Pará Ilustrado - 1943
-Imagine você, meu caro Tusso!.· que estou com esla mulher ha seis me– zes e ela ainda me não pediu uma joia! . . . -E dinheiro? ... inquiriu Tusso!, fi. xando os olhos verdes e zombeteiros no rosto do conselheiro . -Não precisa pedir-m' u, porque, para evitar maçadas, enlreguei-lhe es chaves da burra e o livro dos cheques assina– dos. E' urna •managêre• exemplar. -Ah 1, . . fez Tussot. quasi num gri– lo: e, despejando um pouco de .bour– gogne• no copo do conselheiro, acres– centou il'Onico : •••• ••••••••••••••••••••••••• l= ~z;~=~~·"!_~=-~. _ de mau carafer curam-se § eficazmente com · §§ 1 º [l[!] mm m □mmª i = produto sobejamente experime11tado · ~ nas regiões impaludadas do Alto ~ = Acre para onde enviamos anual- . ~ ,__ ª===- mente milhares de vidros que têm ~ _imensas curas sem ,um unico insucesso ª i 1-a:;::;;; ~e -DE- ALBlnO FIALHO & e. Praça da Republica. n. 43 PARA' -BRASIL llllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllliiii ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ •• ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ -Rçalmente, é ex!raordinario que ela, até hoje, lhe não lenha pedido uma joia ! E a respeito de comportamento? . .. -Já ,-l'ho disse: exemplarissimo; é como se fosse uma esposa amorosa e dedicada . -Mas o marido , o ciumento marido, retirou-se do Brasil? . , , perguntou ainda Tusso!. - Não , _está aqui no Rio, onde mon– tou um sa lão de esgrima . . . com sala de roleta nos fundos. Vai todos os dias a minha casa, mas como mera visita. Eviden!emenle conformou-se c~m a "Si– tuação; depois . . . é um homem gasto . .. Tussol comia ' pav<,>rosamen!e e sorria. O conselheiro, alegre, radiante, espe– vitado pelos vinhos, ' narrava sempre e já entrava em minudencias escandalosas do seu viver intimo com a cécuyere,. .Era sobreludo uma mu-lher admira– velmente bem feita, um assombro de perfeições fisicas e m~-rais, de uma be– leza coruscante. Viviam como noivos. Ela, ás vezes, tinha a nosla lgia do cir– co, do seu viver funambulesco de outrora e sentia desejos irresisliveis de faze'r exercícios acrobalicos ou equestres. Ves– lia ·então o •maillol, roseo sobre a carne lepida e ·macia do seu corpo es– belto e. assim. aparentemente núa. em– punhando o ·chicolinho curto, percorria as salas, em passos de deusa e solici– tava • um cavalo para -pular e correr, como outrora no circo qu-ando arran– cava .bravos, da multidão elelrisada . Como não havia cavalo. o conselheiro oferecia-se; e curvo, de galinhas, mãos e joelhos sobre o !apele, como s~ fosse um bucefalo doei!, recebia na boca a brida suave de urna fila d(" seda e no dorso o pé nervoso e · pequeno da •écuyere, em delírio . E. assim, com esse fardo precioso e gentil. ele percorria as salas, como um golfinho ufano cavalgado por uma ninfa , e parava em frente aos espelhos para ve-la semi-nua, coberta apenas pelo .rnaillol, roseo em aliíudes de driade, de perna erguida , radiante de . prazer, a dar gritinhos de incitamento: nesse si– mulacro de exerciciC\ equestre. Depois, satisfeita . contente. feliz, arremessava-se ' sobre um sofá e patenteava-lhe o seu corpo apetitoso em pl~na nudez, . des– pindo o •maillot, para que ele saciasse o olhar faminto nas curvas deliciosas da sua carqe provocadora. Na perna , um p_ouco acima do arte– lho tinha um sinal . . . - um curioso si– nal . .. Ah I se você visse, Tusso! , esse -Como sabe isso? 1 perguntou o conselheiro, esbugalhando os olhos. Tussot, atrapalhado mas risonho, ex– plicou-lhe que fôra urna indiscrição do marido. -Então, vocé conhece-o? . .. · Elt> é falador, é . . _- O jantar findara e Tussot reclinando– se comodamenle no divan, de charuto aceso ·entre os dentes, quiz conhecer 0u!ros pormenores de~se iélilio picaresco. Inlrigava-o sobretudo a acomodação do marido I Ele . . . Ião ciumento . . . um mouro! . . .· inda . ir, diariamente, visitar a mulher .. .' depois de separado dela I... ' Estupendo ! . . . ••••••••••••••••••••• PARA' ILUSTRADO no Pinheiro De hoje em dia'nte. PARA' ILUSTRADO pode ser encontra– do sempre a venda, no SALÃO BRASIL junto ã Casa Batista, na populosa e pitoresca Vila do Pi– = nheiro, onde o seu prnprietario sr. =-- 1== = = _ ~~~m~~f: p;r~u;~!~~r ~~bres:;~~I~ quer assunto, como assinaturas, anuncios e etc. para esta revisla. llllllllllllllllilllllllllllllllllnfflllll!lllln~11m1111111111111111•1111u111111111n1111m1t11111111n11111u111111111111nn:11iiií ♦ ♦ ♦♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ ♦ · • ♦ ♦ -Um homem gasto mas inconsciente · da sua invalidez, explicava, desdenhoso. o conselheiro. - Ouça : de uma feita, entrando eu em casa ·' . pouco mois cedo do que o costume, ,estranhei ver a poria do- nosso quarto fechada . Pé ante pê, para surpreender Aglaé. que prova– velmente fazia a sua toilelte para me receber acheguei-me da poria para es– preitar pelo buraco da fechadura , Nessa ocasião , a minha bengala caiu e cu ouvi um grande reboliço_-- dentro do quarto . Adaptei então o olho ao buraco da fechadura e . . . o que pensa você que eu vi, Tusso!? .. . -Eu s.5-L lã : algum galo assanhado a sinal· · •• _ pular--pelé>s moveis ... -Conheço . parece uma p~al~: d_e--- --Não, senhor; vi O marido muito rosa, respondeu inadvertidamente Tus– sol. (Continuação da página 25 (Uúca ~ M ciadde do.d, ~ 1w. ])a/Ui,} [;][I(!) (B(!)~I})(!)[;] (!J□ (!)[i](!) 0 {[1(3 1 ~@-- - - ~(!)□[!](!) ·l})(D~'11(!)!1 0 ~g}(3-Fone. 2184 Recebe godo dos seu& associados para falhar de sua conta e risco, cobrando mod,ica comissão por esse serviço . assegurando, dess·e modo, _ _- os melhores preços do mercado. -4- PARA' ILUITaADO 20-=- .3 -194.3
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0