Pará Ilustrado - 1943

JO,ei,ed~de e~o.flil-Uüv4 d4 .7 ~ 1leeuallia do, 1ltUã LINllT ADt.\ (1Ânica ~ JJallá) ' [:][!](:] (B(i)~[;)(:][:] l]J□(:][il(:]a©ttl I gj{il -~(!) □[:](:] [;)(D~'ü'(:][!. 0 ~~(3-Fone. 2184 Recebe gado dos seus associados para falhar de suá conta e risco, cobrando modica comissõo por esse serviço. ass.egurando, desse modo, os melhores· preços· do -mercado Chamava-se João das Chagas e fôra do antigo e glorioso 26' Batalhão de Caçadores, de An,cajú. Lutura sob as ordens do general Claudio do Amaral Savaget, contra os •jagunços• de ' Anlo– nio Conselheiro, ·quando da ocasião da encarniçada luta fratricida travada no fim do seculo passado. Das inumeras refregas , ficaram-lhe, na mente, muilas cenas épica; e horrendos quadros. Eu bem não ' contava ainda seis anos e já meus ouvidos ~s!avam habituádos áqueles cenarios guerreiros de Uauá. Monte Santo, Canudos . . . O atroar dos canhões, -a derrubada da lorre da .Igreja Nova., os degolamentos, a bra– vura dos rudes filhos do serlão, os dias de amargura e fome. os ardis engenho– sos de que lançavam mão os •jagunços• contra os soldados, enfim, toda a cam- . panha de Canudos eu bem conhecia pelas ingenuas e emocionantes descri– ções do sargenlo João. Ouando, nas belissimas noites enlua– radas da minha terra, o velho soldado vinha conlar-nos suas façanhas , nós , os garotos, esquecia mos os brinquedos, ol– vidavamos tudo, ludo, . só para ouvi-ro. -~eu João ainda não veiu 1 -Eslará doente?! E logo um dos garotos, alvoroçado, acudia dizendo que um homem eomo .o sarge_nto João não ádoecia atoa. Com efeilo , porque segundos não eram pas- . sados, e surgia a figura austera do ve- . lho, com seus cabelos brancos, atestan– do as lutas e as correrias no sertão daninho . . . Sentava-se e, lenlamenle, como um velho bibliotecario, que busca nos arquivos, . docume ntos antigos, de agradavel sabor, ele procurava arrancar do recesso de sua memoria, já censada, os falos de Canudos . Surgiam, então, os •iagunços• !erriveis, armando e.-nbos– cadas, atirando . e recuando, tornando-se mais. lemiveis n_o. negacear continuo ... Aos nossos olhos infanlis apresenta– vam-se , pintados com negras cores, quais duendes assombroso~ os bravos .jagun– ços• . A' pruporção que ia narrando , aumen– tava, pouco a pouco, seu entusia'smo e, num dado instante, rompia como que transfigurado ; . -Bichos danados: - E com êstas pa– lavras o velho soldado remafava suas descrições\ guerreirás. Das historias que ouvi nunca· pude esquecer uma. Goslavamos tanle, de 01,1vi-la's que, com rogos, pedidínhos e agrados , conseguiamos sempre que o · velho nô-las repelisse.' Ele para não desÓgradar a •Sua pÍatéa., .como dizia , concordava~ - -Está bem, fiquem quielinhos, .. -Pois é - dizia, começando - nós já havia~os tomado parle do povoado de Canudos. Eslavamós acampudos nas margens do rio Vasa Barris, sem poder nem avançar nem recuar, Era o diabo ! Enlrincheirados nas casas, os .jagunços• derrubavam, quasi sempre, aquele mais afoito que se alrev-ia a '!oirar um pouco mais.-. Entrou mais um pouco 1 ? Bala cantou e o corpo rolou ... • ·Era a can– tilena dos soldados. Eu jã , havia feito Ioda a campanha sem ler sido baleado uma só vez. Ah ! que lambem linha muita fé no meu São Sebastião! Ih ! meninos, isso tinha! . . . Um dia o comandante do meu pelotão. um tenente forte e ruim que só juá de verão, mandou-me ao rio buscar agua para a rapaziada. Eu que nunca fui me– droso, agarrei das ancoretas e desci . • Mas para che~ar ao rio era mislér con– tornar um caminho longo, sinuoso, e n'ão menos arriscado. fui, sem medo. Já longe do barulho das trincheiras, sei:npre me agachandG, procurando coser– me ao terreno , ouço um chocalhar. -Ê,la cousa boa, é cabrito!- pensei. Ouedei imovel a ·espera de novo sinal para seguir · a presa: Meninos! um ca– brito naqueles tempos valia mais que ouro, porque era vida ... Sim, passa.va– mos dias e dias sem outro alimento que não farinha seca . agua e rapadura ! E <lavamos graças á Deus 1... Pois bem, eslava quieto quando ouço o som já um tanto afaslado. Segui, ar– rastando-me· de qu~lr_o .pé.,-,-- na direção. · Üuêinfo .mai-s - caminhava , procurando mascarar-me tanto quanto permitiam mi– nhas roupas vermelhas . mais distar.te ia o ruido . Apressei os passos. Já agora estou quasi em cima . Pronto! Peguei o danado 1 E um dos -garotos. inquieto : -0--cabri!inho seu João 1 (Continúa na página 22 1 ++oooooooooog ~ [) [I} [l □ ~ (!] [D @. [P @ [l ~ (!] [TI} @~ goooooooooo++ ººººººººººººººººººº ººººººººººººººººººº o . o Agua de. Col on ia . Extratos, rilhantinas, ggg m rn íl m rn ggg ma IB CD [ill @ ~ ' Sabonefes, Loções. Pastas para dentes , Oleo de- muíamba , Pó de arroz .Pó de Trv. Frutuoso Guimarães, 134 sabão , Talco e mais artigos do ramo fone , 1600 ♦ Telg.-THEMIS o o de Perfumaria. 000000000++ ++000000000 PARA'-RASIL '-----------------------------' - -8- ..,,...PARA' t:LUSTRÃDO 6-3-194.3

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