Pará Ilustrado - Julho 1943

J ORCE i\·\ondm,,lle ex.eculou o.s 11liimt1J< noll\.'! de· suo valso fazendo 11 ,tcmpe.sfode. cio finol em qu~ poz lod o s1111 nlmn 11 poixonnd11 de nrti.'!111. Depois. deu 11m11 1•01111 n<.' lomhurdc -em que e,t 01, 0 sentado e ol hou Clnrn, Seu~ olhos niio ~or, rinm, mas ern troco hol'ill neles umn krnuro llf)lll– xonBdo. .-O que te parece. bonec" t .- pergu~lou-lhc. Clort1 compreendin J<•10 musico pe, feitamente e sobit1 que esta vnlsn, escriln nos dois primeiro, me– zes de guerra, cro M ln melhor composiçiio. - form idovel. querido - respondeu-lhe. Cloro se levantou e se aproximou dele. r.rn umo jol'em miuJ11. delgada. elegante, de olhos itrnndes e castanhos, rnuilo penetrnnleJ< e o boca ~empre J 15po,ta pbrll o n~o . Seu cnbelo de côr louro cla– ro mnrcnvo nolavelmenle suas fei ções delicoàos <l~ boneco. t:,tovo vesfido com um11 •negligée• com– po fo )>OI' uma s11io e blusa <le sed., , Cloro era muito dada o e~so maneira de vest11· quondo esta – va em coso e no reolidnde lhe o. sentava muito bem. A jovem ocoric,ou o rosto de .Jorge e repehu - formidavd. querido. Jorgr II tomou cm seus bra~·os e a beijou 1111 boca. nos oll,o,. no cabelo. Assim nll eln para ele. P or~cin ler uma c~pecic de m11~io que fozi o que o nmMse c~dn din mo,s. Àlern disso, codn dia descobri11 na jovem que ,e convertera cm Mln esposo umd no1·t1 qu olidad..,, oc uli11 e prccio.so , C om elo, Jorge 11ch11r11 o paz liio ansiado poro lrobn– lhor em sun orle, e com II ajudn eficnz dclo fez que suas obra s fossrm conhccidns e ~olicilndo,. Numo polo vro, Jorge ,e senlio feliz, e nenhuma nuvem não empanorin o sun felicidade se não li– ves.'!e eslõlodo o guerra. M as não cro .!Ó fofo da guerra que o prcocu– pova , O que ocontecin ero que o e,!t,l,,r dos ho,– tdidode, lhe !razio a , i1•0 recordoçii o do, lempo, não lon!!inquo, oindn em que ele crll 11111 mil itnr, 11111 cop,tiio de lwznre,. Ele !'~7 s110 ,orrei1 o mil,– tnr com regulo, 11lnde, e de ocordo ron, o lraJ içiio de .suo fomili 11 e do, desejo àe seu poi, que mo,s que de, ejos fornm ordens. 0 , Monderwille fornm cfdn·nmen le, todos mili– lnrc• . Seu poi ero coronel refonnõdo, e seu llVÔ foi ge11ernl que peln suo brnvurn recebeu o l10l11- 111cnto de cnrnlciro porn de e lodo 511 11 de,cen– dencin. Àpesnr d,sso, Jorge senlio que suns aspi– reçõe.! cslnvnm no terreno dn mn,ico . MuitM 1·c– zc, tenlon f11zcr ~eu pni compreender i,so. mi,~ fo, em vão. Suo propri11 11oi1·0, n ÍOrn1tl.!11 E"º· d1z111- lhe a miudo que suo vocn\·iio pelo mus icn e1·0 11111 ndorno II mois poro uns quolidndes, 11111s que o ~110 verdadeiro carreira ero n 1>1iliior. Mo~ chegou o dio em que conheceu Cloro. umo , im ple.s mocinho do Pº"º· que lhe disse depois de 111 i-lo locor oo p,ono uma dn~ ,uns composições: -- ~ te P o se\' destino, Jorge · escre1 er m11,tco Ao ouvi-ln o ro•lo <lo jo vem .s~ il111111nou. f.ro a primeiro pe,son que n 11ni11111,·n e lhe d1 1.1Q . en,e– lhonle• pe1lovrl1~. - Vocf pen,n que ;. l'erdndc, Clnrn' ..,...E,1011 cerlissimn. Desde oqudc din se 1·ir11m II miudo. e logo o 11111or •e opos•ou ddes. Amnrnm-se 11paixonad11- 111e11le e por lirn. romplelomenle decidid,,, ele obon– donou ,110 correi, 11 pnrn dedicnr-se i, musico. Jã, por CMO epocn. de~moncharn o , cu compromisso ,·0111 l:vn. Ele lhe mo111 feslou e111 moi.'! de umo oporfunidode seu, de, ejos de ded,cor-~e e"lu,il'o- menle ã ~musico e elo lhe rc•po ndin • • - Ouerid,:,, sempre achei que como odorno a musico está bem. Mos poro dedicnr-te ocho que é um erro lomenlovel - E ocresccn{a\'O maciomenle - Jepoi• tu sobes que desejo .ser cbomodo a e~– pos11 d,, oronel ,\\ond~r ·,lle P orque tenho cerle– zn ,lorge, Je que d1~g11r6s " ,·oro11el pelo meno~. - t'le. 11nlurol11,enle. in,111111 e bri~orom 11ngorom vori11s veze, tilr que por l1111, p, od<mu ine1 ila- ,elmenle <1 ruluro. A principio ,e senliu bo,tonfe lrisle, mns pouco kmpo depois conheceu Clor<1 e um nmor novo ilu– minou suo nlmn enchendo-11 de no1·os ilusões. Ouondo \'iU que niio p, cc1'0111 pen,or 111ni.;, to– m11nicou ~u1.1s re,olu~·ôe5 o •eu p~i e o seu irmão llu!)o. que ero lambem m1l1!111 primeu o lhe fez umo cnra de pou os 1111,igo, por l'ê-lu 11bondo!1or. o carreira milito, r por 1111:0 simples moço do po1·0. O irmilo. ni,o disse nndn . Jàrgc niio lizero coso quondo seu pni ch11moro de •mus1cllz1nho•• 115 ,uas compo,içõe.s. mns quonclo ele chnmou d,· rid,culos 11mores e mul11e(1.inho o sun Clnro. ele ficou z11n– g11do e rompen i111cdi11lnmenk com o corre,ro 111il,– lnr e ~nis, com o seu propri,~ po, ; 1 nquele mc~– mo Jio obondono11 suo ,·o~a e pouco tempo de po1~ l' ll!011-•e com Cloro. ...\mbo~ foram 1.ver n11mo .:-oso moJc:,to , m.fa the,o de luz e de or, num dos ba1rro5 ~~centnco: do cidode. Ali o \'ido poro eles 1~, um perpetuo 1d1lio. ,Jorge, no plenitude de 5uos foculdodes, in,– pirodo e olcnlodo por aquele omor,. compot muitos peços que til'crom um e~ilo enorme. Cloro, opcsor de ler um ospcdo de jovem limidd, clch1onsfrou ser uma verdadeiro menlolidodc cm qutstões de nego– cios, e no rcolidode foi com suo ojudo que Jorge conseguiu que suo primeiro produção fo sse escu– lodo pelo editor que se encarregou e lanço-la. -O editor niio me quer receber, e quondo o l'n> niio quer esculor niinho composição - dizio ele no principio, elmo de de,olenlo. porque en, um desconhecido , . lns •~k - - lhe cl11.io , elo - 111 iste e Jemo11~tra luos quol idodes. O editor tem d..- te ouvir. A.-,m o fez de. e ciuondo o e cutaro1 , suo carreiro ,e m1c1011, porti 1r 11111110 conlinuo o~cen iio, que· pro1 ~elia t1lcnnç11r uma forno forni1da1cl. 51111 primeira composição publicada intitulova-. e· ,Eu te omorei mais no tempo dM ilore , , e f'ro 110111 musico porn soliio que fez ~cu nome po!.snr t1 ocupor lt,gor pri1·ileqiodo entre o• c(lmposilore~ de lal 1tc11c-1 o de 111u•ic11 Enqunnlo 1••0. ombo, continuavnm omondo-,e e em luger de dim1n111 r. nqudc 11n1or oumento\'o. Am– bo, porrci nm ler nosc,do um poro o oulro. O me.!– mo go,to pelo, coi•os do boêmio, o mc,mo de•e– jo de '"i"cr inlcn,11111enlc 1tozan<lo da "ido. De ~eu p111. de sun coso, e sobretudo de ,11n uoi II E"n e de sua cnrre,ra, ori:ie ,;nrecia t~r e quecido por completo l'le ~o trobolhol'o roro pen.,or em Cloro 011 põro compor, .111,p,1ro~o pelo omor que lbe q~e1- mo,•o n nlma com o fogo di,·1110 do orle. E nos momenlos em que, senlodo sobre o piono, despen– teado, com 'o borbo gronde, enfu.siosmndo por um compo,so feliz, ninguem lt-rio imoginodo no ,é-lo "''"º· q11f' <'rn o mf'smo ,lorge .\land,n.ille de o t, o lempo. cnpitiio de uru re511menlo d~ hurlir<' • " membró "Je umo fomdin de !rad, iio ..-,cluS1vomen– te m,lilor. Clort1 e Jorge linhnm voriM 11mi110•, boêmio e erh tos como ele, que ittm II m,udo ceor corn ele, 011 ,imple•men!e viS1t6-los Entre eles hovin pinlo– res, poc[11s, mÚ'1C<'•. Nt1quelo, 1euniôe3 ,e coll\er– •ol'n, ,e I io. ,e comia e • e bt:bio u,ld' ole– gremenle, mn• com d1scriçiic,", O q11e 111111s :1c fo– zin ero con\'ersC\l sobre nul temos diversos e lo– dos . riv11liz~vom en1 ser poilndore.! de umn noticia fresc11 'A,,1111 foi que sem ,oir ir ruo, ,e inleirornm de q_ue •e he , io declnrndo o S,?uerro. Um Jos 0111i1to•, poeln, lrnuxe o 11ot1cio. Chegou sufornde<, e sobre– tudo muito enfu.s,asmado. dizendo que doli io con– tor II torlo mundo O1111ndo ele se foi, Cloro e Jor– lle •e olh:11 nm em s ileq, o Em , ua~ cobeçi,s ocn• 1 Jo 1·c le no,~cr mo, ~ v J rneno3 o me mo tdtet~ " ~~~~~~~~~~~~~~~;~\~~~~~~~~~~!~; CD l:Jlt.f;)lflCD llJíl®(i)í:l rom ~i í:1lnroc:J 10(;},, l;l@lm[u(:) l•)(i) lll~i (D IB©m ;:i'1 nrn íi 1 ,·f ~ íl 1 ~ 1 íl.ílíí 1 CONSULTE o seu elle medico e confirm rá essa verdade E' um Producto essenc-iõl il s· func nrs do lku,clo. rins e intes tinos, por onde se eli minam o, vc-twnos dn or~ 111smo. rpcocornITCQ (LJ[ll 1: (:)11.(:)1 i l r: O)llll lLO/ l(D lf J[ no. U CAFE -BRASIL Avenida 15 de Agosto, 116 . T lefone, 613 ~~;~)~~~ 17 7 PARA' ILUSTRADO

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