Pará Ilustrado - 1943

o------- &ua,~ -:, DE – ADELINO DIAS COSTA o 1 O GRANDE BARATEIRO I.\i\PORTAÇÃO DIRETA -- TE_M SEMPRE OS MELHORES CEREAlS VINHOS 'CONSERVAS E LICORES Pr. Tenreiro Arnnho. 50 - EDlFICIO · R. dos Andradas, 6 1 Tíl RTíl R U G íl Manaus Ama.zonas Brasil e conseguiam sómrnte o seu assentimento, após garantirem a 'não ilus lra ção dos nccessarios reclamos. Por islo o a udit orià da Eslação e os teatros onde ela canta va , vez por ou lra, com fins bencficenles , anchiam-se de ver– dade iras multidões de .fans•, que al i acorriam para admira-la e ap laudi-la . Os cronislas radiofonicos elegeram-na .A mais linda canfora do Radio•, mas , mesmo assim~ não conseguiram demove-la do firme proposilo de não se deixar foto– grafar, o que iiliás era uma das c lausu– las do contrato c·om a est ação difusora. Denlre o incontavel numero de admi– radores de Zezé Marion . Armando Lo– pes era, o mais apaixonado. Ante a obsti,nação da .cantora , jur,ara conquista– la um dia, por qualquer preço. Somente duas ou Ires vezes conseguira telefonar– Jhe, valendo-se do anonimaio romanlico de •Íõn n. 1• e, assim mesmo, depois de gastar rios d~ dinheiro em presenles caríssimos, os quais não eram recusa– dos, porque a isto se opunha Armando Lustosa , sob o argumento de ser má polilica para u carreira artística da canfora . V 'i?YW. 1 Cruuiro<; p.erfencenles ao Aéro C lube de São Paulo do qual era lezoure iro . E na ansia de rehobi li ldr-se repondo o dinheiro roubado , passou a frequentar os cassinos e a li, na volupia do pano v_erde. fo i ba ixa ndo ao ma is ínfimo grau da degradação mo ral. Reslavom-lhe do is caminhos a seguir na lraje!oria lamacenla de sua vida : conseguir de Ze.zê Ma rion um beneiicio rara o Aéro Clube ou recorrer á me– di.da exlrema . Ainda 11ssim. conseguindo o bl"neficio, o renda cerl 11 111ente seria conlrolada po r terctiros . o que não lhe evitaria a deshon ra . Enlão, após uma noite d,.e vigília , no seu consu ltorio de especialista em • nariz . 01,1vidos e ga r- · gania·.. lendo á frenle um copo com agua , Armando apreslava-se a d-esenro– lar um papel con(endo cíanurelo de po- tass10 . . . ' Nesse momento o telefone_ tilinl o u, trazendo-lhe uma novo esperanço . . . • • • Àquela manhã ao deixar a casa de sua noiva depo is de haver telefonado ao medico , Armando Lu~!osa não podia afinar a verdadeira causa d a do ença de sua querida Marion. Aque-las manchas esbranquiçadas faziam-lhe pensar numa tentativa de suic idio . E. quando aquilo acontecia justamente no dia maréado Codigos ·: Acme & Supp. Bentley's 1 & 2 .i Universal Trade Code United Telegra ( Code Mascotte 1 & 2 ç Porticulores para o seu casamento, não podia pensar de oulro modo. Duranle a viagem ao esludio aonde ia providenciar nà altera· ção do programã da quela nc,ile . uma lempeslade de. conjelurns aq itqu-lhe a mente. Lembrou-se da honrosa confissão ele Mar iasinha , que. no enlanlo, nã o- lhe re– velara o nome do seduto r. Jul5,1011 que o amor de Marion não passa\'a de um profundo sen(imento de 1,1rnlid ão rara com ele, quê lhe dera tudo : glor ia . for– luna. posição . Chegando ao estudi o. quasi ri spida– meple ordenou o, cancelam~nto dos nu– meros de Zezé Ma rion já programado s. Em seguida dirigíu-se õO seu ga binete e– deixou-se ficar imerso ·nas ma is pro fun– das suposições . A ga rôa imperl inen le ba lia nus vidra- · ças !orna ndo o dia mono lono e lrisle. V ieram-lhe · trazer-lhe os, jornai s da manhã . Cas ual men te os seu s olhos pou– saram naqueles {ifu los em letra s de fórmo : .O R adi o em festas• . •O casa– mento de Zezé Mari o n•, .f.nloce Lus– losá . . .'• Não poude conlinmir a !t? i!ura . Uma triste ironia aflura1•a-lh e o s lubios. Abriu a janela e fü ou lá em baixo a multidão infrene. A.s limous i'nes pareciam caixinhas de fosfor os a co rrer por entre um batalhão de fo 1miglls. Aquela cena empolgava-o. Jama is hav ia repa rado aquilo que lhe pa reciam ago ra Iã o po e– tico e vertiginoso . Fez uma ,esqu ad ril ha • dos jornais e atirou-os pela janela . fi can– do a obser var o destino de cad a um . Um deles v·oo~ em •piquê• e foi espe- , lar-se eí!,lre o s galhos de u na ar vore. Como aquilo lhe pareceu, heroi co! ... Um suspiro hste e profundo despren– deu-se do seu coração. enquanlo o re– logio balia soturnamente no ve ho ras .. . • • • - T roga_ esta injeção de sôro . imedia– tamenle. -disse o dr. Armando à cria– da, que saiu correndo . Zezé Mõrion conlinuava semi-e.dorme– cido e Armando· deparando com o · ai-, Conlinúa na ullima pagina Caixa Postal, 105 End_. Taleg. PAZ U L Telefone, 15-87 O que mais o intrigava era o falo de não ligar, Zezé Marion, a mínima imporlancia aos presentes que dele re– ubia. A Cása de' Cam_po na Estrada Velha de P~ iluba .,___perm~necia fe chada. csconàendo no pésado ·silencio da ·-ga– rage escura a .timousine• .Rolls-Royce• e o soberbo •packard• de lurismo . .Os riquissimos colares de perolas, os dia– demas e barretes de brilhantes, os bro– ches de platina , os bracrletes e relogios , os brincos, que a ta rít'ls pessoas des– lumbraram nas vitrines , , fo ram condena– dos ao retiro obscuro dos porla-jo"ias. Oue intrincavel segredo cerca va a ida daquela mulher? Decididamente ela era u'a mulher fatal. Sabia disso mos ão podia fugir ao precipício ao qual estava sendo arrastado por força inexo– ravel. Obslinado na sua louca va idade de aventureiro , Armando Lopes, dia a dia. foi aprofundando-se no· abismo da miscria. Tendo já comprometida Ioda V/; ].. 11e~ a fortuna , lançou mão de 100.000 1 o Exportação -- Industria 1>Uça -~ ~. 12; MANAUS AMAZONAS BRASIL PARA' ILUSTRADO 1.5-5-1 Q-4..l 1 o

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