Pará Ilustrado - Outubro 1942

~~~-. =""" ,1 b C6fCHÉS ~ - t 'DE.SENHOS, ~ FOTOGRAD _ -:,..:' ~~ CJaAa, ~ a , ~~ dz µ,(M, d.ia ra0· GOWUi~. ~. talao.Áo J.Ü. ~ rt ~a, f a1-0- j!Larv oÀ-ot Jo. 'PaJW,1~. TRV. CAMPOS SAhES, 113 ·FONE.2719 A- W1i,m,a f,ição. ( Continuação da pagina 14) das massas cubicas de cimento 1.1rmado, que recordam •arquitetu– ra , cav1.1da nas montanhas e , nas rochas granilicas pelo ,homem prehislorico de Lund, pelo • ho– mem primitivo, d e Edward Cloddl. .. Cm olhos d 'alma leiam . em ca– rate res radiosos, no broquei do largo peito de Gurjão, os lilulos nabiliarquicos que enriquecia.. o seu cabedal cientifico. ci vico mili– ta r - Bacharel em ciencias male– malicas e naturais; Brigadeiro do Exercito : Ct valeiro das Ordens de São Bento de Aviz, Cristo e Rosa; Dignalario da Imperial Ordem do Cruzeiro, condecorado com meda– lha de ouro do Uruguay e com outras medalhas de merilo I E . fi– nalmente. escutem aquele-. Vejam como morre um general bras ileiro 1• -vulcani co explodir de amor ci– vico . anlilese ás barbaridades c ru en– tas dos despo las monstruos os. fo. menladores de tormentas em Iodas as épe>cas, os quaes, o genio im– petuos o de DBnle, no Canto X!I de se u (remendo .Inferno,, preci- ' pila no rio de sangue fervente, em cu jo turbilh ão gemem e berram. horrorosa me11le. por Ioda a eter– nidade, condenados por vio lencios contra os seus semelhantes, lira qu e derramara m sa ngue hum nes ta vida Ião curta. com A G> fla ge lo da ferra!. ..• E . ça erguida , confessem com ridade se vocês não sen tem orgu– lho di s to ludo , meus amigos? Esse brado , po auge ·da ba la é bem um p ema dP ·da rivide n e bravura; Gurjão lembra ós lilani– c, s helenos que se ba li am ca ntan– do e ce lebra vam a viloria com hinos qu e fi caram et ern os/ - .A - 32 - vida de Gurjão foi o .:amplexo de aios que . um a um, denunciam um carakr firme e relo, piedoso e cristão; soldado de disciplina sem sobeja severidade . Como coman– dante. como chefe, sabia adoçar o rigor de sua hierarquia: seu proce– der brando. sem quebra de 1g11i– d~de . infundia respeito e venera– ção . Seus subordinados. censci~s ,de que lhes não fica(ia sem C11sli– go uma fali u grave, evitavam co– rneie-la. não por temor. mas para que não deixasse de contribuir para necessaria eficiencia moral. pautando s ua conduta pelf\ .seu chde. - foram mais ou menos estes lrnços bic-graficos que li, quando le cionava no Cotegio D . Pedro II. - De falo, professor --,- oblem– perou José Simões - o general Gurjão era um consumado palrio– la, mas um patriota á PluJarco, á Conslanlino Magno, á Duque e Caxias! Em qualquer s itio do ler– rilorio na ti vo onde o levav.a o De ver. via dil a larem-se as sober– bas grandezas da Palria ! Consta qu e, certa vez, depo is de visitar como engt"n heiro as fortalezas de Macapá. de Gurupá e de Obidos, to só llar em Monte-Alegre e per– correr a cidaqe · alta e adfocencias, que se esleôâiam em bosques, cam– pini:is e varzea s de inexaurí I fer– tilid ade , regressando á Bel em . 1 - zia empolgan te nola registada na sua l' ô rlt"ira de bolso. que fi cou em 'poder de um seu irmão; sa lvo omissão de uma ou outra pal av ra , mt' npraz repelir es e pedacinho de ouro: - ,Nunca um logor lomc ro uma nQminaçãv mais :1dequada . O pmrm m11i s m· a n!rc po que <1í for , e estender a \'lsla pelos imensos <=flmpo . logos e · casca ta s que c ir· cundom a vila . não poderá con ter PARA' ILUSTRADO · a admiraç ão. ficar á absorlo con– lemplandc essas mara vilhosas obras do Creador ! • -.\1\eus amigos-concluiu o sau– doso dr . Artur lie vé narl - talo como brasileirn nalura li sado e pa– rae se de coração: esta epopéa d..y Arfe e de Palriolismo. merece . efn ver,1aJe. um cenario condigno amplo: as~illl . mo s ri orosamenle p ·~e1adQ- tis e o usos merecedora, d • . maximo ' carinho. engalanadQ • pe s 1 canteiros de boni11as e bo– ga is. pelas grinaldas de madresií– . v& e carl!i!f11.1ncheis de roseira5 , • • ~~ormc actrladamenle s ugere va- i meu cor i111ões ! Em ol un s p ~es como a Belgi ca, terra do meu nascimento . estaluas l1dissi– mas com~ esla. atraindo a vene- • ração publica'. são es meradamenle brunidas, qua s i lodos os dias e. nas grande as comêmorativas. ao desfraldar das bandeiras e ao som de mu sicas cla ssicas pelas bandas dos regimentos. ma rchas e dobrados mais seletos. até as crian– ças acorrem . alegremente . a home– nagea-las, cobrindo o seu pedestl'il com braçadas de ílores l .. . Ao aveludado desmair dos re– flexos crepusculares. o azul do céo escurec ia ; o retinir sonoro do · sino da Sé entoava pel o espaço·a hora solene do •Anlo do Se– nhor, . .. Encolhido na minha pequetiez: profundam~ 1le emocionado. vi sur– gi r ao pé de mim , nesse momento. ' de,·a ndo-se mai s be la e mais alla– ,,J' neira do que os pinca rn s do lia- . .. liaia ; ll!i s grandiosa do qu e o Ch1mbv arn; mais gigantesca do que o liimalaia. preluzindo num des lumb ra menlo de Iodas as divi– nas ful gura ções do , arc o ll'I S •. a eslalua do imortal paraense, ge ne– ral Hilario Maximiano An tun es Gurjão ! Aos meus ouvidos chegavam, então , de muilo longe, n doce tenuid ade vesperal. num repe rcutir em s urdina, ma s. estranhament e se. lremecendo as grimp1.1s boleada3 das man gueiras onde se ocu lt avam es andorinhas, o cla ngor ressu rre– lo de c ::: rn elas e tambores loca nd o cargas de baionetas, e vibrações de clarins anunciando alvorada! Enquanto Gurjão . trnn s fi g urado num semi-de us lend a ri o , des taca n– do-se á va ngua rda na passagem de lluróró . e~•pa,fo lampe ja nt e e;n punh o , arrojava as fa la nges gu-:: r- . rei ras em busca da vit o ri a, rec ha s– sava os baluartes inimi gos ao to– nilruan lc ecoar de sua voz :– •Vejam como ;morre um gcncr1.1 I brasi leiro!, Roberfo de Azevedo 10 - 10 1942

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