Pará Ilustrado - 1943

~ t,. 1 AQUELA noite sem luar, I '• todas às es trelas do céo deixaram de brilhar quando tú surgiste. Teus olhos que iluminaram os caminhos todos que .nós percorremos... E eu nem cheguei a ouvir a musica d~ mar quebrnndo-se no alvura da praia, porque só a música de tua voz cantava nos meus ouvidos. · Entre o céo e 0 mar, só tú viveste naquele instante, só tú encheste um mundo, só tú eras toda a beleza da noite sem luar... ~~~~w~--~~~~w- , ( F(?TO LEITE ) Belem é a cidade enfeitad? pela for· ça"'das suas encantado ras bonecas. que a Kodac . de .PARA' ILUSTRADO. trnz para nossa VITRINE . /4:iàednda Meu Deus. A dõr do mundo será maior que o dõr _ , (dos coisos inufeis ? .o\s coiso~ proibidos, dos coisas · que onseiom? Será maior que o dõr d<?s homens sacrificados (que cominhõm sem dinheiro ? Maior que o dõr dos 11\ÔC!I que molom os filh os (oo noscer? Oue o dos -odole~cenles que dôo o corpo como (quem eslende n môo. pedindo esmolo ? Meu Deu, . A dõr do mundo será maior que o dôr dos coisos inuleis ? ÜIH! célulos virgens que querem ornor, que espe• > (ram momentos, que rolam sozinhos nos noites enormes-. sem braços. sem mãos, sem b~ijos, sem nod11 ? Não é possível, meu Deus! -12- n LA · a pa nh ou o ôn ibus, gloriosamente linda . O azu l do seu . ul timo modelo de Ü Adr ian, combinava com o próprio awl daq uel·a farde lro pi ea l. O ·ônibus lodo se enche u de ·sua bel eza e de seu perfume. Foi como se houvess r m rspargi<lo •Mirage , em lodo o veícul o . No ônibus , qu asi · iodé1 genle lià os ves per lin os do di a. Caval heiros- c'i rcumspt'clos al ent avam plll'e as secçõ es de espo rt e. empolgad os com o interestadual da véspera . Duas senhoras re!! P.eitav eis. lá atrás , b uscava m sô– fregas. a programaç ão dos cinemas . E la lambem abr iu um jornal e poz-se a lêr. Nã o parou o olh ar sobr e as noli cias de espo rte , nem se dei xou queda r d i11 nle da programaçã o dos cine mas . Leu só as noticias da gurrra . E leu a lenl!imi,nk, ma is sisuda que os ca val hei ros c ir– cumspeclos qt!e q:1er;a m saber como linha si do o terceiro goa l do San la Cruz. mais solenr que as damas respeil av eis an siosas de ver onde passa va .Jre ne , a le imosa , . E . sobret udo. li nda . glo riosumenl(' lind a. cívicamente linda . Um hino patr ió– tico á bel eza daq uel1l farde tro pica l. Uma exo rtação vibrant e á a leg ria de vive r , numa Ja rde 1J ssi111 . sob um céo assi m. diante de uma mu lher assim ... / m ADAME Íoi á ves peral. Uma v-esperal de segund a-fri ra. com fil me em sen e. Muil ó go rda . cin,coenlona, aquilo só não era mesmo um s acrificio . pa ra fo. zer companhia á filh a e ao noi vo . porque mad ame era fan . lambem' dos fi-lmes em séri e. G osta va do Buck Jones e do Oick Foran, e pronto .- A ga rotada da plaléa torc ia de;sespera– darnenle . A garotada e madame. lam– ben:i , mas , a coisa , agora , e~l a va feia. O •arl is!a • ficara trancado. a casa pe– gan<:lo fo go é os .bandidos• lá fóra só na .moita .• esperando. Madame. nervos.!l, inqu ieta. ~acudia-se Ioda , derramando-se, quosi. pe lõS pollronas vis inhas. O ner– vo~o da filh a e do no ivo da va apenas para êles se apertarem as mãos , muilo, muito . O carlista, ia sair, i a fu gi r. mas jus- 1-amenle pela po ria onde os • bandidos, esperavam . Madame. aí. não se conteve e berrou a plenos pulmões: - .Por aí não. por aí não ! Foge pela outra por– la ! • O vozeirão de madame rolou . de fila. ~m fila enchendo o cinema . Só o cl!r– lisla, é que não ou viu . A poltrona ad iante enguliu todinho o noi vo . -encl}bulado ... ••• O vestido ramalhudo com que aquela garota de cab: los rui vos apareceu na !errasse deu uma noto de curiosidade aos olhos de Ioda grnle . · - As rod inhas espalhadas pelas bancas levianas e futeis, não se, convenem des– de logo de lamentar entre risinhos a ga rridice escandalosas daquele veslicfo de padrões gritantes. PARA' ILUSTRADO llka Sarmento Nunes e Elza Perei ra, dois bibelols cheios de ~raça e de vida. enfeitam , hoje. VITRINE. para encan ta– mento do olhos que aqu i pousarem .. . 10-4-1945