Pará Ilustrado - 1943

Fiquei surpreendida ao saber do Incident e . que te ocorreu logo que pisaste o sólo da nossa, "cidade-morena", após u ma ausencia d e alguns anos viajando p elos outros Estados do nosso ;querido Brasil . Depois . . . compreendi t udo . Os teus , amigos, numa h om er.agem , conduzi– iram-te ás libações: e tu , siue .és In imigo do alcool e export as retidão de cara.t er, retri– buindo ás gentilezas, perturbar"te as idéias ... .Mas .. . riáó f iques apreensivo ! Isso que ·te aconteceu. hoje !az p arte do "ch!quê" da vida; é o "glamour" da exlstenc!a dinam!ca ,que a época extravasa! . . . , iHá. tempos, sonhei com Jesus Cristo di– zendo que, como as populações em massa hou– vessem perdido a f é e -ctago um "pont a-pé" n a caridade, :tle resolvera entregar ás rédeas do govêrno dó mundo á Lu-clfer . E só parece que Ó endiabrado ipcilviduo com as ,manhas t!nhó– sas que o caracterlsam entrou logo em ações ma,qu!avélleas fazen do da vida - trocat!!lho. No eixo, trocou o movim ento · de rot ação da Terra para a completa dlvergencla dos po– vos; depois, vieram os adágios qué êle .inver– teu: - "O há.bito, faz o monge". Merece, cas– tigo, quem fala.- a. verdade, e "õtras coslt as mas"!. . .• Lêste nos jornais d a nossa t erra, o rumu– roso caso - Red-Beatriz-Tejádas-Santos ?!.. . Dia.bolismo, cbléga ! Puro diabolismo . . . Lu– clfer, palpando a fibra do tarádo, o germen 22-5-19+.} Oofoura Nair Clotilde Maneschy, ' uma- das mais brilhantes expressões de inteligerrcia e cultura da nova geração amazonense, ocupa com m-. discutível criterio o elevado cargo · de fiscal federal junfo a Faculdade de Direito de sua terra. A gentil senhorinha, . que se en- contra na Capital federal tratando de interesses reliici~nados com as suas altas funções, é filha do estimado sr. Felipe Maneschy oito fun- cionario do SNAPP e assídua lei- tora de PARA' JLUSTRAo·o na visinha capital. ~ (14,-~ 7Jau/,o. -Pwdia do cangaço, naquele monturo no)ento de bele– za máscula, mandou agir . E o falso-maluco, sem o minimo •constrangimento á santidade - mística da nossa rellg!ão católlca, foi postar– se no átrio da Bas111ca de N . S. de Nazaré, e quando aquela jovem contrita. nas suas ora– ções, mas leviana nos seus pensamentos pros– t! tuidos, transpunha os humbrais do sagrado templo, o cínico, "satanizando olhares mefis– t ofél_icos", atraiu-a á cum,pllcidade da hedion– dês dos seus crimes!. .. O homelll, sem a m1;tlher não se revela ! O homem, não sabe sofrer sosinho; quas! sem– pre leva a mulher de arrastão! !E esse rei do cinismo, lendo nos olhos dessa mulher a fe– bre de volúpia da ostentação que degrada a alma, transformou-a ·em joguête das suas ma.I– dades, no !atõr principal das suas !funestas ambições financeiras escorando-se na simula– .ção do - Amõr . Como se a sublimidade des– sa palavra, se ajtlstasse em lábios de bandi– do! ... O amõr, converte o Mal e refléte - bon– dade! Amór, não é uma troca. de "olhare.s ma– landros", não! O olhar do amôr, é púdlco !. .. O olhar do homem que ama, é embevecido ou disfarçado, por causa das vibrações, que su'al– ma sent e em calafrios a percorrem-lhe o en– vólucro todo! E o da mulher é dõce, trépido, vac!lante, irradiando á~ sombras do pudõr que nele se ocultam, porque -o amor é o entre- PARA' .ILUSTRADO choque, o estre,mecl.menl;o da s!mp_atia de duas almas que vã.o buscar no altar sant1n c11do, de slncert-dade na convolaçã.o du itié!as, e. vibra– ção carnal !. . . Um, sem o outro, é apenas punção fisiológica que a natureza engendrou, para a formação do bác!lo que produz os sê- res .. . Bons tempos, !Oram aqueles, em que eu, tu e o Ferreira, eramas as três "medidas de capacidade" das a.ulas de francês ! Lembras·– te ? . . . Nessa época a minha vida era um sor– riso in!ant!l, uma flôr que desabrócha ás ca– ricias do perfume e. . . sustenidõs e ·bemóis ! Então eu não "dava confiança" â estudante como eu; da!, vocês criarem a minha alcunha de-Pitanga-sem-carôço . . . Um dia em que ent raste atrazado na aula, o Ferreu:a falou á turma: ·- "Caros ouvintes, o Peralta hoje não trabalha em caricaturas, entrou tarde, para :fazer exibição do fato novo - ás colégas ! Eu ·acrescent ei: - "E' preciso denunciá-lo, ,para saber quem foi a vitima"! Enfezado, redargu!.ste : - "Quanto quéres por essa. pllhér!a Pitanga-sem-carôço"?!. .. iNo mesmo Inst ante, retruque!: - "Como sei que ~ "caloteiro", estou trabalhando de graça! . .. Uma ocasião, com as idéias mergulhadas em :profundo cism-ar, sem me aperceber dos coléga.s, entrei em aula sem os cumprimentar. Foi o bastante pâra que levantasses discur– sando: - "Caros colégas, neste moment o so– lêne, em que estamos reunidos n este· ambien– te de sabedor,ia das nossas as neiras, quero di– zer á vocês que a "Pitanga-sem-carôço" não falou conôsco,• porque está com a "atm.osfé– r a. carr,egada" . E' preciso sindicar se ela "já tem algum carôço, para "batisá-lo" !. .. Eu não pude responder de pronto; a pro– fe&SOra entrava em aula nesse momento, mas quando te apanhei distraido rabisquei no teu caderno:- J Não sabia que rezavas • na cartilha de Satanaz, / agora Jtquet sabendo do que um Peralta é capaz 1 Com Sá-O Paulo, não "pareces. Nada tens de peralta, V~jo em ti um "sem coleira" Desses 11U16mo •vira-lata". Letas tsto com a ·calma oomo quando róes um ôSso, quem escreve e assina é a Pitanga-sem-carôço. .E tu me deixaste em paz - não mais ra– laste comigo! .. . Agora, no "cartaz do Tempo" o "reclame - da- Vida", mudou. - Sou u'alma destroçada-– os sorriso.s, crisparam-se.. . a tlõr que desa– brochava, 0 _vendaval do Dest_!no estiolou... os ritmos sonóros que os meus dedos criaram, !O– ras morar no gorgêio dos pássaros!... E' a dura realidade da vida 1. ~ . Da ex-coléga - "Pitanga-sem-carôço~ . .• ORAZIELA LEITE ••••••• il •••••••••• ••• Leia e • anuncie em :'JJa'iá 7~"

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