Pará Ilustrato - Setembro 1942 n.120

Uma nuven es pessa de fum·o inundava o ambiente que ressend ia a Hlcool puro. O a nhado sa lão em fo rma de ferradura , com um pequen o espaço no centro, eslava invad ido de uma verdadeira legião de fam int os do prazer que se en– trega vam ao v1c10 diabo li co da bebida , sentados ao redor de me– sas esparsas . sobre rusiicos ban– cos de pernas torneadas . As gar– rafas de cerveja formavam pilha<; em baixo das bancas onde a fre– quencia do dinheiro era is faria . Em outras , os ca li ces do class ico ma racu já apareciam imponenks , com todo o seu vigor de provo– cação , de de lírio lenlo e s uave. Varias mu lheres faz iam companhia á p leiade de homens que se ent re– ga va ao goso efemero d1J,qu el a noite alegre. Sentavam-se nas ban- lomando parle na'I conversa– çoes. Fumavam cigarros da mesma carte ira e os 11 c.: endiam com o fos– foro da mesma caixa . Essa cor– d ia li rla de nalurcil do meio mu ilcis vezes não ia até a mcidrugadci , Bnsta va um ponto de vista dife– rente , uma op1111ao contraria . e ludo ru ia , quebral'a , despedaç .rndo a am izade ainda caloura . A nota fulgurante do programa era o apa recimenlo de uma dansa– rina fam·o·sa , desconhecida daquela gente que - tudo apreciava . Sabia m– na famos a porque era conversa geral. Ü l,J eriam ve-la dansar , reme– xer-se Ioda, sacudir o corpo no ritmo d~ musica O samba eslav a a li mesmo , ~<;perando-a para o bulíc io provoconte Os se us ba– langandans tol~ez impressionassem a inda mais a heleza que ostenteiva . Isso , porem, era o menos Muitas belezas por la já haviam passado sem deixar audade Esses ambien– tes não regislnrn memorias, não lt;mbram cousa'! importantes. Ele , sim, o ambient , é importllllte e inesquecido. O ba, não desaparec nunca e com ele uma doce re cor dação. Não serie , pois, Manant1 Padaria Moderna - DE- Fabrica ele pãe, Rua do C oncordia Rccife- Derno:nbuc 26 - 9 - 1942 ' . a umca mu lher que calcaria na historio humi lde daquele rn baré sem nome , uma nota de ressonan– cia . forte . de repercussão lo nga , demorada . O ar da madrugada a tudo desfruía . levava . ma tava E só na noite segu inte as po rl a'i se ab ririam oulra vez para prosseguir na orgia , prolonga ndo prazeres, diminuindo existencias . O nome de Marian11 qunsi que inesperadamenlr foi pronunciado com vivac1d e no meio do Mliio. A luz amorteceu desf azeRdo som– bras Um turbilhão musical. verda– deira catadupa de sons ecoou C!S· tridente por todos os rtcantos da snla em silencio . A rsperada mu– lher entrou devagnrinho , pisando ponta do, pés, balançando eomp irndllmenle o venlre moreno < 1 ro As suas mãos prendiam o qua<ln que serpenleavt1m alucina-, d m nle Dos 'leus lab1os 1ml s um ,orriso le\ e e forçado e capu- 11 rn drosam nle. Os d nl cla– ros mal apareciam , lremelusin p. r entre ns llu1n faixas de cnr– min . silrn 10 chegava t1 s er p A' I USTRADO comprometedor. Nem um sussurro ao menos quebrnva aquela mono– tonia de exlr.se , de anlegoso opri– mido. Mariana, aqui e ali . enlaça– va homens, balbu iando-lhes no ouvido o gemido de uma cM;ão vulgar. Os seus gestos , entretanto, caracterizavam o seu oficio mise– ravel de estrela sem luz. Não se entregava . Os mais leves prenun– cias de ataque eram-Ih<' percepli– veis. A sua dansa le\'a\•a-a n lo– das as mesas. Os homens Geavam inertes , com os olhos semi-cerrados e a concha das mãos apoiando o rosto cinze11to pela barba mal tra– tada . E assim permaneciam até o fina l. t>nlregue ao delei te que acha– vam divino Mariana arrebatou com a sua dansa agueis ambiente de misrria e de sonhos. Uma só exibição bastou para que lhe ofertassem o ceplro de rainha . Não voltou mais O sru nome. porém , ficou para sempr<' . E ' que as Gmtras mulheres não conhedam a magia da musica que agradava . E aqurla dansanna brasileira "ó cantava cou'ias do seu paiz. A perturbadora dansarrna cor– ria, estirava-se sobre o tab lado , extasiando a costumeira a sislen– c ia . Os seus movimentos eram acompnnhado com palpitante cu– rio idade . Era a primeira \eZ que Mariana dansava para aqules ho– mens , vivia uma noite naquele ca– bare afelado , A mu ica dolente e por \ ezes rancorosa ncompanha– va-a nll'I evoluçõe m ,abras Os rimos rnm certos, compassados , segur · E a par de lodo a len– tidão 1J1usical. a alma de Mariana retraia -se fugia , rencolhendo-se sob ns anlepllras de- um o;ofrimenlo dt''l– conhec ido M. • •• •• •• ♦ •• ♦• ♦• ♦ ♦ •• Na maioria dos produtos men– cionado~ . a Íàrinha de trigo ou de balnla pode ser subsliluida , intei ra ou parcialmente, pelo talco. 12.5 kgs . de fari nha de trigo são preparados com agua ._Deixa-se fe r– mentar, e derrelr.-se 750 qrs . de cebo e 500 g r!'. de sabão .branco . adicionando esta mis tura ó forinha lermentada .

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0