Pará Ilustrato - Setembro 1942 n.120

( Por infermedio do nosso represenfanfe no Rio de Janeiro) Mamãe ! , . . Eu gos lo muilo de · minha mãezi nha . Tudo qu eu preciso ela . me dá : desd :: o · leite qu e me Rlimenlou ao seu seio até os meus vesl:dinhos d e organdi que da propria cÓslura com cari- nho . ' Ela é que me ensinou a andar. El a é quem me ensinou a falar. Mamãe sabe o que eu preciso e se ela o lem não me 0 nega. Qua ndo a menina do visinho quer baler-me eu corro para junto de minha mãesinha , e ali eslou cm segurança. Nos braços c' ela estou bem guardada, nin guem me bale. Mamã -: é forle. Mamãe é bonita . Mamãe é res p~i lada. Ela nunca saiu de casa para ins ultar • as mães de outras meninas, nem vive discu tindo com as visin , as . Todas as vezes que recebemos visibs , mamãe as cerca de genti– lezas, oferece-lhes doces e •Jicores , e leve-as ao terra ço para apreci/JL rem o lindo par!Grama da c:dade . Conversa sobre a~sunlo,; de inl e– resse e ~onomico ou s oba-es e nã o consente qu e eu seja desco rlez nem 'que tome os br' nquedos das oulras meninas . Mamãe me dis3e que nós somos· queridas e consideradas porque pa– pai é muito bom. El e lraba lh él parn suslenlar a nossa casa . p~ra nos não precisa rmos tomar dinheiro emprestado a ninguem . Em casa nós nã o bri gamos, vivemos lodos em harmo nia, não ha esca nd a los. Mamºãe trabalha e eu estudo' e e brinco. A filha de d. Clara que mo rreu no 1:> no passado foi morar com a li a. E' !ra lada como uma eslrnnha . Não gar, ha mais brinquedos. nem beijos , nem nada . . . Comçi é !ris– te .pão !er mãe 1 Eu go::lo muilo de minha casa . Perguntei á mamãe de quem é a rua . Ela disse qu e era nossa lam– bem. De quem era a pra ia: nossa lambem. De que era e ma r : • n:::-sso lambem a té Ires milhas de distancia, na direção do so l nas– cente, e numa exlensã'J de 3577 milhas 80 longo da cosia . Então - 16 - e:u posso correr, passear, lotn a r · banho de mar, viaj :,~ em navio muil o . muilo, ,. sempre no que é nossol Eu c111do da sala para a casi– nha. do meu quarto para o jar cºim. sem ;:- edir licença . porque estou na minha casê . E passeando d e uma rua para outra. de uma cidade . para - ulra cidade. de um Es tado para outro Es tado, não preciso pêdir lic en ça a nin guem porque estou na minha Palria . Minha palria I Com o é bom ler-se uma palria bôa . g r a nd e. forle, bonita e respeitada I Não ler palria é ass im como não ler mãe. Viver em terra alheia é cn1no vi– ver na casa d os outros. A gente prec isa indagar quais são as re– gras a obser va r para não desa– grad ar o do no da casa . Nin guem possue a mes ma liberdade que .um filho da casa, . Se a menin a que vive na casa alheia é lra la<lfl com o mesmo carinho , considera aquilo com o um favor, um aces3o de bondade da dona da casa . As pessôas que ajudam mamãe. isto é, a cozinheira, a arruma– _deira, fl , copeira , a minha profes– soro, não são intrusos · na mesma casa, são pessÓ6s necessari~s ·e mamãe exige qu e eu a res peite . E I a s leõ. liberdàde de ficar êm nossa casa somente enquanlc, qui – zerem. Quando não quizerem ma is, mamãe nãq ·se zanga, fa z as suas conlas e deix-e-as ir embora. Não •admile que eu as humilhe ou trat e mal. E' foi qual em Ioda minha P a– lri a. No meu Brnsil lod os os ex– trangeiros são bem !ralados. A l– guns são simp les vis it antes . as ve– z e s de cerimonia . Recebemo los com co rl ezia e eles se vão em– bora : são os luris las. os expedi– cionarios, os diplomata s extrangei– ros, os chefes de Estado de ou– tras nações. Üulros são os auxi– li ares de nossa mãezinha - PA– TRIA - cujos serviços elo re– compensa regiamente. Alguns alé enriquecem e suas propriedades PARA' ILUSTRADO são respeitadas . São os emissorios • da civilização americana e euro- : . pea, Os lecnicos da cultura azia-_. lica . O s proletarios laboriosos que já não encontram trabalho em suas pai rias . Todos nos merecem a nossa consideração, desde o mais humilde ao mais elevado na escala social E eles nos respeitam . E eles nos respeitarão . A nossa Palria não é lerr& de ninguem . O Estado Novo, o Governo Forte é o no da casa . O governo é quem impõe respeito á nossa palria , E a noss.a palria sente-se ainda mais fortale– cida pelo amor de seus filhos . Brasil; minha palria I Et. le amo pela liberdade que impera t: m teus. domínios . Minha palria , eu le amo porque nao fazes seleção en fr e leu filh os. Todos são di gnos de leu omor, não ha desiguald ade de lra– lame nlo . Tu Ira los o ne gro como o branco. O ateu é tratado co~ o mes ma humanidade · que os ca– lo li cos, judeus ~ proleslanles. As luas escolas e~lão abertas a lo– das as crianças, sem preconceito de casta ou posição social. E. com°> .todos são iguais perante a lei. 1 aquele que erra é castigado s~ que se indague a sua proce– de'1cia . ~rasil. minha palria , não deixa– r;i que subvertam a ordem no leu terrilo rio . Brasil. minha palria . niio permitirei que derrubem o leu Go– verno oara implantarem outro re– gime vindo do exlrnngeiro. Brasil. minha palria I Farei ludo para honrar-te e defender-te. Se eu ~ermHisse que insultassem minha mãe 11em um protesto , eu seria indigna da ,;:~pede huma na. Se eu abnndonasse o meu lar a invasão de d ordeiros, eu seria covarde. Se u abandonasse, conse ntisse ou ajudas a expu lsa r meu pae ~de 11 sfl para outro homem go- se ria infame. E AMO BRASIL. MI– TRIA. TERRA DE OR– E PAZ E DE LIBER- 26 - 9 - 042

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