ito. po rque sent ia ~rande cansa– ço , qu and o pouso u a vista noutro en ve– lope. que a fez extremecer. Reconheceu a leira de Luc ia I Precipitou-se . rei irou a caria. que era lacón ia e desabrida :- .Jor– ge, fi qu e com a lris(e gloria de me ler enganado até ·o ult imo inslanle . Não sei é mas cín ico que p~r verso. Mas estou vi ngada. A mulher que prefniu para ce.– sar-se. ::onheço-a bem. E' futi l e insigni– fi can te. Vocês nasceram um para o oulro. E não me !ire mais o seu chapeu . Você morreu para mim. - Lucia, . E velina fez um supremo esforço para le va nt ar-se, ex traordinariamente pálida, ext remament e abal11da . Conseguiu, agar– rando-se aos mo vei s e ás escadas , sub ir para o quarto e atirar-se á cama . Um pranto co nvu lsivo dominou-a . Seus ner– vo s vibra vam. tensí ssi mos . Doia-lhe fo r– lemen(e a ::abeça . Recusou o almoço, rec omendando que não a incomodassem. M uito tempo esteve mergulhada naque- la aflição . Mas logo que as lagrimas foram cessando , e seu espírito recu– perou algum sossego, poude txaminar o caso, aos poucos , com uml'.I gradati– va serenidade. força era concluir, agora, ao contrari o do que se furtava a crer, que. efetivamente. J o rge e Lucia tinham– se amado Ou ando? Nõo poderia sequer conjelurnr. Mas a prova era irrecusavel. Esla va, inilud1vel, na carta de rompimen– to. En tre tanto. quem , por fim linha ven– cido? Evelina. Com ela , e não com Lu– cia , é que Jorge eslava casado . fora ele quem rompera e, necessa riamente, porque não mais a amava , a Lucia e a amava a ela, somente a ela, Evel ina . Esse raciocrn10 confortou-a afagando-lhe a vaidade. Não poderia, perdoar o gros– seiro despeito com que a mulher repu– diada a linha ofendido na caria maldita. Não perdoaria, porque essa mulher. se jii não era , linha sido a sua melhor t.mi~ a . .. Quando o marido vol!ou ii hora do jantar, foi enconlra-la no leito. os olhos vermelhos , as faces cavadas e com um mau humor lerrivel. Não tiveram corres– pondencia seus beijos. Não leve retribui– ção um só dos seus carinhos . Jorge estranhou , interpelou-a . Nenhuma resoos– la. Reservada, seca , esquiva. Evelina desnorteou-o. Era a primeira vez que acontecia !ai coisa . Poz-se, então, a la– mentar o seu dia, que linha sido intei– ramente infauslo . Havia perdido no foro uma causa importante. Cerlo cliente de velha e confiante amizade causou-lhe uma lrisle surpresa. que o deixou per– plexo : entrou em acordo, á sua revelia , com a parle confraria . . . Não bastava, Ha via recebido uma noticia desagradavel. dolorosa mesmo para ambos, e não podia deixar de comunica-la a sua ado– rada mulherzinha. Entrou em casa pres– suroso para isso, mas . . . Evelina disse simplesmente: -Pode conlar. Jorge vacilou. Depois, com um ar absolutamente sucumbido: - Vou ca usar-lC--itnensa dor, bem sei. mas é preciso . De qualquer modo, sa– berias . Oueridinha , perdeste lia Europa a lua melhor amiga: Lucia morreu. ♦ ♦ •• ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ••• ♦ ♦• Leia e • anuncie em "JJaiá 7 ~ado-" Grandes .Fabricas de Moveis de ,., J. KISLANOV & IRMAO Dormitorios modernos, estilo "Cerioca", em legitima macac~ubo, com 6 peças Camas para casal. com telas, estilo "Paulista". em macacauba de 1 a. qualidade Meia mobilia em legitima macacauba, com 9 peças empalhadas com palhinhas americana, artigo garantido · E toda e qualquer especie de moveis, vende-se nas GRAnDes FABRICAS De moueu; De J. HISLAOOU & IRmÃO 'i11TI C!l(!J@~~C!l [;)C!l[!)ITI@ @(!]'i1□ ffi(!] □ CD ma :Il ~ C3 Perto do Largo da Polvora, confronte á Rua Carlos Gomes ~ CD [í] © a t1~m~a1 2- 6-1943 PABA' ILUSTRADO
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