Pará Ilustrado - 1943

~ ~u,,,, ilUdáo. ás 1'.ehlú? 1 1 ti .·~ eo-,,,~ ® 1juuil, ENTEROBIL GERALDO PALMEIRA E' muito comum no· B~asil, o aparecimen– t o de " teoristas", que se julgam com o direi– to de criticar e resolver os nossos "fenomenos .sociais", mas longe de admitirem os fatos como leis naturais, resultantes de uma série de "fe- . -nomenos físicos". Outros "profétas", aceitando -esse principio, não observam com parcialidade .que dentro do complexo campo dos "fenome– -nos sociais" esboçam-se uns sem numeras de J atos, procedentes do lamentavel desam,paro -com que os governantes ·sempre encararam a .conquista do homem nas diversas fases de nos– .sa formação soéiái. Erramos no Brasil - colonia, império e re– pública, procurando resolver todos os nossos -pr oblemas sociais, dentro de um Brasil "baixo– relevo" não se observando as diferentes ano– malias mesologicas das diversas regiões do país. .E, pela adaptação do homem nessas diferep,tes -regiões, ditaram-se leis unicas, feitas nos gabi– netes, e por legisladores ambientados aó,. seu meio. As causas dos fenomenos do sul do Bra– .sil, não são as mesmas do nordeste e nem_essas são as mesmas do extremo norte. Sõmos um todo, com altos e baixos relevos. Daí resp.lta– ram as diversas crvies economicas porque a Amazonia te7J1- passado. Na chamada velha re– pública, os presidentes não nos procuravam. Alguns conheciam-nos, muito mal geografica– mente. Perto dos pleitos eleitorais os homens do sul · vinham não á nossa procura e sim dos D. Maria Carlota, essa é que não ia mui– to na tapiação ; As duvidas cresciam-lhe na -cachóla II:adura, bem eicper.imientada, que era do.s bons "trucs" rocam:bolêscos da vida. Fran– ~ameilte, eu não tenho intenção nenhuma de meter o Diabo na condimentação gosto.sa des– .se negocio de amôr do Alvaro e da Mund!ca :Ro.sa, tramado á socapa, como direi ? ás bar– bas, isto é, á. face imber.be , mas respeitavel da . Hustre matrona, a veneravel senhora D. Car– ,lota iMaria. Pudéra ! O Diabo estava a póstos e ·tem parte de relêvo, na sua ,perversidade iro- . nica, nos agradaveis aborrecimentos das quen– i;uras e do.s · conchêgos passionais da vida hu– · mana . o "sonheldor" penetrou-- muito profunda– : mente na sent!:mentalidade vulnera el da ga– :,-ôta linda e tudo caminhou para um termi– no. . . "daquêle geito". A historia do.s sonhos., mentirosos ou verdadeiros, caiu em cheiq na nossos políticos. Fômos colonia do Brasil--cólo– nia, fômos colonía do Brasil-império, fômas co– lonia do Brasil-república. Já quem veio des– cobrir-nos foi o presidente Vargas, do golp.e !to _Estado Novo para cá. Esse grande estadista compreendeu que o filho da Amazônia é quem mais tem sofrido na constante luta corttra u np.tureza bruta, procurando adaptar-se a uma região de imprevistos físicos, alastrada das mais terriveis epidemias e sobre o domínio do feu– dalismo dos "coroneisn da roça. Vencenlro ll vencidos, os primeiros colonisadores da Amazô– nia fixaram-se no sólo, mais sem deixar de so– frer a influéncia do meio. Sósinhos, rea1.isaram .a maior conquista do Brasil, triunfando rsobre uma região assolada de miserias, onde .ci t1'tque– sa ·só- é conquistada com lagrimas e sdfrimen– tos. A Amazonia, sim, é a região mais ,rica do Brasil, e talvez do mundo; mas lembm-nos :ãa história de um palacio encantado, onlie !lor– miam as mais fabulosas riquesas da terra, mas a chave desse imenso palacio, encontrava-se :na boca de um terrível Dragão ·que ressonava.. Amazônia possue diversas chaves, ·que se encontram na boca de ·diversos Dra'!JÕes..:•. A– niquila-los. primeiro, para depois descobrirmos a verdud:eira riquesa da Amazonia "enl'antada''.. Dos reveses dessas lutas, nós .ila Amaz1i– nia, inegavelmente, tornamo-nos -pessimistas, mas esse pessimismo, nesta hora :amaz011ica, i111.pele-nos á luta, para o ressw,;gimen,to to– tal do mosso vale. d-e Al:varo. E' de crêr que o Diallilo ten'ha •che– gado, por sua vez, a dar uns "passes" no.s ner– vos :melo morto.s da respe~tavel senhora, como convinha, para que todo aquêle jôgo amoroso, que ia crescendo e se compH=ndo com -e> -cor– l"lil" dos dias. . . e das noites, tlvé&e nm fim, um paradeiro, uma solução, no abrupto das surpresas, de que se fazem eertos .'intransP'!ra– -;v.eis desabamentos domésticos. Pois bem. A n-oite 1a alta. D. Carlota !Maria, :menos ~a– dora, por se pensar mais justa, dormira 'horas .a fio. o sono fôra-lhe suaw.e, a1nda que .baru– lhado da roncaria peculiar ·ao estrago 1-nevita– -vel dos a,nos. Desperta, lembrou-se de que li-avia .-sonha– rlG alguma coisa que lhe p.areceu lnteressa.nte. Não qulz perder o ensêjo de, na,quêle ;mesmo .momento, contar o sonbJl> ,ao Al:v.aro, ............................ . /Ali, bem próximo. dela, estava a salêta, cujo Interior se iluminava, mortiçamente, á luz ·exígua de um velho candieiro belga. Ali, 'bem próximo, dormla o rapaz naquela quasi :mortuária penumbra . Um rápido raclocinio, uma breve coorde– nação de idéias · e ela se supôz a,pta p11,ra. a U1arração fiel e espirituosa do que sonhára. 11.t– sim, aontegosando o efeito que o seu bélo so- • ,nho iria produzir no espirlto folgasão do so– li>rinho, áquela hora meio môrna da noite, c.compôz-se na sua roupa leve e abalou, alegre, wara a salêta, onde êle dormia "inocentemen– te". Lá chegada, D. •Carlota Maria torceu, de igoupe, o regulador do velho candieiro, dando .mabr ·e maie clara chama ao pav_io chato meio Imerso no querozene. A luz, em cheio, como "QUAR'l'EIRAO" VITOR DE LIMA CAMARA (Do Centro Literá.rio Carlos Leal) ............................ DIWllllllllllflllllllllHlll•llllnoNll!IIIIIWIUIIIIIIDIWDIIIBIHIIDIDl!Illllllllllllrullllllllllllllrnl!Illlllllllllllllll l1m~I ª e fodds dS febres pdlusfres ª i de mau Cdrdfer curdm..se · 1 ~ § == eficl1zmenfe. com = 1 :o~~º~"~"~Qill~: i ! nas regiões irnpaludadas do Alto 1 ~ Acre para onde enviamos anual- ' ~ ~ mente milhares· de vidros que tem ~ ~ feito imensas curas sem um unico § l 1~=J/~e 1 ALBIDO FIALHO & C. = PréiÇd dl1 Republicl1, n. 43 '== PARA' -BRASIL 11111111111111111111111111111111111111111111111111111111111~ , espirita bom e amavel da Mundica Rosa e ela, . essa adoravel morena, tipicamente ~éla, bem tO~·ltt::::==========;::==::============================ •domestica, mas quasi selvagem, propensa ás , lendas e aos contos de "Mãe dágua", do "Bô- . to namorador e galante" e de "Curtl'!)iras", no : encantamento. das matas cerradas e dos l'ios •grandes e ·profundos,. entrou a pensar na sua. 0 melhor maneira de se fazer tambem" sonha- dora" de sonhos bons, raros e gosto.sos, pelo : muito qµe,-cQn.tivessem de novidade. Pensou e , .decidiu-se. +++ Um pouco..de sugestão, bem aplicada, na– turah;nente prodµz o efeito certo, na confor– : midade da capaçldade impressiva do Individuo _,,que a recebe. D. cOa.rlota Maria tambem-ncá- PENSÃO UNIVERSAL -- DE -- '• fflASCAR8DHAS 8 COmP. RUA SANTO ANTONIO - PROXIMO AV. 15 - T.EL. 1121 Pensão Fé!miliar. dispondo de especiais acomodações e conforto [;l[IJ@~CD~ [IT}CDIT>□CBCD~ Ao centro do Bairro' Comercial. acêrca do Cais do e dos Correios e T elegrafos. Servida por onze linhas 89Lem:PARA' Porfo de bond~s . .ra impressionada .·C9.11:l ~ contar doa "sonhosw~f================================:_;========G PARA' ILUSTRADO --5- .J

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