Pará Ilustrado - Outubro 1942

f eslr ,fc, uela da av;nida. ,111111- nhandc; nlomenle, olé alingir l"' m a ultima c sinha da esquerda . o nde 11 moça ba le u. a um aceno da en– fermt1. q11e não se a trevi a a falar de cq11•aço e de emoção, ~em poder ocultar• o e,sp1rnto que a assa ltara. o professora foi amparando a velha senhora na es– cadinh a de dois d"graus que da l'a aces'lo â habitação . cujo aspecto anlerior. já era de molrl e e im– pres'lionar mal. até peneirar na sa– l111ha oncle uma menina a olht1v e- panlad,1. . O ol liM da professora percori ia o po,enlo. onde os inais lle uma pobreza extrema eram e1i den– tes. e depois dele\'e-se numa poria enfreaberla que dava para um quarfo pequeno. ao lado da soli– nha .. . E' que. pela aberftira do~ ba– lente!!, ela via uma cama onde ha– \ ,a uma mulher doente. com cer– teza. pois o seu aspecto era im– pressionante". uma interrogação muda . o olhar da moça procurou o da guardiã . .. -E' minha filha" unic .. . Uma desgraça ! . . . Eu bem niio queria que a senhora viesse E' muito triste parn gente moçn comCil a 'lenhara . .. -Oue tem el11 ? - E' paralítica ... Ha dez anos ... -Coitada 1• . . E essa menina ? -Minha neto mois novo .. Erom Ires . . . T res meninas . . Duas morrernm •.. - E niio lem•pa1? . . . -Não . .. T al<"ando . a passos inct'rlos. veiu do inferior um ve lhinho cego. en– rur 'ª?? e tremulo. qc)<" indnge: -E s lu Jacinlc1? 1 Por que vi,.,le ti'rn cedo? -Por nada . . A aula ler- minou h<~jt'_ · (lnles do horario .. -E com quem eslós íalândo ') -Com uma 'lenhara minh11 t onhecidn . Ahn 1 • Olhn . . n Clotilde enfornou a pe1nela de 'lopo .... Não · sei romo l'ai 'le1 -Eu vou ver · so . nlioro de'ICJ.!lpe- . f.'lle é o meu ompanht'iro . N~o 1 1 t' nad 01lado. a lém d1 so . sofrt' de reumali~mo - -Então tJ senhora"? . .. - T, 11b lho pora elM'. . . Oue fnu·r ? . idâ ~ O'l!!IIH , . che,a d~ • t>spmho . Clotil t e 1. Leva o , ôvo r~oro t1 ceckirinha dele . Vai i eu velho · stti senhuro • ... _ • • ! ' -1:u não •n e demoro . -Já agorn quero que ve ja minha filha . . . Não repare s– i · 'udo em desarranjo . . . nãc li- 1 r tempo de crrumar . . . e a pe– quena é muito fraca . . . Pode en– trar. . . Olha . Julia . E ' uma das prc, essoras da escola ... N9 oposenlo mal iluminado p uma janela que linho os vidros revestidos de papel de jornal. para resguardar da claridade do sol o doente que v1v1a presa ã cerna. havia um tal impressão de mise– ria (" d(" a ahdonc... que o meça professora se ntiu o coração con- 1 ra nger-se-lh e de dor. Num miserovel le ito de ferro. sobre um mo ntão de cobertas t'll• cardidas e remendadas uma mu– lhn jazia iruovel. esticada. esque– lelica. lendo apenas vida no olhar, ,e movimentos lé'nlc na cabeça. repousada num lrav sseiro já en– cerado pe lo uso consf'l)nfe De\'ia ler si do bonita. porque no rosto esqualido. de feiçõe,1 CO \adas pelo sofrimento. hal'ia 11inda vesligios de beleza que o tem o não con– seguira desli uir . As mãos lon~as, de dedos no– dosos como ólhos secots, eslt,vom sobrepostas peilo. como os mãos dos , ; imoveis lambem, como se fos m mãos de cêra de uma figura de bazar. Naquele aposento miseravel. a doente •era como que o comple– mento natural do ambiente , o .mo– tivo, d quadro lrisle que a mi– seria imd'Sinara a li compor. Ouvindo a voz cansada da mãe. a enferma ergu<"u para ela o olhar, proc adivinhar-lhe no rosto ansiosa: aquela vinda fóra ·da ·1do-o alterado é mais ue o constante. mesmo a visitante. perguntou -Oue foi que leve. mamãe? -Nade . . . Uma tonteira . . . -Está Ião branca 1 . . . -DeiJta, ninha filha . . . Olho a moça poi~ so rtimt>nlo · do ~ nl li or --- PARA' ILUST8AD0 Votlou-se pm-<t a professora" ·· olhar [l.rofu11d da doente . Um «01-r1so lrisle p irou-lhe nos labios de. n•rt1do'I. e depois. com a voz n; qad de crinlurn sf'm for..,ns. saudotHl · - Boo tarde ... Inclinando-se sobre o leito e procurando dominõf o emoção ·que a avassalava, a moça n·sponde u. • ct1rinhosamenle: • - Como vai? Melhorzinha ? . .. - Oual 1• • . Isto rão tem me- lhora 1. , . Sou· uma mort a que vive ainda paro dor trabalho os ou– lros ... - Ha d e me-lhorar ... - Não espero mai,;; noda .. Tenho sofrido tanto . que 6 mi- nha felicidade seria . ir-me em- bora ... Eu . .. Um soluço abafado co rtou-Ih a frase Olhou a mãe que chorava bõ1xinho. e leve peno de ler dilo aquilo diante dela : --1 'tio chor<" , mamãe . : . Sã " tolices minhas . Bobagens .. : E sorria, a pobre. lendo nos olhos triste~ lagrimas c011tidas. qu ~ · lh e davam ur.. eslranhó brilho de • eslrda:.- indecisa.,. E. para dar 110\0 rumo á ~íluo- ção. p,. J.!t.1ilo u á moça : • • -A senhora ,·eiu . . . com a me miie . . . porqne da esteve doeh– te, não é? _::Vim fazer -lhe companhio .. . <"Sta, 6 um pouca indisposlc. -Eu !ICmpre fico aqui . com. cuidados . . . Ela lrabalha muito E. · quem faz ludo para nós . . velho. coitado . é ceguinho e o minha filho . . é Ião peq/p ainda . . . Temos uma sorte l'ile gia sabe? -Enl oo ? 1. .. Tenha Tudo é. por \Onlade de f<"ilo no mundo, e. depois fr imenlo redime ps almas -Mo, é que .. ha of 1 homve, ,;... horril'eis.. . e lndn r :.e a pad~ccr aqui . . . er Mas. os outros não lên culo •sofrem comigo .. Olhe, min ht1 ·s • •

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