Pará Ilustrado - 1943
C A· S ·A \J\/ 1-l l T E CUT8LARtA - DROGAS oenTARIAS - P8RPUmARIA PlílA JAidi/~ e ~~ d~ ~ do.d PRODUTOS O8ílTílRIOS "C.8L88T8~' Rua Santo Antonio n. 20 Jelejone, 118 O - BELEM- PARA~ Confinuaç§o da pagin{J 7 . . . - Então só nos falta saber quem é esse típo, onde está ,agora, ou por outra, como desa– pareceu do trem. Mas as ·barbas ... as bar– bas. . . Que pensa o sr . chefe do trem ? --Que eram postiças - respondeu o Inter– pelado . - Exatamente . E se não o eram, é en– tão provavel que as tehlla raspado. Ora bem . E' lógico que um homem que se barbeia em viagem traz consigo uma dessas navalhas de segurança . Admitamos ainda que, depois de barbeado tenha posto fóra a lamina. .. Ora, as laminas estáa geralm'ente untadas com uma substancia gordurosa para evitar-lhes a Óxida– ção, e são por isso esplendidas para conserva– rem as impressões digitais de quem as usa ... Tudo isto é teoria. Vamos á rea!idade . Cyrus, faça o favor de ir ao quarto de banho e apa– nhar as laminas de navalha que lá encontrar. Procure segura-la pelo fio ... ·D'ois dias depois, Cyrus era chamado á presença do -detetive Jacob Dunton, que lhe disse : - Creio que já descobrimos o ladrão, mas precisamos que você reconheça certos obje- – tos . Uma das laminas que você apanhou nq banheiro do trem acusa as impressões digitais de um terr!vel assassino. O camaroteiro estremeceu. - Chama-se David Laffert prosseguiu o policial. Pelo menos era esse o seu nome, há cinco •anos, quando condenadÓ por uma ori– glnalisslma falcatrúa que praticou em São Francisco .. Tenho a convicção de que foi êle quem roubou os passageiros. Entretanto, há alguns detalhes que ainda . não estão esclare– cidos . Por exemplo: se a bl}rba era falsa, não era preciso que êle a raspasse .. . O detetive paz sob a mesa uma valise es– cangalhada, ·abriu-a e retirou dela um traje de homem. - Esta valise foi 'encontrada no trajéto percorrido pelo trem. Há nela uma série de coisas interessantes. . Cyrus arregalou os olhos . Acabava de re– conhecer o traje do passageiro do leito nume– ~o · nove. - Esta é a roupa que trazia o ladrão quando subiu para o carro - exclamou êle . E estas são as suas .barbas ! Mas. . . onde es– tão as joias e o dinheiro ? O detetive continuou a . tirar objeto da valise e explicou: - Aqui está o pano de ohde o ladrão tiroú" o pedaço que serviu para amordaçar a você e a Francis . . . Era uma toalha de banho. . . Re– pare como está suja ... Com e1a o ladrão lim– pou a pasta que lhe servira para colar as _bar– bas á cara ... Olhe aqui o frasco da .pasta . Não se espante. . . Ainda há mais : o frasco que continha o cloroformio ... Ora muito bem . Tu– do isto confirma o que eu suspeltára, isto é, que se o ladrão não podia descer do trem em marcha, nada mais facil pará êle- do que atirar por uma janela á linha uma valise ... O que, porém, ainda não cheguei a compreender é que êle se tenha barbeado ... ,cyrus deu uma ,palmada na t esta : - Está explicado ! As laminas que ache! -26- · no banheiro eram dos passageiros que se tíàr– bearam ao amanhecer, depois do roubo. _Sim. Lembro-me perfeitamente ·de que á mela-noi– te, quando l!mpe! o banheiro, não havia ali lamina alguma . Eu as tinha lançando antes no lixo. E o ladrão barbeou-se pela manhã, - como qualquer viajante. . em seguida fazià. o Ínesmo o do· tres, .para me !fazer crêr que ambos·· os Íeltos estavam ocu– pados ipor duas pessôas distintas. . Jacob Dunton sorriu· e disse : - Creio que desta vez .você deu no vin– te, Cyrus. -Dai conclúe-se que o criminoso se– guiu viagem tranquilamente até Chicago, on– de desembarcou com o produto do roubo. Mas! como explicar sua dupla personalidade ? Só de um,a maneira : o homem barbado embar– cou em South e meteu-se no seu .camarote. Depois, em alguma estação sem importancla, desceu e transformou-se em outro homem, adquirindo nova passagem, subindo novamen– te