Pará Ilustrado - 1943
A preferencia do público pela RIANIL não resid e .apen~s no fato de ser a firma Abreu & Rego ·sua proprietaria. companhia genui– namente brnsileira, na verdadeira açepção do termo. pois não conta siquer um empregado estrangeiro entre centenas de individuas, que nela empregam suas atividades. N~ Matriz. no Rio, ·como em todas as congeneres. espalhadas no interior e nas ca– pitais dos Estados do Maranhão, Ceará, Pi– .auí. Pará e Amazonas, essa .preferencia itJs– tifica-se plenamente na _superior qualidade dos .tecidos de seu comercio, na modicidade dos preços, que desafiam e vencem qualqner con– correncia . e na maneira lhana de trato para com todos, razão porque a denominou o povo: «A casa do rico e do pobre, Disso é prova eloquente a fotografia que ilustra esta noticia, tomada _pelo nosso corres– pondente em Manáos, a qual focalisa parte da vedadeira multidão. que, apezar da insta- bilidade do tempo acorreu. no dia 12 de "Üuei mação de tecidos" realizada em Y. aniversario de fundação da filial de «Cidade Risonha». Dezembro á regosijo pelo RIANIL na _ (Continuação da página 14) - Espero que tu, com o teu prestigio, me arranjes uma colocação na "Light" . Desta vez o pudim enganchou na garganta de Antenor, trazendo-lhe a aflição de um engasgo. Com a respiração aliviada e te– mendo uma contradição, pois jámais havia posto os pés nos escritórios da Light, Ante– nor conjeturou por instantes, e esboçando um gesto de contrariedade, respondeu : - Impossivel, meu caro; não ha vagas e... ha muita gente esperando a vez.. . - Ora, Antenor, deixa-te de subterfugios. Entre amigos não deve haver evasivas desta natureza. Sei- que aqui no Rio a cousa é diferente . O mercenarismo impera, mas é justo e necessário. Vamos, diz. . . quanto queres para me conseguires um logar na tua companhia? - Mas Jeronimo, que é isto ? Julgas-me assim tão mercenário? ... Com o tempo tal– vez se arranje, porém agora, -é impossivel. Pensou em revelar a verdade, mas a ver– gonha impediu-o, trazendo-lhe á lembrança o maldito pergaminho e o quadro de forma– tura. Jeronimo foi o primeiro a romper o breve silencio. Entregando uma cédula de 500 000 ao amigo, disse-lhe : -Não vejas nisto um insulto. Aceita esta nota por empréstimo, mas, tem paciência .. . envez do vale que pretendias fazer amanhã, dá-me um cartãozinho teu recomendando– me ao teu chefe. Que diabo, nada te custa! Com os seus botões Antenor conjeturou : "A honestidade é relativa e, a fome, diminue o poder de.._reação de um individuo honesto". Aquela cédula, linda, estalando, deslum– brou-o! Não resistindo á tentação devido a triste espectativa dos maus dias que haviam de vir, Antenor pensou ainda: " Ora, um cartão é facil de se fazer ... é só escrevê-lo. Aà~ais, quando muito, o destinatário pode– rá apenas, dizer : Não conheço esse advoga– do, o que, certamente, faria Jeronimo acre– ditar na polide de uma recusa" . Então, com ares de dignidaâe,~o pobre Antenor re– trucou: - Aceito o teu oferecimento par""'ã ,provar-te que não me sinto insultado, e farei o cartão para que te certifique_s de que não ha vagas. Não me culpes, pois, se fores mal sucedido. E ali mesmo, riscando o "advogado" da tarjeta, endereçou ao Gerente Geral da Light, uma recomendação para o amigo. * * * "o portador do presente é o meu colega dr. Jeronimo Ribeiro Fontes, amazonense, recen-chegado de sua terra, para o qual peço ao prezado amigo, um logar nessa com– panhia, tendo em vista a competência sin– gular de que é possuidor esse meu colega e a capacidade de trabalho que o torna digno da nossa proteção. Muito agradecido fica-lhe o amigo, Dr . Antenor Silveira" . Acabada a