Pará Ilustrado - 1943
Píl -BRI C íl O- g C.IG í l R-RO 8= OL? [I) (B [I il (!] [J[J C O S T A & C 1·A. .L T D A. FABRICANTES DOS AFAMADOS CIGARROS: 1 Rosi·ta' 1 Pri nceza' e i Mimosos' e do. d-UfieWt tà&aco. 'Âc}uia' f A B R I C A CAIXA POSTAL: · SECÇÃO DE VENDAS Av . floriano .Peixoto. 70 404 Rua dos Barés. 14 TELEFONE. 10-25 Enâ . Tell"g: AGUIA TELEFONE. 16-44 A desgraça fortalece a-s almas: e a virtude ditou-ln-e as palavras com que soube fazer acreditar como infamfos. as leviandades daquele ã quem. num mo– mento de irreílexãó, entregara a ílôr .da sua inocencia . Vieram tàínbeni · ferir os seus ouvi-dos as notida·s -d~s 'sucessivos exilas de Armando , íia Faculdade de Medi'cina. dadas pelas ' cami.guinhas• á guisa de consolo. Habituada ao s.ofri– menlo. nem siquer chorou quando . tem– pos depois. soube · ' do ·pomposo casa– mento do cirurgião Armando Lopes com a filha do «Rei do Café,. embora que a noticia viesse apagar nos seus olhos negros os ultimas ráios d~ uma vaga esperança, que, apezar - d~ fodo, nele5 refulgira até enfão .·. . . Àquela· noite . o·s aplausos eram mais calorosos; Mariasinha dando,--eomo sem– pre . o seu apoio -ã festa de caridade. ca~lara com mais graça, com m; is alma. Isso talvez por se ver alvo dos olhares inc~ndiados de um ·guapo mancebo que, de uma mesa no caramanchão. absorto -acompanhava l~dÕs os seus movimentos. Armando Luslosa , diretor arlist ico da Radio Cruzéiro do Sul. aproveitondo .is férias , percorria o inferior em busca- de talentos pera enriquecer ·o · «casl, da já famosa _ifr~d (ad.ora . Não era porém a voz en~nladora de Mariasinha a unica cousa q'Üe o extasiava;- Antes mesm_o de ouvi-la cantar. sentira-se inslin livamente atraido ,.pelA envolvente sedução do seu olhar _>e; igualmente maravilhado pela fulgurlif'le belc"za do seu lodo de· mulher. Amese_ndado prox imo á improvisada ribalta·; Lustosa aguardou com mal dis– farçada ansiedade o momento propicio de aborda-la · o que aconteceu logo, qu.anclêf os eplausos 11,companhavam-na ã decida do palco . - Senhorifa: permita-me dizer-lhe: alem de ser a mais linda joven que vejo n~sle recinto. é lambem possuidora da voz mais encantadora que ou vi em lodõ minha vida. , :_obrigada: mas não me convénce com os seus favores. senhor . . , __.: ... Armando Luslosa para a servir cm ludo que lhe seja agradc1 vel . -Armando?! -Não: A-m-a-d-o ... ou simplesmen- te, Luslosa . Senlir-m.~-ei feliz se quizer fazer as honras de minha mesa . Mariasinha quiz recusar mas qual quer cousa _no inljmo induziu-lhe a aceitar o amavel convite. Uma extranha emoção invadiu-lhe o coTpo fazendo-lhe a rfar_ o seio credo e farto . Lusto'>d foi o pri– meiro a falar . -Dé as suas ordens .. : -Ah ! · compreendo agar~: o «com- primento• dos seus cumprimentos. que dá a impressão de uma «chapa• usada já com outras . tem por fim preparar terreno para ulilisação do seu nom ~ num tempó . de verbo . . .. Os homens são sempre assim ... -Perdão. senhorita. mas . .. -Previno-o de que não creio na sinceridade dos ~omens. São lodos uns. . . . - ... Frivolós. ingratos. canalhas . .. concordo . $i os considera assim. é que tem as suas razões e e·u ' não as devo ona_lisar. Porém. isto não é motivo para odiar-me nem para ocultar-me o se~ nome. -Maria Rodrigues; Mariasir.ha como me apelidam . -Ufa·! Oúe nome horrivel ! Oue - no– me banal! Dor issg , -preferem cha~ar– lhe •Mariasinha • . _como poderiam ape– lida-la •Marion;, amenizanJe, assim a banalidade comum d~sse nóme fóra da moda . -O senhor é indelicado. Maria é o nome de N . Senhora e ... E de minha mãe lambem . Porém . MaTiasinha - permita que lhe chame assim · ~ no mundo dos negocios e das arfes-, objeto _principal de rr.inha aproximação_ . . o seu nome é simplesmen– te horrivel. Perdoe. mas, minha indelica– deza, prÕva ~-minha . sinéeridade. Üuero falar-lhe sobre neg~cios. - -Ah! Ah ! Ah ! . . . E uma g~rgalhada argentina que mais j:>àrecia um gorgeio ecoou , 'escandàlisan– do · os presentes. Voltaram-se todos. bo– quiabertos anle aquela cena jnedila. já que ha muifos não se via . Reconhece– ram afinal qu~ . o amo'r havia reaberto o coração de _,v\ariasinha. para· a felicida- ~e. para · a vida . · • • • . Comentava-se nas alias rodas munda– nas o grande sucesso daquela cantora genial. Zézé Marion. primeira figura da Radio Crµzeiro do Sul e que , dotada de inexplicavel modesli>a. só raramente atendia ás inumeras ldefonemas dos «fans,. Além disso , jamais deixara-se fotógrafar,_ apezar d-os insisfenles pedi– dos do diretor arlislico. Até o locutor ao anuncia-la dizia: • . . . Vamos ouvit a v_oz misteriosa de Zézé · Marion - o mislerio do radio,. Sim, de fato , Zezé M·áriol} continuava sendo - a mulher misteriosa, que a lodos decepcioiia.v·a pela avers·ão que nutria conlr_a.- a- publicidade. Nenhum. repoder có n; eguira enlrevisla-la nem revista . al– guma publicara sua fotogra11a . Aliás as senhoras de alta sociedade. quando a procuravam com o fim de obter seu concurso p_ara algum_a festa de caridade,_ -~~ílill~º-~rn~mwwwwi-----mm~r~J: D @~~=ffi~. IT1 de Domingos Demasi P-ardamenfo para : - Policiais, Exercito, Bombeiros, Chauffeurs. Linh~ de tirei, Motoristas e Colegiais. Lindo sortimento de Casemiras. Linhos e Brins. - Execução de obra garantida a preços sem competencia . Rud ·Henrique Marfins , 149 Manaus-Amazonas-Brasil 15-5-19+3 PARA' ILUSTRADO
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