Pará Ilustrato - Setembro 1942 n.120

Comecei faundo papeis Ião in– · igniÍl canfeg, que somente por ne– ssidade financeira continuei acei– ndo. Mas. passei maus pedaços. e hou ve um diretor que me disse e ria ocasião que eu possuía lanlo alrafivo feminino como Slim Sum- mervil!e. E, no fim de Ires mezes eu re– ceb ia o meu bilhete azu l. Não c 1- po essa empresa, por me haver despedido. pois eÚ mesmo reco– nheço que linha então um habito 41 ue muito prejudicava a minha aluaçãn. Jusfamenle no momento que eu devia aproveitar para ler algum a lgum gesto expressivo, eu dava as cosi ã , camera,. Isso eu ha via herdado do teatro , Sem trabalho . e se111 fer nada mais a fazer em Hollywood , resol vi fazer minhas pialas e regressar a Nova York. ara ver se podia recuperar um pouço do que ha via perdido du– rante o ano em que estive em ' wood . Minha mãe nada fazia paro me ssuadir da idéa, porque ela !am- em eslava dec epcionada e foi ais . por bondade que por espiri– o de persuasão que ela me disse que deveriamos espe rnr mai s uns dias. pois cho via. e talvez a chu– va me trouxesse um pouco mais de sorte como aliás já havia .:iconlêcido noutras ocnsiões . Assim . Ílquei mais ol~uns dios em Holywood, e a m1;1ha sorte udou como por encanto . Nunca se pode ~mspeilor daquilo que _o destino no~ armi! . O que -~. e que naquela ocasião o gran- . .,e ator G eo rge Arliss procuro vo 1 uma prolagon islo para uma pelicu– la que ia in'ciar brevemente com o liluio de •The man who ployed God,. Murray Kin ley, que havia aluado comigo numa peça disse a Mr. Arl iss que eu linha posci1bilí– dades e o resultado é qu" Cf'orge Ar,iss mandou me chomor. Depo is de conversor com Ge– o rge Arliss. obtive o papel De<i e ent ã o , resolveram fazer de mim umo grande atriz ; nada de põ insignificantes. Tingi o cabelo de 1 como muita gente julgava qu eslava querendo copiar Cons Bennrl. resolvi faze-lo volt cor natural, lnumeros foram os fil 26 - 9 - 1942 fiz então, e entre eles. os pri– meiros foram : - .Mullit>res de fo go,, • Escravos de, ferro •. • ""o:ooo anos em 5mg S,ng, . ele . Depois fiz para a RKO Radio o filme ,Escravas do Desejo , . Mais lnrde conquistei o meu primeiro ,Oscar • . com o füme ,Perigosa,. depois apareci com Leslie Howard. em , A Floresta Pet ril1cado, . Ouasi todos os ptipris que le- nho feito. são de uma mulher dura. pouco escrupulo'la , . e um lanlo cruel. porem, não ltimcnlo essa circunstancia , pois acredito que devido tís lulas que füe. pata al– cançar o ponto em que cheguei, são esse!! os papeis que ma:~ vão com a minha aluai personali_dade, d ,e aqueles de meninas in~e- n que encantam lante as outras •rslrela,, ( om franqueza . quero diz r que encontro nesses papeis mu,I mais ,ntere e. N o quero terminar essas obser– vações sem dizer que inumeras vezes lenho querido abandonar o cinema. ir viver o dez mil leguas PARA' ILUSTRADO de Hollywood . mas creio que este desejo tem '!urgido ' em Iodas a'I artistas como lambem o corre com qualquer c,utra pessoa, em qunlquer outro ramo de trabalho. Ainda as– <.im . em certa ocasião. tive um drsenl~ncliml"11lo com o meu studio e decidi embarcar para a ln~la- 1 rr Porem, denlro de pouco tempo. ficou ludo resol\'ido e eu voltei, para 'azer enliio • A Mulher Mar– cad_a• . ,Jez:bel • . •Jrmãs,. •Vito– ria Amars;ia • . etc . Agora . mais umll vez, saio do treu sludio para trabalhar com Samuel Go dwyn . sob a bandeira da RKO Rad io. em •The Litle Foxes, (Perfidã) . onde vivo talvez o papel mais cruel de Ioda a mi– nha carreira. A mulher que inle·prelo nesse filme tem um coração mais duro, e é amda m:nos escrupulosa do que qualquer outra 111ulht"r que já \•ivi na tela . Mas é um papel que me agrada inleiramenle. Um papel que me dtí grandes oportunidades. Naturalmente . vo– cês qúerem saber lambem alguma coisa sobre. a minha vida senti– mental. Pois bem : casei-me com um rapai que conhecia desde os tempos em que nada eu era . Mas, pouco depois nos convencemos de que não daria cerlo o nosso ca· gamenlo, e, resolvemos nos divor– ciar. Isto por que: a minha arte to– mava muito do meu lt"mpo e He que p os s u ia uma orquestra um tanto complicad11 , forçando-o o se ausentar durante tempo muito pro– longado. As im , rt'lolvt"mos terminar com o que julgamos, não constituía o nosso ideal Antes de terminar, quero cinda f a z e r algumos observações : 5er atriz não é coisa facil. Desde que abrimos os nossos olhos, nas pri– mriras horas do manhã até fecha- los, nu ultimas horas da noite, lemos de\'eres a cumprir. Devemos cuidar com e5mero da nossa saudt", da nossa beleza, da nossa cultura. do nosso reputação , da nossa habilidod , em cultivar os omizades. da lolerancia que de– vemos ler éom os demai~. e de ( Continua na pagica 22) - 15 - 1 j 1

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