Pará Ilustrado - 1943
(Continuação da página 3 A operação foi lenta e escrupulosa. Por . !.a.:io, o camaroteiro mal sabia escrever. Oe: ;i=geiros respondiam, cada um por sua T2Z.. dando pormenores sobre o dinheiro e os ;e-..m que lhes faltavam. - Leito numero nove ! - gritou o chefe ttem. .-ao obt eve resposta . Cyrus adiantou-se, c,,zreu a cortina . - Aqui não há ninguem, chei e ! Entre– =ro, este leito estava ocupado por um senhor barbado que me pediu um copo dágua... Oh! E tambem não vejo a valise que trouxe consi– go. O cp.efe interrogou rapidamente os pas– sageiros a ver se obtinha dados relativos ao desaparecido. Ninguem o vira, excéto o cama– nr..eiro . - O pássaro vôou ! - .concluiu Cyrus. ce..--ter conservamos ess11. velocidade. Entretan– ..!>. não se.ria dificil que o ladrão tenha trepa– tlm só se at iraria á linha quem quizesse sui– t:ificou : - E' exáto . Desde a nossa partida de Wor- . cidar-se. o roguist.a, q.ie acudira poÍ' curiosidade ra~ · sberta. - Não é possivel. O. trem conservou Sjlm– pre a velocidade de setenta quilometras, e, as– do para o této, com o intuito de desembarcar em Springfield sem ser visto; ou então talvez tenha deslisado para .baixo do carro . y ei:;,ha, Francis . Vamos revistar o trem de ponta a · ponta. - Eil.quanto Fi,ancis e ·º foguista -inspecio– navam o ·comboio por todos os lados, Cyrus e o chefe ao ·interrogatório dos passageiros do. outro dormitório. A busca resultou infrutifera. Mas o cer– to é que no treI!l faltava um passageiro. Q:m– rudo, o foguista e o chefe insistiam em afir– mar que o ladrão i;ião ·poderia ter praticado a loucura de descer do trem em movimento . - Então, que foi _que sucedeu ! ..:... per- guntou 'o ingénu o Cyrus. Eu, de minh a p ar– te, afirm o que o passageiro do leito numero nove não poude ter-se evaporado . · Logo, se n ão saiu do trem, deve estar aquL Mas .. . onde? O chefe, pouco amigo de formular per– guntas "tão abstrusas, ordenou que, quando o trem chegasse a Springfield, as portas dos carros permanecessem fechadas, para que nin– guem pudesse descer . Demorariam ali o tem– p o suficiente para reclamar a presença de um detetive. Assim se fez . As portas foram fechadas e vigiadas pelos camaroteiros .e outros empre– gados do trem . Em primeiro . logar, o detetive que com– pareceu interrogou o pessoal e chegou a con– clusão de que nenhuma das ·Suas respostas ti– nha . valor . Cyrus estava angustiadissimo . Adeus, gor– gêtas ! Quem lhas poderia dar, se todos os passageiros tinham sido roubados ? E, ainda por cima, t odos os protestos eram contra êle . At é o p ns.sag~!ro do leito numero tres - o ho– mem de' rcu; "beige" - chegou a dizer.olhe : - T c ~.>i c:do melhor que eu não .me lem– brasse <!e lhe ., ndar buscar o meu· àlfinete de gravata no uan)leiro . O gatuno lev_ou-o tambem ! · · J acob Dunton, o det etive, e o · chefe de trem con versav:im no salão de fumar . - Asseguro-1.?:l.e, dizia o chefe de trem que um sal to dado nestas condições e com a agravante dá escuridão da noite seria o bas– tante para mandar o ladrão para i:nelhor vida . - E porque .não poderia, realmente,· o la– drão ter cometido essa imprudencia ? - Repito-lhe que !amos a setenta quilo– metras· - insistiu o chefe . Mas, porque o se– Rhor não(passa uma revista na ,bagagexa dos passageiros ? O polipial fez · um _gesto negativo com a cabeç_a : - Isso não está· dentro das minhas atri– buições . Ademais, não d aria resultado . Admi– to que o ladrão não tenha podido saltar do trem em movimento, mas é de supôr que h a.ja atirado o produto á linha . Quem prat icou esse roubo n ão é um novato, e, portanto, não cai– ria na tolice de não se desfazer temporariamen-, te dele p ara recupera-lo mais tarde . Escute, Cyrus . Você é o unico que ·conhece o ladrão, não é verdade ? · · - -Sim, senhor . Quando 'embarcou entre– gou-me o bilhete, que por minha vez entre– guei ao chefe do trem. Era par a Chicago . O passageiro subiu para o carro logo que o trem ohegou a South Station e dirigiu-se imedia– tament e p ara o seu camarote . Os outros pas- ' sageiros subiram depois. • - É-lhe passivei descreve-lo ? - Sim. Era um homem -entrado ein anos, traje cinzento escuro e gravata de laço. Mas o seu principal caracteristico era a barba, e– norme, dividida ao meio . .. - Perfeitamente. -Mas esse passageiro não poderia :ter descido na estação de Worcester? / - Não, ·senhor I Já haviamas saido de Worcest er quando fui cloroformizado. Eram duas menos vinte quando esse passageiro bar– 'bado me pediu um copo de água . - Tem certeza de que era êle e não outro ? - -Completa certeza. Assomou a cabeça entre as cort inas e ... uma barba, sr .· detetive, é coisa· que não se confunde nem mesmo com .. umá bicicleta .. . ' (Contlnúa na párfna 26 ••••••••••••••••••••• 1 )o.cê, ~,tia, de Una av.entwza fWlz, 1Jia!-1'eja ~ qu,e. ~ a, ~1l~.~--– ''Una ./4entw,,a fWlz, 1Jia'' W. llílDCRStn . . . s 1) rX!ua.Y?,u~..f~. ,., s ,RW Jours lQI eletnc.o rces:o,~ am dás tJ PARA' ILVITRADO Ha quem prefira viver uma vida .cin- . / tenta,. sem sobresallos de qualquer es– pecie. como ha. lambem . os que pre– ferem a agitação. as emoçÕe5 · fortes ... Para estes - que constituem a maioria - está bem indicado o filme da War. ner Bros. •Um'a Aventura por Dia (Nirie Lives are note enpugh) em que se pro-' va. juslamenle, conforme, o tiluló do fil– me , em inglês, que... nove vidas não ·são bastantes.. . para 5aciar a sede de aventu– ras de um reporler, que vive atrás do, sensacional e do horivel, sempre com a maquina fotogrnfica preparada par a colher as fotografias mais, espetaculares para seu jornal l O reporler é o simpatico Ronald Rea– gan... que encontra na belissirna Joan Perry, a pequena que o deixa ap·aixo– nadissimo... como lanibe'll deixará os fans., . O filme , leve a direção de E.d~ ward Sutherland e nele ainda , encon– tramos _J _ame5 Gleason e f aye Emer5on. -7-
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