leitura, Mr. Briggs meditou : "Amazonense,... recen-chegado... certa– mente trabalhador como todo o nortista". Depois de uma ligeira observação pessoal, perguntou: - Do you speak ingles ? - Certainly, Sir. - Foi a resposta feliz e oportuna. Decorridos seis meses, Jeronimo, sempre bafejado pela sorte, foi subindo de posição, chegando a ser nomeado um dos advogados da Llght . Estranhando a ausencia do amigo, indagou entre os colegas pelo dr. Antenor Silveira, e chegou a saber toda a verdade. Ali, nem mesmo os advogados mais antigos conheciam o pretenso advogado. .Animado pelo sublime dever de gratidãó, passou a pr,e– curá-lo na Galeria Cruzeiro aonde Antenor nunca mais _voltara, temendo naturalmente avistar-se com o amigo ao qual ludibriara em 500$. Não fizera aquilo por mau, e para reabili– tar-se aos olhos do conterraneo tencionava procurá-lo quando pudesse devolver-lhe aquela maldita importancia, causadora da sua vergonha. Para isso, estava trabalhando como lavador de carros numa garage e pos- to de gasolina. · -20 litros de gasolina, um de óleo. .. Aquela voz Antenor estremeceu e procurou afastar-se, mas Jeronimo já o havia reconhe- cido. Antes que o amigo procurasse saber o resultado do cartão, Jeronimo disse-lhe ha– ver conseguido colocação numa casa comer– cial e convidou-o a festejar o novo encontro. Antenor, cujo emprêgo não podia dissimu– lar a situação de miséria que atravessava, confessou, envergonhado, a blague da reco– mendação, pedindo desculpas e justificando o seu ato, confessou-se devedor dos· quinhen– tos mil réis . -Um amigo não deve, atalhou Jeronimo. Vamos jantar pois tenho um melhor emprê– go para ti. Dali a momentos estavam os dois amigos no restaurante, que os acolhera da primeira vez. Quasi no fim da refeição, Antenor, que até então,.._ envergonhado, conservara-se em sifenclo, aventurou : - Que te disseram na Light ? - o cartão serviu, pois graças á tua re- comendação sou hoje advogado da Compa– nhia; porisso nada me deves, sendo eu o uni– co devedor. A' sobre-mesa, Jeronimo que de antemão havia preparado um cartão para o seu chefe, puxou outra nota de 500$ e entregando-a ao companheiro, sentenciou : - Entre amigos não deve haver subterfu– gios; conheço o teu estado financeiro. Disso não te deves envergonhar. Com esta impor– tancia compra um terno branco e te apre– senta ao Gerente da Llght. Tens competen- eia e, a Mr. Briggs, um pedido meu é uma ordem. Comovidos os dois amigos apertaram-se as mãos trocando olhares de gratidão onde fulgia o brilho lacrimoso de uma grande ale– gria. Após o café, estendeu Jeronimo a ci– garreira de ouro ao amigo, dizendo-lhe entre pilherico e vaidoso : :__Não tolero estes cigarros daqui, nem com léro, léro; recebo por avião os meus cigarros. Fuma; é Rosita, o cigarro da nossa terra, o cigarro do amazonense. IIHWfflllllllWUIUllllltlltlllllllWIIIDIIIBIDDlllllllWMlmllmUlllllllllDllllllllmlmmrnm11111u11u1111111m11111u111111111 ;_: L,I.A.;.C..,,L(_A,11,11..~jl,'I 1 e fodôs ôS febres palusfres - ~ g de môu Côraler curam-se 1 º[Lmfürnffi füilm (J i -= produto sobejamente experime,1lado ê ~ nas regiões impaludadas do Alto ~ i ~~~:,;:::i::::~:~~::ri~:·-:~=:I:. i i 1A::IJ}~ ~=; DE- ALBlnO FIALHO & e. i PrôÇô da Republica. n. 4J ~ PARA' - BRASIL 1 llllllDllllllDlllllllllUUIIllllllll[llllllllllllllllllllllllllllllllillllllllllllllllllllllllllliiü ■■■■■■♦♦■■■■■■ e sleve em nossa redação o major Ursulino de frança filho. que. em nome do dr. José Malcher. inler\'enlor federal. apresentou-nos .cumprimen o de Ano NO\o. O major Ursulino filho la sr.ntou á redação deste nu, seus votos pessoais de fe iz
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0