para o trem e ocupando outro leito. Que leito seria êsse ? E' você quem o vai dizer, se reconhecer, entre as fotografias que lhe vou mostrar, algum outro passageiro. Entre elas está à. ao homem que mandámos deter e que será. capturado de um momento para outro. Veja se sBJbe quem é êle. O policial mostrou ao camaroteiro uns dez ou doze retratos . De repente, Cyrus, que os examinava atentamente, abriu desmesura– damnte os olhos e exclamou: :....Oh!. .. Este é o passageiro do leito nu– mero tres, o homem da roupa "be!ge" ! O detetive sorriu : - Muito bem . Além disso, é o assassino de que lhe fale!; já não há duvida sobre a sua culpabilidade . Em que estação embarcou êle? - Em Firestone, antes de Worcester . ·- ·E o homem das barbas onde émbar– cou? - Muito antes: em South s t 7 tion. - Isso quer dizer que a transformação efetuou-ser em Firestone . Continue. - O homem da roupa "beige." !l)ermane– ceu no s11lão de fumar até pouco antes d!,! - chegarmos . a Worcester . E agora compreen- do ! Quando a senhora do leito numero dois me chamou para fechar a jane}a, o ladrão, que estava no leito tres aproveitou ·a ocasião para deslisar pelo corredor sem ser visto e fo! ocupar o de numero nove, onde paz as barbas postiças . Feito isso, e para que eu me certi– ficasse de que ali estava um homem barbado, pretextou sêde e pediu-me um copo dágua, de que aliás só bebeu dois ou tres góles . E assim me iludiu facilmente, pois eu "sabia" que o passageiro do traje "beige" já havia se reco– lhid_o ao . seu camarote. . . Pouco depois, reco– lheu-se o ultimo passageiro, um senhor que se deixára ficar até multo tarde fumando ca– chimbo e olhando o campo pela janela do sa– lão de fumar, para oiide me dirigi depois de servir o cópo de agua ao outro. Fo! certamen- te nessa ocasião que o homem do ·leito nove tirou as barbas e voltou para o numero tres. Sim, porque quando eu estava no·salão de fu– mar, sôou novamente a caµi.painha : era o do leito tres, que me disse: "Perdi meu alfinete de gravata. Peço-lhe o favor de verlf!ca_r se não o esqueci no q·uarto de •banho"" .= Está claro que essa historia do alfinete foi um es– tratagema. . . Havia poucos minutos que o viajante do leito nove me chamára e quas! PARA' ILUSTRADO • - Basta, amigo Cyrus . Nã-0 precisamos de mais· nada. Isto é, precisamos dó ladrão~ . . Mas creio que não demorará a noticia. da sua prisão ... Deteve-se . Um agente- de ' pol!cia apareceu á porta, conduzindo uma valise e acompa- nhando o homem da roupa ºbeige". • ;_ Cá está êle ! - exclamou o detetive. . ' . Reconhece-o, Cyrus ? · Este estremeceu: . - Sim. E~ o passageiro do leito numero tres . E reparem que êle traz na gravata o alfinete que me mandou buscar no banheiro e que depois alegou te.r sido tambem roubado pelo ladrão do trem l ·Diante de tantas .e tão concludentes provas, o criminoso fo! obrigado a cónfessar, tanto ma!s quanto a valise apreendida em seu podei– continha o dinheiro e as joias roubadas. ••••••••••••••••••••• "·ÜU.-~ ·11ia,u.,,,, ( BAD MEN ON ·MISSOURI) film: Warner Bros Direção: Ruy Enrighl Tres Homens Maus é um cfar-wesl• linha lançad_o pele W arner. Bros lendo como prolagonistes titulo os· conhecidos astr0s : Dennis Morgan, W ayne Morris e Arlhur, Ml"ne. , Tra'ta-se de um filme de aventura, ' baseado na vida dos irmãos Younger, 3 jovens que se fizeram bando– leir0s devido as persegmçoes de uma •Camarilha. de· bandidos que o acusa– rum da morte do proprio pai e êlo in– cendio que reduzio a cinzas a sua pro– priedade. Sob este aspecto os 3 perse– guem os seus inimigos, roubando e dis– tribuindo dinheíro aos colonos 11meaça– dos de perder as suas !.erras. Influen– ciados pela noiva de um deles, os • 3 Homens Maus• ,.isto:é. os 3 irmãos Yo– unger deixam a vida de aventuras e, feridos. afrontam um julgamento. que se mostra benigno para eles . 6-3-1943
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