Pará Ilustrado - 1943
/Continuação da página 19 minar. O filme "Fantasia" nos dá u– ma mostra dessa profunda tentati– va de interpretação. A musica tem si– do a circe onde os desenhos animados percorreram e firmaram a sua repu– tação aniquiladora. Ainda era imper– ceptivel essa conjugação de motivos e a aliança do som e da linha se de– cidia nas convenções. Era preciso que o som se articulasse com os movimen– tos do desenho. E assim, a suprema arte - a musica - iniciava a sua co– laboração para impôr-se, num cre– cendo admiravel até despertar a sua vivacidade, nas platéias que já não podiam admitir os desenhos sem a sua aliada. Nessa continuidade impos- ,;============= ,;- ~ ~0 .:s-0 (lo citarmos os acidentes, as cromaticas. JO Vem a voz humana nem os instru- L)' mentos chegariam ás percepções i– naudiveis que certos artistas atinjem sem poder fixar. Seria preciso um desgaste. É simplesmente nesta área de es– peculações raràmente visitada, que Walt Disney penetrou, muito de leve, e não tendo folego para permanecer mais tempo. dá-nos uma idéia desse furo, quando exibe a sua "Fantasia". , A técnica sempre pronta á cumpli– cidade, nas aventuras audaciosas, compoz as notas e as divagações des– sa excursão de Disney. Si demorasse mais perderia, talvez, a memoria do seu proposito inicial, por compreen– der que cada novo angulo de uma nó-dd~ -leatio. da fJaz Um momento da filmagem de .Aventu– ras de Martin Eden• vendo-se Evelín Keyes e Glenn Ford ••••••••••••••••••••• ' CJ-\SJ-\ DE ·N\ODAS DE Mme. OBDULll Modelos de vestidos para baile. põsseios , Tayêr, Róbes. Dijames, Cõpas , Bolsas, C hapéos, etc. EDIFICIO DRODRIO :- Avenida 1 s de Agosto . 214 ·- Tt-lefone, 1909 BeLem:PARA' ~=================="' ta pela natural supremacia do belo, operou-se o inevitavel, a antitese: o desenho seguir a musica. "Fan– tasia" é o primeiro filme de Disney onde se nos oferece esse novo aspé– cto, ainda embrionariamente expos– to, desfigurado, um negativo que só o tempo revelará em provas positi– vas. Sem a mesma responsabilidade de Disney coube a Stokovsky mais uma demonstração do seu genio in– terpretativo. Uma repetição, para os que entendem. Uma eterna repetição que desafia novas inteligencias para uma duelo sempre adiado, porque há imensa desproporção entre os adver– sários. Toda imposição é o fruto de uma preparação arduamente subme– tida ao desejo de vitoria. E na geome– tria cosmica todas as linhas se har– monisam, com uma regularidade ad– miravel. No dominio musical as va– riações se escravisam a motivos que se repetem, como na matematica. Não há calculo sem a presença da unida– de. A ampliação dos movimentos rit- ~ mados gera milhares de nuances,har– monias, que se desdobram, ramificam causas e estabelecem linhas em to– dos os contactos. Da semifusa á semi– breve há uma progressão infinita. Por coincidencia, o mesmo numero dos quadros do xadrês, formando um am– bito para as principais variações, sem verdade sugere investigações, cada vez mais intensas. Esperaremos por outras provas, outras reportagens . Surpreendemos o objetivo. Já o era em épocas remotas. O templo de Sa– lomão, para quem estuda esses pro– blemas, foi edificado nas linhas que vibram dos acórdes de lá menor e uma variação de si bemól. Todos os estilos de arquitetura se -baséiam em acórdes de notas musicaies. Vi– mos, numa ilustração de um livro muito pouco lido, o desenho que gra– va o acórde de dó maior. Nenhg.m 'ar- - tista conceberia uma tão pêrfeita re– gularidade de linhas formando um conjunto cuja idéia parece prolon– gar-se indefinidamente. Concluimos, portanto, que as linhas que fixam os sons se desenvolvem e se amplificam em harmonias decisivas: linhas esté– ticas. Que linhas verdadeiras f~a– riam as musicas de Chopin, Lizt, Bee– thoven e Bach ? Que maravilhas sur– jiriam de uma captação exata, até a formação das côres ? Do simbolo, be– lo, ínagestoso surgiu o desenho, o de– senho animado, grotesto, interessan– te: a deformação, que procure uma reabilitação. Entre a estética da li– nha e a do som localiza-se uma zona neutra onde muitos sucubem, como no caso de Mijiusky, tentando o al– fabeto da dansa. Por enquanto, po- PARA' ILUSTRADO (Poêma de RUDA' PALMEIRA) Aitüla hoje nr fe 11êjo· pára e béla como as figuras santas das estampas, ' com os marmore• eternos da lendária Rôma, ae os homens ·amais olvidar· Transcorreu a 30 do mez findo o tiniversario nalalicio do joven piloto . José Hosana da Fonseca, filho do co– mandante Hosana da Fonseca . da Snapp. e sua esposa sra . Algemira Calandrini da Fon-.eca . O dislinlo naLlicianle re– cebeu pe lo feliz evento grandes provas de estima. ••••••••••••••••••••• rem, contentemo-nos em admirar os borrões do som. Só mesmo numa ex– imag~nar a felicidade futura, na con– templação desses novos mundos ·de arte e de beleza! . . . 20-2-191,3
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