Pará Ilustrado - Outubro 1942

• .. Dona Jacinta I Peço-lhl" o favor de prestar• ma is atenção ao serviço 1. . • As criança s estão fa. zendo umt1 algazarra medo nha. e as-sim ncto é possível continuar 1 -MIY.',. sra . d11 dora . . . Eu não sei m11is como hei de pe-dir a esses men-inos que lenham modos , . . El– les não obedecem . . . São Ião lrn– vessos ! .. . -Use de energia . E' preciso fazer .se respeitar! Se isso conti– nuar assim, dart'.i providencias para qu~ m<' seja dada outra Quardiã • mais . . -Por farnr, sra. d iretora! Não se langue. . . Eu vou fazer o que a senhora .) deseja. sim ? . . ão • •diga nada ao inspeclor . Se a • -.enhora soube'IS'" .. . -0!1,t: lá ! . . Não vê aqueles dois meninos lroc1111d"' ~opapos ?... -Vá busca-los! . · '-r r 9 ,ga-os á. não se esqueça . X X X No enorme pateo da escolo. c alhado de e, 1!'.lnças irrequietas . •que gosavnm os momentos de Ire- $ ln~ . com II Kuheroncio ,,.......,,.,.1 da idade e daqu,.li- lindo de verão lumino-;o, a velha diã, m tanto tarda no andar nlorpecido pela idRde avançada esbranqucara. complelâ s belos e lhe, enrugara im ament~ o face. perdia-se en1 d f1culdades paro ochar cami– f e ir 11.lé os dois garotos que br1gt1 aru cercados de outros ga– ' lo un s pelo resultado d11 p, ,.,_ Rompendo enfim t1ss1slentes que . e torno dos lutad d1t>gar-st ti e mão de Iodas ças para sep1 circulo do ompiimiam em el cono;r~uí,1 \'C' que lançar debeis for- Com um ■11~1111~6,n cnda , o, fazendo e ·.> para con- te-los, ai novo. d1ficul- losamenle, o grande paleo cheio de sol e de rumor . e chegou, en– fim . á secretaria, para cumprir as ordens da diretora . Eslava p e morte. Os ca- belos br u1 anlo desalinha- d ~olo ande, de lare(ll•lh te~ os lobios ar contra idos, ace lerament o da respirnçfio ofegan– te. e nos o lhos ca nsnclos. 1a sem o brilho na tural. a o lharem atra– vés dos vidros grossos dos ocu los ordinarios. uma grande expressão de terror , de agonia . O pobre pe ito esqualido. quosi esquelelico, a, fa"a l'iolt>nlamen!e por detraz do pano neg.-o da blu!"a, e no pescoço magro. o ncte ll'i veic1s eram como um entra nçado de li t,– mes em torno de um !ro nco sem seiva , havia um ba ter de 11 rl erias que pareciam já não res isti r á pr,·sslio do sangut> étn rircu lação 'irregular ~ [:)(TI[líll La @ [í] ú) ~ ~ (!) ~ Tamanha ern a agi! organismo depauperad não podia 1n!iculor n lavra! Num ultimo esforço, arrastou os pequenos olé 1unlo á secreloria . onde a direlllra os esp com um s;irnnde ar de 'IC\ de . e deixou-se fic11r no mesmo logar. hirta e colada. eciperando. A diretorn. sem reparar naquele pobr , 1 nvelhecido. entrou a i pr r d I e, meninos. ainda ru- " d r submisso'I e medro o . D e. r p t• ~l,ltltl•JmtrtJer amparar- se a nada, li ardiã tombou no chão como uma massa, inerte, desacordada foi um reboliço na t•scola I En– quanto a diretor e as pro fessoras davam providencias no sentido de socorrer a enferma . as crianças ,~lomeravam-se. assustadas , que– rendo ver tudo. .E com me.do de que a ~u rdi- estivesse morta. foi um momento de suslo e de PARA' ILUSTRADO curiosidade para lodos quondo ~ ambulancia branc11 da Ass1slencia passou ao por tão d scola. atrain– d o logo uma pQrção df" curiosos . fez-se 11m grande ·1encio. e um med ico. de ar gra\ énlrou pr S· sacio t>m companhi de.: um Íd– meiro que carrt>gava uma granel.– caixa de madeir . . X X X Está morta. doutor? -Nõo. minha senhora . E ap • nas uma s inc:ope. Moleslia do \1 • ração muito adianlacfo , Organismo já sem funcionamento r('gular .. Vamos dar-lhe uma infeção de oleo com sparleina. Ha de reani- mar-se. E' preciso calmo . ' Depois de medicada, ~ velha senhora ainda custou muito a vol– tar a si. e quando abriu os olhos e se viu cercada de lanla gente. compreendeu que lhe haviam falta– do as forços e que perdern ti no– ção das coi;;as. Ouiz falar logo e não poude, mas nos seus olhos cansados, agora sem a proteção dos vidros grossos dos oculos or.:linarios, ha– via uma tamnnha exprc-;'iÕO de hu– mildade. 11mt1 Ião c lara suplica de perd3o. e de cle.,culpas . que lodos se comovertím. e o medico de ar grave a palavras m~di J as. dulcificou a voz para lhe dizer . carinhoc;a. menje, qunsi: -Não foi nada. minha senhora . Então?! Não se assuste ... foi só um d_e'linaio E a diretora. 11inda lremulii tio -.usto . lambem lhe disse com bran- - dura : -J1' e<1lti poa. d Jacinl11 . Jê esltí melnorzinha . não eo;lá? Um lt>vP ace111 -le cabeça, ainda repousando no improvisado traves– seiro que a amp1:1ra\'ll, e um fugi– tivo sorriso de resigna ·e , foram a ·resposta do enferma. que , logo a seguir, lenlavâ erguer-'le para re– cc..meçar o serviço rnlerrompido . O medico i,1lerv i_u . - fique ainda cm repou:lo por mais uma roei hora. Não C?nvem erguer- já.· E' n_e-::essario rec upe- rar as rças deixar agir a me- • dicação. Vou receilor-lhe um re– media paro ir lomondo olé ar!Ti,– nhã. Seria conveniente não traba- lhar 'mais hoje . • •

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